pulmonar, adquirida na comunidade A criança ou adolescente não esteve internada nos sete dias que precederam o diagnóstico, ou este é feito nas primeiras 48 horas de internamento.
são os microrganismos responsáveis mais comuns; os vírus mais prevalentes são o vírus sincicial respiratório, o influenza e o parainflenza. O Streptococcus pneumoniae é o principal agente de PAC bacteriana típica em todas as idades; outros agentes, raros, são o Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes. O Mycoplasma pneumoniae e a Chlamydophila pneumoniae são microrganismos responsáveis por PAC bacteriana atípica. Classicamente distingue-se entre pneumonia viral, bacteriana e atípica.
crianças hospitalizadas. A PAC é uma das principais causas de morbilidade e mortalidade pediátrica. 1 a 3 meses 3 meses a 5 anos Mais de 5 anos Vírus sincicial respiratório Vírus parainfluenza Adenovirus Streptococcus pneumoniae Staphilococcus aureus Chlamydophila trachomatis Haemophilus influenza tipo b Vírus sincicial respiratório Vírus parainfluenza Vírus Influenza Adenovirus Metapneumovirus Streptococcus pneumoniae Mycoplasma pneumoniae Staphilococcus aureus Mycoplasma pneumoniae Streptococcus pneumoniae Chlamydophila pneumonia Streptococcus pyogenes
o diagnóstico. A febre e tosse são sugestivas de pneumonia; A taquipneia é o sinal mais sensível e específico: < 2 meses: FR > 60cpm; 2 – 12 meses: FR > 50cpm; 1 – 5 anos: FR > 40cpm; ≥ 5 anos: FR > 20cpm Os sinais e sintomas de PAC variam com a idade, o agente etiológico responsável e a gravidade da doença.
é obrigatória em todas as crianças ou adolescentes com suspeita clínica de pneumonia sem critérios de gravidade ou de internamento, Não deve ser repetida se boa evolução clínica. No início da doença, a PAC pode não ter expressão radiológica. Deve-se requisitar 1 incidência: <4 anos: ântero-posterior; >4 anos: póstero-anterior.
e ionograma) deve ser pedida para orientação clínica, nos casos com critérios de gravidade ou critérios de internamento. Outros exames laboratoriais, para estudo etiológico, podem estar indicados, nomeadamente: hemocultura antes de iniciar antibioticoterapia em internamento, testes rápidos para vírus respiratórios, e serologia para Mycoplasma pneumoniae.
haver coabitantes doentes; O início é gradual com tosse seca irritativa e febre inferior a 39ºC; Geralmente tem associada rinofaringite, conjuntivite, mialgias, exantema e/ou diarreia; Na auscultação pulmonar é habitual existirem fervores crepitantes bilaterais e/ou broncospasmo; Na radiografia de tórax observa-se um infiltrado intersticial difuso ou peri- hilar bilateral; As análises laboratoriais podem ser normais ou haver linfocitose/monocitose com PCR negativa ou pouco aumentada.
raro haver coabitantes doentes; O início é súbito com febre superior a 39ºC Geralmente associada a mau estado geral e pode ser acompanhada de meningismo (lobo superior) ou dor abdominal (lobo inferior), vómitos, recusa alimentar ou dor pleurítica (crianças mais velhas); Auscultação pulmonar geralmente com fervores crepitantes localizados e /ou diminuição do murmúrio vesicular localizado; Na radiografia de tórax pode observar-se condensação lobar ou segmentar (específico mas pouco sensível), infiltrados alveolares ou existência de complicações; As análises frequentemente revelam leucocitose com neutrofilia/neutropenia e PCR elevada (≥ 35-60 mg/L); O Staphylococcus aureus e o Streptococcus pyogenes podem causar pneumonia grave. Valor preditivo positivo de PCR 40-60mg/dl é de 64%
É frequente haver coabitantes doentes; Tem um agravamento progressivo com tosse inicialmente irritativa e posteriormente produtiva, febre inferior a 38,5ºC, geralmente com estado geral preservado; Pode associar-se a odinofagia, cefaleias, astenia ou outras manifestações extrapulmonares; Auscultação pulmonar com fervores crepitantes/subcrepitantes bilaterais e/ou broncospasmo; A radiografia de tórax pode revelar infiltrados intersticiais bilaterais (“asas de borboleta”); As análises laboratoriais podem apresentar linfocitose ou monocitose com PCR negativa ou pouco aumentada. Chlamydophila pneumoniae e Mycoplasma pneumonia
Não existem coabitantes doentes; Apresenta-se com tosse acessual de agravamento progressivo, sem febre e pode associar-se a rinorreia; É geralmente precedida de conjuntivite e há história de infeção genital materna na gravidez; Na auscultação pulmonar é habitual existirem fervores crepitantes/subcrepitantes bilaterais e/ou broncospasmo; A radiografia de tórax geralmente revela hiperinsuflação com infiltrados intersticiais difusos; As análises laboratoriais podem apresentar eosinofilia com PCR negativa ou pouco aumentada. Chlamydophila trachomatis
e mais tarde no adolescente e adulto; É frequente existirem coabitantes doentes; O início é gradual com tosse acessual de agravamento progressivo podendo existir cianose/congestão da face e guincho no pequeno lactente, sem febre; A auscultação pulmonar pode ser normal, assim como a radiografia de tórax; As análises laboratoriais podem ser normais ou apresentar leucocitose com linfocitose e PCR negativa ou pouco elevada. Trombocitose - gravidade Bordetella pertussis
meses com suspeita de pneumonia bacteriana. Sinais de gravidade hipoxemia (SpO2 <92% em ar ambiente); dificuldade respiratória (FR >70 rpm em lactentes e >50rpm em crianças, tiragem, adejo, gemido, apneias, alteração do estado de consciência), aspeto tóxico, desidratação, taquicardia, tempo de reperfusão capilar >2 segundos.
fibrose quística, doença neuromuscular, renal ou cardíaca, anemia falciforme Incapacidade dos familiares para prestação dos cuidados e vigilâncias adequados. Falência terapêutica: sem melhoria clínica ou persistência da febre 48-72h após início de terapêutica em ambulatório.
Hidratação Oxigenação adequada (para manter SatO2 > 92%) A criança com PAC tratada em ambulatório deve ser sempre reavaliada por médico assistente ao fim de 24 a 48h ou antes se agravamento clínico.
90 a 100 mg/kg/dia de amoxicilina, 8/8h ou 12/12h (máximo 3 g/dia), 10 dias Amoxicilina / Ác. Clavulânico, EV, 50 mg/kg/dose de amoxicilina, 8/8h (máximo 1,2 g de ácido clavulânico/dia), 10 dias * < 12 meses e/ou vacinação incompleta para H. influenza b; suspeita de infeção por H. influenza, M. catarrahalis; sobreinfecção PAC viral (Influenza - possibilidade de infeção por S. aureus) PAC bacteriana
mg/kg/dia, 8/8h ou 6/6h (máximo 8 g/dia ou 2 g/dose) Se suspeita de S. aureus meticilina resistente usar Clindamicina ou Vancomicina PAC, grave: Cefalosporina 3ª geração, p.e. ceftriaxone, EV, 100 mg/kg/dia, 12/12h ou 24/24h (máximo 4g/dia), 10 dias e Macrólido, p.e., claritromicina, PO ou EV, 15 mg/Kg/dia, 12/12h (máximo 500 mg/dose), 14 dias PAC bacteriana
a via oral assim que possível, se tolerância oral mantida e boa evolução clínica. A eficácia da via oral é sobreponível à da via endovenosa, desde que a criança tenha mais de 6 meses de idade, boa tolerância oral e não haja suspeita de complicações ou sépsis.
geral, tolerância alimentar e melhoria do padrão da febre por pelo menos 12 a 24h. SpO2 ≥92% de forma consistente em ar ambiente durante pelo menos 12 a 24h. Capacidade de completar antibioticoterapia oral ou em alternativa endovenosa, em regime de ambulatório – verificar tolerabilidade ao antibiótico oral antes da alta, principalmente nos lactentes.
Pneumonia adquirida na comunidade. Orientações para actuação em Pediatria, Acta Pediatr Port 2007:38(2):90-2. W. J.Barson. Clinical features and diagnosis of community-acquired pneumonia in children. uptodate, accessed 16/9/2012. W. J. Barson. Epidemiology, pathogenesis, and etiology of pneumonia in children, uptodate. accessed 16/9/2012. W. J. Barson. Outpatient treatment of community-acquired pneumonia in children, uptodate. accessed 16/9/2012. W. J. Barson. Inpatient treatment of pneumonia in children. uptodate, accessed 16/9/2012. Urgências no Ambulatório em Idade Pediátrica / Direcção-Geral da Saúde. – Lisboa: Direcção-Geral da Saúde, 2005. J. S. Bradley et al. The Management of Community-Acquired Pneumonia in Infants and Children Older Than 3 Months of Age: Clinical Practice Guidelines by the Pediatric Infectious Diseases Society and the Infectious Diseases Society of America. Clinical Infectious Diseases Advance Access published August 30, 2011. M. Harris et al. British Thoracic Society guidelines for the management of community acquired pneumonia in children: update 2011 A. A. Martín et al. Etiología y diagnóstico de la neumonía adquirida en la comunidad y sus formas complicadas. Na Pediatr (Barc). 2012;76(3):162.e1--162.e18 DGS, Diagnóstico e tratamento da Pneumonia Adquirida na Comunidade em Idade Pediátrica (norma em discussão nº 019/2012 de 26/12/2012 P. I. Tam. Approach to Common Bacterial Infections: Community-Acquired Pneumonia. Pediatr Clin N Am 60 (2013) 437–453