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Modelo de Valoração de Danos Ambientais - AHE

Modelo de Valoração de Danos Ambientais - AHE

kaskantzis

May 14, 2012
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  1. 7.8. VALORAÇÃO DO DANO AMBIENTAL - ANÁLISE DO EQUIVALENTE HABITACIONAL
    REFERÊNCIA: NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration). 2000. Habitat
    Equivalency Analysis: An Overview. Damage Assessment and Restoration Program,
    National Oceanic and Atmospheric Administration. Silver Spring, MD.
    INTRODUÇÃO
    Análise do Equivalente Habitacional (AEH) é uma metodologia usada para determinar o
    tamanho da recuperação requerida para compensar serviços ambientais equivalentes
    às perdas dos mesmos nas áreas afetadas pelo dano. Esta técnica é recomendada para
    compensar serviços ambientais afetados que derivam dos componentes bióticos.
    A compensação é realizada pela recuperação do habitat afetado e o desenvolvimento
    de outra similar para fornecer serviços ambientais equivalentes às perdas que ocorrem
    ao longo do tempo. O processo da AEH é realizado em três fases. Na primeira fase faz-
    se uma avaliação dos meios afetados. Na segunda, faz-se a quantificação dos impactos,
    a seleção das alternativas de remediação e a elaboração dos planos de recuperação da
    área afetada. Na última fase, os planos de recuperação são executados e monitorados
    para verificar os servidos fornecidos ao longo do tempo.
    Na Figura 1 estão indicados os serviços derivados do habitat afetado e fornecidos pela
    área implantada para compensar os danos. Na técnica, utiliza-se uma taxa de desconto
    anual, geralmente de 3%, para transformar o valor futuro dos serviços fornecidos no
    valor presente. No caso da área compensatória continuar fornecendo serviços durante
    um longo período (100 anos), em relação ao tempo de recuperação do habitat afetado
    (15 anos), o seu tamanho será menor que do habitat afetado pelo dano.
    Figura 1. Diagrama do processo de compensação do dano ambiental HEA
    As hipóteses geralmente adotadas nesta metodologia são: a) Taxa de recuperação
    linear; b) Serviços fornecidos pela área compensatória iguais aos da área afetada; c)
    utilizar uma única métrica para avaliar os serviços perdidos e fornecidos e; d) a linha
    base dos serviços é constante no tempo.

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  2. 1. PARÂMETROS DO MODELO HEA
    A determinação do tamanho da área compensatória é realizada com a equação,
    Tabela 1. Parâmetros da equação do HEA para determinar o habitat de reposição
    A equação estabelece que o tamanho do projeto de reposição deva ser igual à razão
    dos serviços perdidos (numerador) e fornecidos (denominador), por unidade de área-
    tempo do hábitat de reposição, multiplicada pelo valor relativo dos serviços fornecido
    Variáveis de Entrada
    V j
    Valor por área-tempo dos serviços fornecido pelo hábitat afetado
    V p
    Valor por área-tempo dos serviços fornecidos pelo hábitat de reposição
    x j
    t
    Nível dos serviços fornecidos pelo hábitat afetado no final do tempo t
    b j Linha base do nível do serviço (pré-dano)/unidade área do hábitat afetado
    x p
    t
    Nível dos serviços fornecidos pelo hábitat de reposição no final do tempo t
    b p Nível inicial dos serviços / unidade de área do hábitat de reposição
    ρ t
    Fator desconto, ρ t
    = 1 / (1 + r) t - C, e r é a taxa de desconto no tempo
    J Numero de unidades de área afetadas pelo dano
    P Tamanho do projeto de compensação (reposição)
    Variáveis de Tempo
    t = 0 Tempo em que ocorreu o dano
    t = B Tempo que os serviços foram recuperados até a linha base
    t = C Tempo inicial para calcular a compensação do dano
    t = I Tempo que o hábitat de reposição inicia o fornecimento dos serviços
    t = M Tempo que o hábitat de reposição atinge o máximo dos serviços
    t = L Tempo que o hábitat de reposição para de fornecer os serviços
    Quantidades Calculadas
    (b j - x j
    t
    ) Extensão do dano no tempo t
    (x p
    t
    - b p) Incremento dos serviços fornecidos pelo hábitat de compensação
    (b j - x j
    t
    ) / b j % dos serviços perdidos / unidade de área do hábitat afetado, em relação à
    linha base do nível dos serviços do hábitat afetado
    (x p
    t
    - b p) / b j % dos serviços ganhos / unidade de área do hábitat de reposição, em relação
    à linha base do nível dos serviços do hábitat afetado

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  3. por unidade de área do hábitat afetado e do hábitat de reposição (V/V ), multiplicado
    pelo número de unidades de área do hábitat afetado, caso o tamanho das áreas dos
    habitats não seja igual.
    EXEMPLO
    O vazamento de óleo diesel de um acidente contaminou 100 acres de várzeas. O óleo
    derramado causou a redução de 50% dos serviços ambientais derivados pelas várzeas.
    Os especialistas estimam que o tempo para a recuperação das várzeas seja cinco anos,
    considerando que seja linear ao longo do tempo. Nas Tabelas 01 e 02 estão indicados
    os dados do impacto e os parâmetros do projeto de remediação, respectivamente.
    Tabela 1. Parâmetros do impacto que são aplicados no modelo HEA
    PARÂMETROS DO DANO AMBIENTAL
    Tipo de Habitat Banhado
    Ano do impacto 1999
    Número de hectares afetados 100
    Nível dos serviços após o impacto 50%
    Nível dos serviços após a recuperação 100%
    Tempo de recuperação 05 anos
    Forma da função de recuperação Linear
    Taxa de desconto anual 3%
    Tabela 2. Parâmetros do habitat de remediação do dano ambiental
    PARÂMETROS DO PROJETO DE COMPENSAÇÃO DO DANO
    Tipo de Habitat Banhado
    Nível inicial de serviços (no mesmo site) 50%
    Ano de implantação do projeto de remediação 2009
    Ano do início de fornecimento de serviços 2010
    Ano do máximo fornecimento de serviços 2014
    Nível máximo dos serviços fornecidos 100%
    Forma da função de recuperação Linear
    Expectativa de tempo dos serviços fornecidos Perpétua
    Razão (Vj
    /Vp
    ) 1:1
    Valor para executar o projeto (US$) 3000/acre
    Os dados indicam que o acidente ocorrido em 1999 reduziu os serviços ambientais das
    várzeas em 50%. Segundo os especialistas, o tempo de recuperação das várzeas é cinco
    anos, com custo de US$3000/acre. O projeto de recuperação foi implantado na área
    afetada somente em 2009, o fornecimento dos serviços iniciou em 2010, e atingiu o
    máximo no ano 2014. Portanto, durante 19 anos, de 1990 a 2009, o hábitat impactado
    com óleo forneceu apenas 50% dos serviços. A partir de 2010 houve um aumento
    progressivo na oferta de serviços ambientais até atingir o máximo em 2014.

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  4. Aplicando os dados da Tabela 1 no modelo determinamos que o número efetivo de
    acres afetados pelo óleo foi 785,16 acres. Este valor representa os serviços perdidos,
    no período de 1990 até 20014, corrigidos com taxa de desconto de 3%, nas várzeas
    afetados pelo acidente. Na Figura 2 está indicado o nível dos serviços ambientais neste
    período. A área abaixo da curva do gráfico da Figura 3 representa a perda total dos
    serviços ambientais no período de 1990 a 2014.
    Figura 2. Nível dos serviços ambientais brutos e corrigidos afetados pelo dano
    Figura 3. Valor total, representado pela área, dos serviços perdidos nas várzeas
    Os resultados obtidos indicam que, desde a época do acidente até a recuperação do
    hábitat, os 100 acres de várzeas contaminadas com óleo deixaram de fornecer serviços
    ambientais equivalentes a 785,16 acres de habitat semelhante. Durante a recuperação
    das várzeas serão fornecidos serviços equivalentes a 135,49 acres. Nas Figuras 04, 05 e
    06 estão indicados o nível e a quantidade dos serviços ganhos e perdidos no período.
    0
    20
    40
    60
    80
    100
    120
    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
    Serviços Ambientais (%)
    Ano
    Perda corrigida
    Perda bruta
    0
    10
    20
    30
    40
    50
    60
    1990 1995 2000 2005 2010 2015
    Serviços Ambientais (%)
    Ano

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  5. Figura 4. Nível dos serviços ganhos com a recuperação das várzeas contaminadas
    Figura 5. Total dos serviços ganhos, indicado pela área, pela recuperação das várzeas
    Figura 6. Perda e ganho de serviços ambientais nas várzeas afetadas de 1990 a 2015
    0
    10
    20
    30
    40
    50
    60
    1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
    Nível dos Serviços (%)
    Ano
    Ganho bruto
    0
    5
    10
    15
    20
    25
    30
    1990 1995 2000 2005 2010 2015
    Nível dos Serviços (%)
    Ano
    0
    10
    20
    30
    40
    50
    60
    1990 1995 2000 2005 2010 2015
    Serviços Ambientais (%)
    Ano
    Perda de
    Serviços

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  6. RESULTADOS NUMÉRICOS
    HABITAT EQUIVALENCY ANALYSIS:
    Site name: OLEO DIESEL FERROVIÁRIO
    Date: 08/03/2008 19:12:55
    Datafile: C:\Program Files\Visual_HEA25\OLEO.hea
    Area units: acre
    Time units: year
    Claim year: 1990
    Number of affected area units: 100
    Pre-injury service level (%): 100,00%
    Pre-restoration service level (%): 50,00%
    Value ratio injured/restored: 1,00
    Discount rate per time unit (%): 3,00
    SERVICE LOSS AT INJURY AREA (SERVIÇO PERDIDOS)
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    Year %Services Lost Raw Discount Discounted
    Beginning End Mean SAYs lost factor SAYs lost
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    1990 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 1,000 50,000
    1991 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,971 48,544
    1992 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,943 47,130
    1993 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,915 45,757
    1994 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,888 44,424
    1995 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,863 43,130
    1996 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,837 41,874
    1997 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,813 40,655
    1998 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,789 39,470
    1999 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,766 38,321
    2000 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,744 37,205
    2001 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,722 36,121
    2002 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,701 35,069
    2003 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,681 34,048
    2004 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,661 33,056
    2005 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,642 32,093
    2006 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,623 31,158
    2007 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,605 30,251
    2008 50,00% 50,00% 50,00% 50,000 0,587 29,370
    2009 50,00% 35,00% 42,50% 42,500 0,570 24,237
    2010 35,00% 20,00% 27,50% 27,500 0,554 15,226
    2011 20,00% 5,00% 12,50% 12,500 0,538 6,719
    2012 5,00% 0,00% 2,50% 2,500 0,522 1,305
    2013 0,00% 0,00% 0,00% 0,000 0,507 0,000
    2014 0,00% 0,00% 0,00% 0,000 0,492 0,000
    2015 0,00% 0,00% 0,00% 0,000 0,478 0,000
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    Total discounted SAYs lost: 785,163

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  7. SERVICE GAIN AT THE COMPENSATORY AREA (SERVIÇOS GANHOS)
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    Year %Services Gained Raw Discount Discounted
    Beginning End Mean SAYs gained factor SAYs gained
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    1990 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 1,000 0,000
    1991 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,971 0,000
    1992 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,943 0,000
    1993 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,915 0,000
    1994 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,888 0,000
    1995 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,863 0,000
    1996 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,837 0,000
    1997 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,813 0,000
    1998 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,789 0,000
    1999 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,766 0,000
    2000 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,744 0,000
    2001 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,722 0,000
    2002 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,701 0,000
    2003 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,681 0,000
    2004 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,661 0,000
    2005 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,642 0,000
    2006 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,623 0,000
    2007 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,605 0,000
    2008 50,00% 50,00% 0,00% 0,000 0,587 0,000
    2009 50,00% 65,00% 7,50% 7,500 0,570 4,277
    2010 65,00% 80,00% 22,50% 22,500 0,554 12,458
    2011 80,00% 95,00% 37,50% 37,500 0,538 20,158
    2012 95,00% 100,00% 47,50% 47,500 0,522 24,790
    2013 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,507 25,335
    2014 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,492 24,597
    2015 100,00% 100,00% 50,00% 50,000 0,478 23,880
    -----------------------------------------------------------------------------------------------------
    Total discounted SAYs gained = 931,50;
    Discounted SAYs gained per unit area = 9,32;
    Replacement habitat size (acre): 1 * 785.163/9.315 = 84,290.
    Os resultados acima indicam que os serviços ambientais fornecidos anualmente são de
    9,32/acre. Para compensar o dano gerado é necessário recuperar a área contaminada
    e implantar uma nova área de 84,29 acres de várzeas com características semelhantes.
    VALOR ECONÔMICO DO DANO AMBIENTAL
    O valor econômico do dano ambiental causado pelo óleo está associado aos custos de
    recuperação das várzeas e implantação do projeto de compensação. Os especialistas
    estabeleceram um valor de US$ 3000/acre para estas ações. Os serviços ambientais
    perdidos equivalentes foram 785 + 84 acres, portanto, o valor econômico do dano é,
    VALOR DO DANO AMBIENTAL = 869,45 (acres) X 3000 (US$/acre) = US$ 2.608. 350,00

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  8. Os resultados obtidos pelo HEA são razoáveis na maioria dos casos, mas, ainda existem
    alguns pontos críticos neste modelo. O estabelecimento dos parâmetros de entrada e
    de remediação são discutível. A variação do nível dos serviços ambientais e o tempo
    requerido para recuperação do dano são estabelecidos a partir da literatura ou através
    de estimativas dos especialistas, mas, em alguns casos, essas hipóteses adotadas não
    retratam a realidade. Para se contornar estas dificuldades e melhorar a qualidade dos
    resultados, podemos utilizar imagens de satélite, obtidas em diferentes épocas, para
    estabelecer o nível dos serviços dos componentes afetados ao longo do tempo.
    EXEMPLO
    O vazamento de óleo atingiu a flora e o solo de uma floresta. O acidente ocorreu em
    2000 e sete anos depois foi solicitada a valoração econômica do dano. A flora afetada
    foi avaliada com sete imagens de satélite e um Sistema de Informações Geográficas. A
    partir da análise, tratamento e classificação das imagens foi obtido o nível dos serviços
    ambientais em função do tempo. A variação da área da cobertura vegetação afetada
    foi diretamente relacionada com o nível dos serviços ambientais. Em seguida, a técnica
    HEA foi aplicada para determinar o dano efetivo e remediação. Nas Tabelas 3 e 4 estão
    os parâmetros do modelo HEA e do projeto de remediação.
    Tabela 3. Parâmetros do modelo HEA utilizados para avaliação do dano
    PARÂMETROS DO DANO AMBIENTAL
    Tipo de Habitat Floresta
    Ano do impacto ambiental 2000
    Área afetada pelo impacto 2380 m2
    Nível dos serviços após o impacto 67,70%
    Nível dos serviços após a recuperação 90,0%
    Tempo de recuperação do dano 10 anos
    Forma da função de recuperação Linear
    Taxa de desconto anual 3%
    Tabela 4. Parâmetros do projeto de remediação do dano ambiental
    PARÂMETROS DO PROJETO DE COMPENSAÇÃO DO DANO
    Tipo de Habitat Floresta
    Nível inicial de serviços (no mesmo site) 100%
    Ano de implantação do projeto de remediação 2002
    Ano do início de fornecimento de serviços 2004
    Ano do máximo fornecimento de serviços 2010
    Nível máximo dos serviços fornecidos 90%
    Forma da função de recuperação Linear
    Expectativa de tempo dos serviços fornecidos Perpétua
    Razão (Vj
    /Vp
    ) 1:1
    Valor para a remediação (R$/m2) 100,00

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  9. ESTABELECIMENTO DO NÍVEL DOS SERVIÇOS AMBIENTAIS
    A variação do nível dos serviços ambientais foi realizada pela análise e associação dos
    valores da área de cobertura vegetal utilizando imagens de satélite obtidas nos anos
    de 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004 e 2006. As imagens foram georeferenciadas e
    os histogramas foram equalizados para permitir a sua classificação e comparação.
    A determinação das áreas de cobertura vegetal em cada imagem foi realizada através
    da classificação tipo supervisionada, não supervisionada e segmentação com análise
    orientada por objetos. Neste exemplo, vamos utilizar apenas os resultados obtidos da
    classificação manual das imagens. Nas Figuras 07, 08 e 10 estão indicadas as áreas
    ocupadas pela flora em 1999 (antes do acidente), 2003 e 2006, respectivamente.
    No polígono sobre a imagem da Figura 7 foram determinadas as áreas ocupadas pela
    vegetação e pelo solo ao longo do tempo. A área do polígono menor, dentro do maior,
    corresponde à área do solo exposto, antes do dano. A área da vegetação, determinada
    na imagem de 1999, foi adotada com referência e associada com o nível máximo dos
    serviços ambientais (100%) derivados da vegetação afetada, antes do acidente.
    Figura 7. Imagem de satélite da região investigada obtida em 1999.
    .
    Figura 8. Imagem de satélite da região afetada pelo dano obtida em 2003.

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  10. Figura 9. Áreas da cobertura vegetal e do solo exposto determinadas pela classificação
    manual das imagens de satélite, para valorar o dano ambiental do acidente pelo HEA
    Tabela 5. Resultados obtidos das imagens de satélite da área afetada pelo dano
    Ano Área da Vegetação (m2) Serviços (%) Perda (%)
    1999 2638,00 100,00 0,00
    2000 1603,14 67,70 32,30
    2001 595,40 25,10 74,90
    2002 519,01 21,90 78,08
    2003 449,53 18,98 81,02
    2004 365,02 15,40 84,60
    2006 2084,87 88,04 11,96
    A classificação das imagens de satélite forneceu os resultados apresentados na Figura
    9 e Tabela 5. Os resultados indicam que após o acidente houve a redução contínua da
    área superficial da vegetação até 2004. Os resultados indicam também que a partir do
    ano de 2004 houve um aumento da flora até 2006, conforme indica a Figura 10.
    Considerando factível relacionar a área da cobertura vegetal com o nível dos serviços
    ambientais, verifica-se que a máxima redução dos serviços ocorreu em 2004 (84,60%).
    A partir deste ano a vegetação aumento continuamente até 2006 (88,04%). Na Tabela
    6 estão as áreas da vegetação e o nível dos serviços ambientais em função do tempo.
    Os resultados indicam que a perda máxima de flora foi 84,60%, conseqüentemente, o
    nível mínimo dos serviços ambientais foi 15,4%, quatro anos após o acidente, em 2004.
    A partir deste ano, o nível dos serviços aumentou e atingiu 88,04%, em 2006.
    2368,00
    1603,14
    595,40 519,01
    449,53
    365,02
    2084,87
    2,00
    766,86
    1774,60
    1850,99
    1920,47
    2004,98
    285,13
    0
    500
    1000
    1500
    2000
    2500
    1998 2000 2002 2004 2006 2008
    Área (m2)
    Ano
    Área Flora
    Área Solo

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  11. Figura 10. Situação da vegetação afetada no ano de 2006
    Tabela 6. Valores das áreas da vegetação e nível dos serviços em função do tempo
    Ano
    Área Flora
    (m2)
    Relação
    Área x Serviços
    Serviços
    (%)
    Serviços
    Pedidos (%)
    Área Solo
    (m2)
    1999 2368,00 100,00 100,00 0,00 2,00
    2000 1603,14 67,70 67,70 32,30 766,86
    2001 595,40 25,10 25,10 74,90 1774,60
    2002 519,01 21,90 21,90 78,08 1850,99
    2003 449,53 18,98 18,98 81,02 1920,47
    2004 365,02 15,40 15,41 84,60 2004,98
    2006 2084,87 88,04 88,04 11,96 285,13
    ANÁLISE DO EQUIVALENTE HABITACIONAL (HEA)
    Os dados das Tabelas 03, 04 e 06 foram aplicados no modelo da Análise do Equivalente
    Habitacional para calcular o tamanho da área de compensação equivalente a perda
    dos serviços ambientais que deixaram de ser fornecidos pela flora, durante o período
    de recuperação, de 2000 a 2010. A partir desta área equivalente, foi calculado o valor
    econômico do dano ambiental decorrente do acidente. Os parâmetros de entrada do
    modelo e da remediação estão apresentados nas Tabelas 03 e 04, respectivamente.
    Na Tabela 07 e 08 estão indicados os resultados do HEA, respectivamente, perda dos
    serviços ambientais derivados da flora afetada corrigida, pela taxa de desconto de 3%,
    e ganho dos serviços ambientais proveniente da recuperação da área contaminada, ao
    longo de um período de 10 anos, após acidental ocorrido em 200. Os dados das tabelas
    estão apresentados nos gráficos da Figuras 11, 12 e 13. Na Figura 13, estão indicadas
    as áreas correspondentes à perda e ao ganho dos serviços ambientais, associadas com
    o impacto do acidente e a remediação do dano, em função do tempo.

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  12. RESULTADOS DO MODELO HEA
    Tabela 7. Serviços ambientais perdidos pela alteração da vegetação afetada pelo óleo
    Ano
    Serviços Perdidos (%) Perda de
    Bruta
    Fator de
    Desconto
    Perda
    Corrigida
    Inicio Final Média
    2000 32,00 75,00 53,50 1267,95 1,00 1267,95
    2001 75,00 78,00 76,50 1813,05 0,97 1760,24
    2002 78,00 81,00 79,50 1884,15 0,94 1775,99
    2003 81,00 85,00 83,00 1967,10 0,92 1800,18
    2004 85,00 48,50 66,75 1581,98 0,89 1405,56
    2005 48,50 12,00 30,25 716,93 0,86 618,43
    2006 12,00 11,50 11,75 278,48 0,84 233,22
    2007 11,50 11,00 11,25 266,63 0,81 216,79
    2008 11,00 10,50 10,75 254,78 0,79 201,12
    2009 10,50 10,00 10,25 242,93 0,77 186,18
    2010 10,00 10,00 10,00 237,00 0,74 176,35
    Perda definitiva de Serviços Ambientais (m2) 5.878,343
    Perda Total Corrigida dos Serviços Ambientais (m2) 15.520,356
    Figura 11. Nível dos serviços perdidos da vegetação afetada em função do tempo
    0%
    10%
    20%
    30%
    40%
    50%
    60%
    70%
    80%
    90%
    1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012
    Serviços AMbientais
    Ano
    Perda de Serviços

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  13. Tabela 8. Ganho de Serviços Ambientais derivados da recuperação da flora afetada
    Ano
    Serviços Ganhos (%) Ganho
    Bruto
    Fator de
    Desconto
    Ganho
    Corrigido
    Inicio Final Média
    2000 68,00 25,00 -3,50 -82,95 1,00 -82,95
    2001 25,00 22,00 -26,50 -628,05 0,97 -609,76
    2002 22,00 19,00 -29,50 -699,15 0,94 -659,02
    2003 19,00 15,00 -33,00 -782,10 0,92 -715,73
    2004 15,00 51,50 -16,75 -396,98 0,89 -352,71
    2005 51,50 88,00 19,75 468,08 0,86 403,77
    2006 88,00 88,50 38,25 906,53 0,84 759,20
    2007 88,50 89,00 38,75 918,38 0,81 746,72
    2008 89,00 89,50 39,25 930,23 0,79 734,33
    2009 89,50 90,00 39,75 942,08 0,77 722,02
    2010 90,00 90,00 40,00 948,00 0,74 705,40
    Ganho Total de Serviços Ambientais 1651,28
    Ganho de serviços corrigidos / unidade de área 0,697
    Tamanho do Habitat de Compensação (m2) = 1,00 * 15.520,356 / 0,697 22.275,63
    Figura 12. Ganho de Serviços Ambientais com a recuperação da flora afetada
    -40%
    -30%
    -20%
    -10%
    0%
    10%
    20%
    30%
    40%
    50%
    1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010
    Serviços Ambientais
    Ano
    Ganho de Serviços

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  14. Figura 13. Representação da área afetada pelo dano (azul) e de remediação (vermelha)
    para compensar o dano ambiental causado pela contaminação das várzeas com óleo
    Os resultados, apresentados nas Tabelas 07 e 08 e nos gráficos das Figuras 11 a 13,
    indicam que o óleo derramado no acidente afetou 2380m2 de florestas e causou danos
    na flora, no solo e nos serviços ambientais fornecidos por estes fatores ambientais.
    Os resultados indicam que, durante quatro anos após o acidente, houve uma perda de
    84,60% da flora e, conseqüentemente, houve a redução no fornecimento dos serviços
    ambientais derivados dos recursos. Este resultado foi obtido pela análise sistemática e
    classificação das sete imagens de satélite de alta resolução utilizadas no trabalho.
    Os resultados do HEA indicam que os serviços ambientais perdidos durante dez anos,
    após o acidente, necessários para recuperar o dano, equivalem a uma área de várzea
    igual a 15.521m2, com características semelhantes às áreas afetadas pelo óleo. Além
    disto, é necessário também desenvolver uma área nova de 22.272 m2 de várzeas para
    compensar o dano ambiental provocado pelo acidente. Assim, a área equivalente total
    à perda dos serviços ambientais é igual a 37.793 m2.
    VALOR ECONÔMICO DO DANO AMBIENTAL
    Considerando o valor médio de R$10,00/m2 estabelecido para executar os serviços de
    recuperação das várzeas contaminadas e a implantação do projeto de compensação,
    obtemos o valor econômico do dano ambiental,
    VALOR TOTAL DO DANO AMBIENTAL = 37.793 m2 x R$ 10,00 /m2 = R$ 377.930,00
    -40%
    -20%
    0%
    20%
    40%
    60%
    80%
    100%
    2000 2002 2004 2006 2008 2010
    Serviços Ambientais
    Perda de Serviços
    Ganho de Serviços

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