campeão, é campeão. (JOSÉ, Téo. Band. 20 de agosto de 2016) A maior estrela da Olimpíada, lá vem o camisa 10... É fazer e comemorar o ouro inédito, Neymar! Desafoga o povo brasileiro! Paradinha, Neymar, para o gol! É ouro! Fim do jejum! O Brasil é campeão olímpico pela primeira vez! Não tem mais nada que falte na nossa galeria! O Brasil campeão do mundo, da Copa América, da Copa das Confederações, é também campeão olímpico em casa! O que é o mundo do futebol? Ele é redondo, ele dá voltas! Um dia Alemanha, o outro Brasil. Desafoga, torcedor brasileiro, o ouro é seu! (VILLANI, Gustavo. Fox Sports. 20 de agosto de 2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=Fal9eAmd358) Galvão Bueno, porém, como faz há décadas com os momentos mais destacados do esporte brasileiro, mesmo os tristes, como visto com os funerais da delegação da Chapecoense, eternizou em sua voz o registro mais marcante do evento. Bora, Neymar! Bora, Neymar, que é do ouro! Beija a bola! Ele e o Horn. Autoriza o árbitro. Ele não tem pressa, vai dar aquela paradinha dele, deu. Partiu, bateu, acabou! É ouro, é ouro, é ouro para o Brasil! Cinco a quatro, nos pênaltis! O Weverton vestiu a roupa do Taffarel, foi lá para pegar. Olha, quantos e quantos anos esperando por essa conquista. Na primeira final, em 84, a França foi melhor, ganhou por 2 a 0. Depois, na final de 88, a União Soviética foi melhor. Na final de 12, o México foi melhor. Só que hoje o Brasil foi muito melhor que a Alemanha. O Neymar chora, o Renato Augusto chora, muita gente chora. Foi absolutamente merecida essa conquista dessa final. Se agigantou na última cobrança o goleiro Weverton, e o Neymar teve a frieza de definir. Sobe o som que eu quero ouvir a torcida brasileira! É campeão, é campeão, é campeão. Eu deixo sempre Copa do Mundo em separado de Olimpíada. Mas é um pouco evidente que não dá para dizer que não seja um momento especial. Há 66 anos, esse estádio não era esse. Foi mantida a parte externa, ele foi reconstruído, mas viveu uma grande frustração, a perda da Copa de 50. Não é a mesma coisa, claro, mas vive 66 anos depois uma alegria esfuziante na conquista do ouro olímpico. Escutem mais uma vez o torcedor brasileiro. O campeão voltou, o campeão voltou, o campeão voltou. (BUENO, Galvão. TV Globo. 20 de agosto de 2016. Disponível em https://drive.google.com/file/d/0B- xHhJylKrIFQWNNMkRnN1pQWE0/view) As declarações de Galvão Bueno revelam a sua facilidade em não só descrever e narrar o que acontece em campo, como também auxiliar, de modo exitoso, na formação de uma atmosfera persuasiva para que ocorra a adesão do telespectador ao discurso que profere. Para isso, vale-se do conhecimento que tem a respeito do futebol e de sua história, como ao dizer de que maneira costumam se portar em campo os jogadores mais expressivos. Ele se aproxima do público televisivo através do vocabulário coloquial, como quando a expressão “bora” substitui o “vamos”. Utiliza-se também do pedido de “eu quero ouvir a torcida brasileira” para amplificar o momento eufórico no estádio para os demais torcedores da Seleção. Com naturalidade, simula falar com os telespectadores como se estivesse emitindo ali, em plena narração, sendo capaz disso, um recado para Neymar. Percebemos também em variados momentos a eficácia do emprego da metáfora,