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Da perfeita devoção à Santíssima Virgem ou a pe...

Salve Maria
October 22, 2019

Da perfeita devoção à Santíssima Virgem ou a perfeita consagração a Jesus Cristo

Salve Maria

October 22, 2019
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  1. Capítulo IV ❖ Da perfeita devoção à Santíssima Virgem ou

    a perfeita consagração a Jesus Cristo ❖ Art. I - Uma perfeita e inteira consagração de si mesmo à Santíssima Virgem ❖ Art. II - Uma perfeita renovação dos votos do batismo ❖ Respostas a objeções
  2. A mais perfeita Devoção ◦ 120. A mais perfeita devoção

    é aquela pela qual nos conformamos, unimos e consagramos mais perfeitamente a Jesus Cristo, pois toda a nossa perfeição consiste em sermos conformados, unidos e consagrados a ele. Ora, pois que Maria é, de todas as criaturas, a mais conforme a Jesus Cristo, segue daí que, de todas as devoções, a que mais consagra e conforma uma alma a Nosso Senhor é a devoção à Santíssima Virgem, sua santa Mãe, e que, quanto mais uma alma se consagrar a Maria, mais consagrada estará a Jesus Cristo.
  3. Art. 1 ◦ Por esta razão a mais perfeita consagração

    a Jesus Cristo é uma inteira consagração à Santíssima Virgem. ◦ Entregar-se à Ss. Virgem, para pertencer inteiramente a Jesus. ◦ Nisto consiste a doutrina de S. Luís M. G. De Montfort.
  4. A mais perfeita Devoção ◦ É preciso entregar-se totalmente à

    Ss. Virgem, dando-lhe: ◦ O corpo com todos seus membros e sentidos ◦ Nossa alma com todas as suas potências ◦ Nossos bens exteriores presentes e futuros ◦ Nossos bens interiores e espirituais: méritos, virtudes, boas obras presentes e futuras
  5. A mais perfeita Devoção ◦ Condições ◦ Entregar sem reservas

    ◦ Sem esperar recompensa ◦ Visando apenas a honra de melhor servir a Nosso Senhor por ela e nela.
  6. As boas obras ◦ Valor satisfatório e impetratório ◦ Satisfatório:

    boa obra que satisfaz a pena devida pelo pecado. Não podem ser transmitidas a terceiros. ◦ Impetratório: boa ação enquanto merece a graça e a glória eterna. Podem ser aplicados a terceiros.
  7. As boas obras ◦ Valor satisfatório e impetratório ◦ Satisfatório:

    boa obra que satisfaz a pena devida pelo pecado. Não podem ser transmitidas a terceiros. ◦ Impetratório: boa ação enquanto merece a graça e a glória eterna. Podem ser aplicados a terceiros. ◦ Nesta consagração damos tudo a Nossa Senhora: méritos, graças e virtudes.
  8. As boas obras ◦ Valor satisfatório e impetratório ◦ Na

    consagração de S. Luís M. G. De Montfort, damos tudo a Nossa Senhora: o valor impetratório das boas obras passa a ser dela e o valor satisfatório passa a ser custodiado por Ela. ◦ Méritos, graças e virtudes são incomunicáveis, portanto, damo- las para serem melhor guardadas e aumentadas. (122 TVD)
  9. Mérito segundo S. Tomás ◦ Anexo à justiça de Deus:

    dar àquele o que é devido. ◦ Tipos de mérito. ◦ Condições para o mérito: ◦ Moralmente bom ◦ Moralmente livre ◦ Feito com a assistência da graça atual ◦ Inspirado por um motivo sobrenatural
  10. Mérito segundo S. Tomás ◦ S. Tomás Suma Ia IIa.

    Q. 114 art. 4 ◦ Como do sobredito resulta, as nossas obras podem ser meritórias, por duas razões. Primeiro, em virtude da moção divina, e então, merecemos condignamente. Depois, por procederem do livre arbítrio, pelo qual agimos voluntariamente. E por este lado, o mérito é côngruo; pois é congruente, que o homem, usando bem das suas capacidades, Deus obre mais excelentemente, de conformidade com a sobreexcelência do seu poder.
  11. Tipos de Mérito ◦ Por onde é claro que, por

    mérito condigno, ninguém, salvo Cristo, pode merecer para outrem a primeira graça. Porque todos nós somos movidos por Deus, pelo dom da graça, para chegarmos à vida eterna; e portanto, o mérito condigno não pode ir além dessa moção. A alma de Cristo, porém, recebeu, pela graça, essa moção divina, não só para alcançar a glória da vida eterna, mas também para levar os outros para ela, como cabeça da Igreja e autor da salvação humana, conforme a Escritura: Levou muitos filhos à glória, ele o autor da salvação etc.
  12. Tipos de Mérito ◦ Por mérito côngruo, porém, podemos merecer

    para outrem a primeira graça. Pois, o homem, constituído em graça, cumprindo a vontade de Deus, é congruente que Deus, por uma amizade proporcional, cumpra a vontade de um relativa à salvação de outro. Embora, às vezes, possa advir impedimento por parte daquele a quem esse justo desejava a justificação. Ora, é a um caso dessa espécie que se refere o lugar de Jeremias, ultimamente citado.
  13. As boas obras ◦ Bens exteriores e os sentidos: ◦

    São as virtudes da incomparável Virgem. As virtudes de fé, esperança, caridade, humildade, obediência, etc., e as outras virtudes, exteriores se quiserem, mas que tem sua sede na alma, e servem do corpo para se exercerem e por isso foram chamadas pequenas virtudes: a modéstia, a doçura, a indulgência, a afabilidade de espírito, a caridosa dissimulação das faltas, este “quê” de simplicidade e de nobreza, que atrai, acalma, anima e fortalece a quantos de nós se acercam. (Pe. Júlio Maria de Lombaerde)
  14. As boas obras ◦ Bens interiores: a alma e suas

    potências: inteligência, vontade e sensibilidade.
  15. As boas obras ◦ Daí seguem as conclusões: ◦ 1.

    Entregamos a Jesus Cristo de modo mais perfeito todos os nossos bens interiores e exteriores que ganhamos no dia a dia: isto não se faz nem numa ordem religiosa.
  16. As boas obras ◦ Daí seguem as conclusões: ◦ 1.

    Entregamos a Jesus Cristo de modo mais perfeito todos os nossos bens interiores e exteriores que ganhamos no dia a dia: isto não se faz nem numa ordem religiosa. ◦ Em uma ordem religiosa há o voto de pobreza, castidade e obediência, às vezes até de clausura, mas não há dos bens interiores, maior tesouro. Não se chega a este nível de renúncia.
  17. As boas obras ◦ Daí seguem as conclusões: ◦ 2.

    A pessoa que realiza esta consagração não pode dispor do valor de qualquer de suas boas obras. Tudo pertence à Ss. Virgem ◦ Humildade ◦ Abandono à vontade de Deus ◦ “Quand on donne un oeuf, c’est pour avoir un boeuf”
  18. As boas obras ◦ Daí seguem as conclusões: ◦ 2.

    A pessoa que realiza esta consagração não pode dispor do valor de qualquer de suas boas obras. Tudo pertence à Ss. Virgem ◦ Esta consagração não compromete os deveres de estado, como no caso do sacerdote que aplica a Missa por uma intenção.
  19. As boas obras ◦ Piedosa consagração popular: ◦ Ofereço-me a

    vós todo inteiro. E para provar meu devotamento, consagro-vos hoje meus olhos, meus ouvidos, minha boca, meu coração, e todo o meu ser. E já que vos pertenço, ó Mãe, guardai- me, defendei-me, como vosso bem e vossa propriedade.”
  20. As boas obras ◦ Daí seguem as conclusões: ◦ 3.

    Esta consagração é feita conjuntamente à Santíssima Virgem e a Jesus Cristo; à Santíssima Virgem como ao meio perfeito que Jesus Cristo escolheu para se unir a nós e nós a ele; e a Nosso Senhor como o nosso fim último, ao qual devemos tudo o que somos, como a nosso Redentor e nosso Deus. (125) ◦ “Maria, como dizem os Santos Padres, é o sacramento universal das graças divinas”. Todos os que dela se aproximam, recebem algum benefício; mas, quanto melhores forem as nossas disposições, mais numerosos serão esses benefícios.
  21. Art II – Renovação das Promessas do Batismo ◦ Antes

    do batismo, todo cristão era escravo do demônio, pois lhe pertencia. ◦ No batismo renunciou ao demônio e suas pompas. É o que faz nesta consagração: renuncia ao demônio, ao mundo, ao pecado.
  22. Art II – Renovação das Promessas do Batismo ◦ Pelo

    batismo somos de Cristo, mas permanecemos livres para aplicar o valor de nossas boas obras. ◦ No santo batismo, diz Santo Tomás, os homens fazem o voto de renunciar ao demônio e às suas pompas: “In baptimo vovent homines abrenuntiare diabolo et pompis eius”.47 E este voto, afirma Santo Agostinho, é o maior e o mais indispensável. (147)
  23. Art II – Renovação das Promessas do Batismo ◦ Quem

    mantém a fidelidade às promessas batismais? Quem não se esquece do compromisso realizado? Por isso a necessidade da renovação das promessas batismais. ◦ 129: O Catecismo de Concílio de Trento exorta os curas a fazer o mesmo, e a relembrar aos fiéis que estão ligados e consagrados a Nosso Senhor Jesus Cristo, como escravos a seu Redentor e Senhor
  24. Art II – Renovação das Promessas do Batismo ◦ Os

    concílios, os padres e a experiências nos mostram que é necessária uma renovação das promessas batismais. ◦ Convém muito que se faça esta renovação da promessa a Nosso Senhor por intermédio de sua Mãe Santíssima. ◦ Serve para todos (Pe. JML)
  25. Respostas a Objeções ◦ Esta devoção não é nova ou

    sem importância, pois os concílios e padres já o aconselham no decorrer da história. ◦ Esta prática também não é sem importância, pois a principal fonte de todas as desordens e conseqüente condenação dos cristãos está no esquecimento e indiferença por esta renovação.
  26. Respostas a Objeções ◦ Esta devoção não nos torna impotentes

    para socorrer as almas de nossos parentes, amigos e benfeitores, uma vez que entregamos todos os nossos bens interiores? ◦ Nossos parentes, amigos e benfeitores não podem sofrer prejuízo por nos termos devotado e consagrado sem reserva ao serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo e de sua Mãe Santíssima. Seria uma injúria ao poder divino, que mais sabiamente que nós saberá socorrê-los.
  27. Respostas a Objeções ◦ Esta prática não impede que rezemos

    pelos outros. ◦ Pelo contrário, esta devoção nos levará a rezar com muito mais confiança, pois confiamos tudo a Maria Santíssima, que muito mais que nós poderá fazer pelo nosso próximo.
  28. Respostas a Objeções ◦ Há quem diga que dando tudo

    a Nossa Senhora, terá de passar muito tempo no purgatório. ◦ Objeção produto de amor próprio e ignorância da liberalidade divina.
  29. Respostas a Objeções ◦ Uma alma cheia de fervor e

    generosa, que antepõe os interesses de Deus aos seus próprios, que tudo que tem dá a Deus inteiramente, sem reserva, que só aspira à glória e ao reino de Jesus Cristo por intermédio de sua Mãe Santíssima, e que se sacrifica completamente para obtê-lo, esta alma generosa, repito, e liberal, será castigada no outro mundo por ter sido mais liberal e desinteressada que as outras? Muito ao contrário, é a esta alma que Nosso Senhor e sua Mãe Santíssima se mostram mais generosos neste mundo e no outro, na ordem da natureza, da graça e da glória.