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Vamos falar sobre o luto?

Vamos falar sobre o luto?

Em 24 de Junho de 2015, apresentamos os resultados da 1a fase do projeto “Vamos falar sobre o luto?” para aproximadamente 200 convidados no Estúdio Glória / São Paulo.
Compartilhamos aqui os slides utilizados durante o evento, embora eles sejam apenas parte do que foi apresentado e discutido naquela noite e limitados na sua capacidade de transmitir emoção e dar peso às informações.
Adicionamos textos em itálico - como esse aqui - para facilitar a compreensão. Muito obrigada!

Mais informações:
[email protected]
www.vamosfalarsobreoluto.com.br
benfeitoria.com/vamosfalarsobreoluto

Transcript

  1. Em 24 de Junho de 2015, apresentamos os resultados da

    1a fase do projeto “Vamos falar sobre o luto?” para aproximadamente 200 convidados no Estúdio Glória / São Paulo. Compartilhamos aqui os slides utilizados durante o evento, embora eles sejam apenas parte do que foi apresentado e discutido naquela noite e limitados na sua capacidade de transmitir emoção e dar peso às informações. Adicionamos textos em itálico - como esse aqui - para facilitar a compreensão. Muito obrigada!
  2. Quem somos nós Não somos especialistas no luto. Mas já

    passamos por ele e sentimos que essa é uma das etapas mais difíceis da vida. Somos 7 amigas com o desejo de trazer acolhimento e inspiração a amigos e desconhecidos que ainda vão viver isso. A maior parte do grupo é da área de comunicação e nos perguntávamos como poderíamos contribuir. Foi assim que começou nosso projeto no final de 2014.
  3. Por que os tsurus são o símbolo do projeto? Bom,

    os tsurus são aves sagradas no Japão, símbolo da saúde, da boa sorte, felicidade, longevidade e da fortuna. Mas, como todos os pássaros, eles também representam para nós coragem e libertação.
  4. VIDA A vida realmente é uma jornada incrível. A família

    que a gente ganha, os amigos que a gente faz pelo caminho, os desafios e as conquistas, as descobertas de cada fase, os aprendizados… todo amor que a gente dá e recebe durante anos e anos. Tudo isso é maravilhoso. Mas a vida não é feita só de bons momentos. Talvez isso seja o que caiba nas redes sociais, o que é diferente, mas a gente sabe que a vida não vem apenas com a opção felicidade. Perder uma pessoa que amamos talvez seja a pior prova. E o luto, um dos momentos mais difíceis da vida. Mas, ainda assim, também faz parte dela.
  5. Não somos especialistas no luto e ter passado por isso

    não nos confere qualquer autoridade. A maior parte do grupo vem da área de comunicação. Então resolvemos começar escutando. Vamos falar sobre o luto? – era uma pergunta. Será que alguém mais gostaria de falar sobre isso? Tivemos a ideia de começar ouvindo aqueles que também passaram pela experiência.
  6. Lançamos na internet uma página muito simples – www.vamosfalarsobreoluto.com.br -

    com um convite: conte para a gente como foi viver o luto. Divulgamos nas nossas redes sociais e só.
  7. Obrigada pela oportunidade de abrir meu coração, acho que nunca

    tinha escrito sobre isso antes! KARINA ‘‘ Em menos de meia hora, recebemos o email da Karina, que contou a sua história e ao final se despediu assim:
  8. Depois da Karina, mais de 170 pessoas nos escreveram (e

    em algum momento, essa foi a parede da casa da Mari).
  9. A maioria nos agradece, na primeira ou última frase, pela

    oportunidade de falar. Alguns passaram por perdas recentes, outros resgatam memórias de 20, 30 e até 40 anos.
  10. DOR AMOR Os emails traziam muita dor, claro. Mas eles

    são, definitivamente, histórias de amor. Porque, como muitos nos disseram, só vive o luto quem amou demais alguém.
  11. DOR AMOR SAUDADE CORAGEM FÉ VONTADE DE VIVER RENASCIMENTO APRENDIZADOS

    MUDANÇAS NA VIDA MUDANÇAS EM MIM UNIÃO TABU SOLIDÃO AMIZADE DICAS CHOQUE REINVENÇÃO MORTE VIDA FAMÍLIA FORÇA AGRADECIMENTO VAZIO INCOMPREENSÃO Os emails tratavam de outros sentimentos. Depois de receber dezenas deles, decidimos procurar especialistas no assunto e ampliar a escuta.
  12. CONFESSIONÁRIO ONLINE OFICINAS DE CRIAÇÃO O QUE OS ESPECIALISTAS DIZEM

    ENTREVISTAS MINI.DOC Ao todo, recebemos 172 histórias por email. Entrevistamos profissionais incríveis que se dedicam ao tema: Gabriela Casellato, Ana Claudia Arantes, Adriana Thomaz, Carolina e Bel Cezar Gravamos depoimentos de 10 pessoas para um minidoc realizado pela Tiê Filmes. Reunimos participantes em grupos para pensar no futuro do tema. O que poderíamos fazer?
  13. Gostaríamos de dividir com vocês uma síntese do que lemos,

    escutamos e aprendemos com as pessoas ao longo do caminho. O que elas contam quando são convidadas a falar sobre o luto?
  14. A MORTE TIRA TUDO DO LUGAR Quase todos os emails

    começam falando do momento em que a morte chega… ela, que apesar ser certeza, parece que nunca fará parte na nossa história. Mas quando chega, tira tudo do lugar e traz muita dor. Para muitos, uma dor que vai além do coração e toma conta de todo corpo. Como se o tsunami tivesse passado, a sensação de ter sido atropelado ou ejetado do mundo. Achar que aquele foi o dia mais duro, para alguns mais frio, mais surreal de suas vidas. Ser capaz de contar com detalhes algo que aconteceu há poucos meses ou há muitos e muitos anos.
  15. "Tenho a sensação que estou sonhando e que nada disso

    aconteceu.” "Em um instante, aquele instante, profunda tristeza, alívio (com culpa), medo, profundo desejo de voltar a ser criança e não entender o que está acontecendo”. "Um dia eu acordei e vi tudo à minha volta mudar.“Perdi minha mãe em 2009 e, desde então, minha vida mudou.” Kamila “Minhas pernas perderam a força, caí sentada no banco do carro, senti que minha vida tinha acabado. A dor era tão grande que a vontade era de morrer junto.” “A notícia caiu como uma bigorna em minha cabeça. Lembro que comecei a tremer.” "Não dormi e nem tinha sono. Uma mistura de choque e apatia”. "A tarde foi esquisita. Eu não conseguia ter nenhum sentimento. Estava vazia. Não fiquei triste, não parei a minha vida, e a todo momento eu me parava e dizia a mim mesma: o que você está sentindo? E eu não sentia nada.” “Naquele domingo gelado, a parte mais significativa do meu mundo deixou de existir e eu não sabia para onde ir.” "Eu não entendia nem a perda, nem as respostas da minha alma e do meu corpo ao que tinha acontecido” "Senti que tinha perdido meu chão, a dor é inexplicável.” "Quando o meu pai morreu, senti como se alguém tivesse enfiado a mão no meu peito e arrancado um pedaço do meu coração." “O enterro sela a dor, esmaga o coração embaixo da terra. Lembro com clareza de cada segundo. Se a vida fosse um trem, ele teria caído no abismo e explodido lá embaixo naquele momento. ”Kamilla ‘‘
  16. "Tenho a sensação que estou sonhando e que nada disso

    aconteceu.” "Em um instante, aquele instante, profunda tristeza, alívio (com culpa), medo, profundo desejo de voltar a ser criança e não entender o que está acontecendo”. "Um dia eu acordei e vi tudo à minha volta mudar.“Perdi minha mãe em 2009 e, desde então, minha vida mudou.” Kamila “Minhas pernas perderam a força, caí sentada no banco do carro, senti que minha vida tinha acabado. A dor era tão grande que a vontade era de morrer junto.” “A notícia caiu como uma bigorna em minha cabeça. Lembro que comecei a tremer.” "Não dormi e nem tinha sono. Uma mistura de choque e apatia”. "A tarde foi esquisita. Eu não conseguia ter nenhum sentimento. Estava vazia. Não fiquei triste, não parei a minha vida, e a todo momento eu me parava e dizia a mim mesma: o que você está sentindo? E eu não sentia nada.” “Naquele domingo gelado, a parte mais significativa do meu mundo deixou de existir e eu não sabia para onde ir.” "Eu não entendia nem a perda, nem as respostas da minha alma e do meu corpo ao que tinha acontecido” "Senti que tinha perdido meu chão, a dor é inexplicável.” "Quando o meu pai morreu, senti como se alguém tivesse enfiado a mão no meu peito e arrancado um pedaço do meu coração." depoimentos
  17. O LUTO É ESTRANHO, INTENSO, INSTÁVEL O período que vem

    depois, o tal do luto, é estranho, intenso, instável. Como se fosse tivesse caído em um buraco rumo ao desconhecido, ou tivesse aberto uma porta sem ideia do que encontraria por lá. Experiências, pensamentos e sentimentos inéditos te atropelam. O mundo parece esquisito e você também se estranha. E as coisas vêm em ondas como em uma grande montanha-russa. Um manhã boa não é garantia de uma tarde decente.Às vezes pequenos acontecimentos disparam tristeza e saudade.
  18. “Quando penso nesse ano que passou, parece que ficou tudo

    embaralhado, que não existiu nada além da partida dele.” "Ao chegar em casa, muita gente, muito barulho, muita intensidade.” “Temos o conhecimento intelectual, mas no momento do envolvimento emocional com o episódio da perda tudo é muito diferente.” “Conheci um choro meu que nem sabia que existia. Ele surgiu com um outro som e dinâmica, vem acompanhado de pequenos soluços e falta de ar.” "Um vazio inexplicável.” "Conheci um vazio do tamanho do espaço sideral.” “O que pode sentir quem, há oito meses, apesar de tanta gente ao redor, sente-se terrível e irremediavelmente só?” “A saudade, a dor, a gratidão, a aceitação, a saudade de novo, a dor de novo…..em ondas que virão para todo o sempre.” “Nos dias seguintes a morte dele, eu ficava pensando que a vida no mundo continuava normal e igual: o sol nasce, o jornal chega, as pessoas vão trabalhar. Tem uma música da Pitty, Sete Vidas, que exprime bem o que eu sentia: ‘Desconcertante perceber que as coisas são e tudo floresce a despeito de nós’.” O processo de recuperação foi confuso, cheio de idas e vindas e oscilações. Dor, saudade, solidão, euforia, ansiedade, medo, alguma dose de revolta, mais medo, mais solidão, algumas fugas, momentos de alegria, tudo junto, tudo separado, tudo junto outra vez." Chiara ‘‘
  19. “Quando penso nesse ano que passou, parece que ficou tudo

    embaralhado, que não existiu nada além da partida dele.” "Ao chegar em casa, muita gente, muito barulho, muita intensidade.” “Temos o conhecimento intelectual, mas no momento do envolvimento emocional com o episódio da perda tudo é muito diferente.” “Conheci um choro meu que nem sabia que existia. Ele surgiu com um outro som e dinâmica, vem acompanhado de pequenos soluços e falta de ar.” "Um vazio inexplicável.” "Conheci um vazio do tamanho do espaço sideral.” “O que pode sentir quem, há oito meses, apesar de tanta gente ao redor, sente-se terrível e irremediavelmente só?” “A saudade, a dor, a gratidão, a aceitação, a saudade de novo, a dor de novo…..em ondas que virão para todo o sempre.” “Nos dias seguintes a morte dele, eu ficava pensando que a vida no mundo continuava normal e igual: o sol nasce, o jornal chega, as pessoas vão trabalhar. Tem uma música da Pitty, Sete Vidas, que exprime bem o que eu sentia: ‘Desconcertante perceber que as coisas são e tudo floresce a despeito de nós’.” depoimentos
  20. ALGUMAS COISAS TRAZEM MAIS DOR Sentir-se sozinho, sem ter com

    quem conversar. Às vezes sozinho dentro da própria casa, quando cada um da família toma um caminho diferente. Perceber a pressa dos outros ou mesmo a sua cobrança de ficar bem logo. Encarar o primeiro ano, o primeiro ciclo sem a pessoa amada, e as datas festivas. Isso sem falar na burocracia e na falta de tato das empresas.
  21. O mais difícil é que as pessoas evitam de falar

    sobre o assunto com medo de aumentar mais o sofrimento, mas com certeza é o momento em que mais é preciso conversar. Patrícia. "Mais agressivo é o atendimento via Call Centers, é um verdadeiro desrespeito. Acho que devia ter uma equipe profissional de apoio ao LUTO para as tratativas como encerramento de conta bancária, cartão de crédito e serviços como assinaturas e TV a cabo. A cada telefonema é um sofrimento para quem está do outro lado da linha”. "E eu assumi esse 'peso' de ser responsável por toda a minha família e tentar diminuir a dor delas. Lembro que a dor era triplicada, porque pensava na minha dor e sofria pela dor delas também. Se pudesse, pegava a dor de todo mundo pra mim, porque tinha a impressão que seu eu não as visse sofrendo, eu sofreria menos (louco isso, né? eu sei)". "O mais difícil é que as pessoas evitam de falar sobre o assunto com medo de aumentar mais o sofrimento, com certeza é o momento que mais é preciso conversar, precisamos escutar, falar. Temos medo de ser chatos e negativos falando mil vezes sobre o assunto, mas ao meu ver precisamos viver esse momento de dor, para depois conviver com a dor e aceitar, pois o vazio jamais passará." “Conversava pouco sobre o assunto, porque as pessoas pensam logo que você está com depressão e ficam com pena. Não sei de onde veio essa ideia, mas ouvi várias pessoas dizendo que é normal chorar até mais ou menos um ano após a morte. Depois disso, você está com depressão.” “Estas festas estão sendo um tormento para mim... pois não quero atrapalhar a alegria de ninguém, mas meu coração está estraçalhado”. “Não vai ser fácil passar pelo dia 19/fevereiro de novo” A pressão social dessa sociedade pós-Prozac, na qual todos têm que ser felizes o tempo todo, me incomoda demais. Quando foi que perdemos o direito de chorar os mortos? Cristiane ‘‘
  22. O mais difícil é que as pessoas evitam de falar

    sobre o assunto com medo de aumentar mais o sofrimento, mas com certeza é o momento em que mais é preciso conversar. Patrícia. "Mais agressivo é o atendimento via Call Centers, é um verdadeiro desrespeito. Acho que devia ter uma equipe profissional de apoio ao LUTO para as tratativas como encerramento de conta bancária, cartão de crédito e serviços como assinaturas e TV a cabo. A cada telefonema é um sofrimento para quem está do outro lado da linha”. "E eu assumi esse 'peso' de ser responsável por toda a minha família e tentar diminuir a dor delas. Lembro que a dor era triplicada, porque pensava na minha dor e sofria pela dor delas também. Se pudesse, pegava a dor de todo mundo pra mim, porque tinha a impressão que seu eu não as visse sofrendo, eu sofreria menos (louco isso, né? eu sei)". "O mais difícil é que as pessoas evitam de falar sobre o assunto com medo de aumentar mais o sofrimento, com certeza é o momento que mais é preciso conversar, precisamos escutar, falar. Temos medo de ser chatos e negativos falando mil vezes sobre o assunto, mas ao meu ver precisamos viver esse momento de dor, para depois conviver com a dor e aceitar, pois o vazio jamais passará." “Conversava pouco sobre o assunto, porque as pessoas pensam logo que você está com depressão e ficam com pena. Não sei de onde veio essa ideia, mas ouvi várias pessoas dizendo que é normal chorar até mais ou menos um ano após a morte. Depois disso, você está com depressão.” “Estas festas estão sendo um tormento para mim... pois não quero atrapalhar a alegria de ninguém, mas meu coração está estraçalhado”. “Não vai ser fácil passar pelo dia 19/fevereiro de novo” depoimentos
  23. E MUITAS COISAS COSTUMAM AJUDAR Muitos falam da mágica das

    crianças. Do valor das grandes amizades - principalmente dos amigos que conseguem ficar ao seu lado quando você não está bem. Da troca de experiência com outros que já viveram isso. Muitos buscam apoio na fé. Na terapia. Nos livros. E sentem que escrever sua própria história faz bem.
  24. “Como somos evangélicos, acreditamos que Deus faz tudo certo na

    hora certa. Era a hora da Lara, hora essa escolhida por Deus. Isso nos ajudou muito a suportar a dor do luto.” “Mesmo vendo ele sofrer, queria ele ao meu lado e da minha mãe, mas Deus quis ele perto Dele.” "O espiritismo, meu marido e a adoção de uma cachorrinha” “Pois bem, quando essa mulher se foi, fiquei sem saber o que fazer. Minha vida não podia parar, mas eu estava arrasada. Solução: me enchi de atividades. Não parava para pensar.” "Nas primeiras semanas falei sobre o tema e me permiti chorar." Depois passei a fugir. Me super ocupei no trabalho, em cursos, me sobrecarreguei de tarefas pra não pensar. Dói menos desta forma... é muito, muito difícil lidar com o luto.” "Fui para terapia para poder tratar a culpa que não tinha!" Este ano comecei o processo terapêutico para poder lidar com essa falta e me conciliar com a minha família, os meus irmãos e meu pai, pois não conversamos muito sobre o assunto. Stella ‘‘
  25. “Como somos evangélicos, acreditamos que Deus faz tudo certo na

    hora certa. Era a hora da Lara, hora essa escolhida por Deus. Isso nos ajudou muito a suportar a dor do luto.” “Mesmo vendo ele sofrer, queria ele ao meu lado e da minha mãe, mas Deus quis ele perto Dele.” "O espiritismo, meu marido e a adoção de uma cachorrinha” “Pois bem, quando essa mulher se foi, fiquei sem saber o que fazer. Minha vida não podia parar, mas eu estava arrasada. Solução: me enchi de atividades. Não parava para pensar.” "Nas primeiras semanas falei sobre o tema e me permiti chorar." Depois passei a fugir. Me super ocupei no trabalho, em cursos, me sobrecarreguei de tarefas pra não pensar. Dói menos desta forma... é muito, muito difícil lidar com o luto.” "Fui para terapia para poder tratar a culpa que não tinha!" depoimentos
  26. É POSSÍVEL REINVENTAR A VIDA É verdade que a vida

    nunca mais será a mesma, mas é possível inventar uma nova vida e ser feliz de novo. Talvez esse seja o aprendizado mais bonito de todo processo. A dor pode ser presença constante no luto, mas ela não é a protagonista. O amor, a vontade de viver, a coragem, a força, a solidariedade, o crescimento – essas são as verdadeiras estrelas. E sem deixar o passado de lado, é possível escrever novos capítulos da sua própria vida.
  27. "Nossas vidas teriam que ser reinventadas depois da sua partida”.

    “Tento não ficar só chorando e lamentando, pois sei que meu pai não ia querer ver a gente triste...” “E quero ser muito boa e ser um exemplo, uma guerreira e fazer tudo certo em nome da memória de meu pai. Quero levar orgulho ao nome Perez. Quero que isso seja como um final feliz para meu pai. Percebi o quanto os filhos levam a memória do pai em si, eu pelo menos carrego meu pai aqui em minha alma todos os dias, 7 dias da semana, 30/31 dias no mês, 365 dias por ano. E assim é.” "Penso nela bem e imagino que ela me vê, então não me permito cair constantemente." “No começo foi a morte, a minha e a dele. No dia em que ele morreu eu estava presente de corpo mas não sei onde estava minha alma. Assim como ele, só seu corpo, frio. Nas duas primeiras semanas eu parecia flutuar sobre o nada, nada havia acontecido. Foi difícil rezar por ele, pela sua alma, parecia que se rezasse eu confirmaria sua partida. Escutei alguns conselhos, outros não, me reconciliei com Deus e me confortei sabendo que se eu vivesse ele continuaria vivo” "Com o tempo você se acostuma com a ausência, mas sempre que se lembra, a dor da perda é exatamente a mesma, não importa quanto tempo se passou”. “Hoje já se passaram 19 anos e ainda chore de saudades e sinto ele como um anjo que passou em minha vida para me tornar uma pessoa mais forte.” "Optamos pela felicidade: não deixaríamos que sua alegria de menino, sua risada inesquecível e seu amor por tantas coisas na sua breve vida se transformassem apenas em dor, saudade e sofrimento." Cynthia ‘‘
  28. "Nossas vidas teriam que ser reinventadas depois da sua partida”.

    “Tento não ficar só chorando e lamentando, pois sei que meu pai não ia querer ver a gente triste...” “E quero ser muito boa e ser um exemplo, uma guerreira e fazer tudo certo em nome da memória de meu pai. Quero levar orgulho ao nome Perez. Quero que isso seja como um final feliz para meu pai. Percebi o quanto os filhos levam a memória do pai em si, eu pelo menos carrego meu pai aqui em minha alma todos os dias, 7 dias da semana, 30/31 dias no mês, 365 dias por ano. E assim é.” "Penso nela bem e imagino que ela me vê, então não me permito cair constantemente." “No começo foi a morte, a minha e a dele. No dia em que ele morreu eu estava presente de corpo mas não sei onde estava minha alma. Assim como ele, só seu corpo, frio. Nas duas primeiras semanas eu parecia flutuar sobre o nada, nada havia acontecido. Foi difícil rezar por ele, pela sua alma, parecia que se rezasse eu confirmaria sua partida. Escutei alguns conselhos, outros não, me reconciliei com Deus e me confortei sabendo que se eu vivesse ele continuaria vivo” "Com o tempo você se acostuma com a ausência, mas sempre que se lembra, a dor da perda é exatamente a mesma, não importa quanto tempo se passou”. “Hoje já se passaram 19 anos e ainda chore de saudades e sinto ele como um anjo que passou em minha vida para me tornar uma pessoa mais forte.” depoimentos
  29. MUITOS APRENDIZADOS FICAM COMO LEGADO Não foram poucos os relatos

    de como a vivência do luto foi transformadora e que, apesar de absolutamente indesejada, acabou trazendo mudanças positivas. “Eu me tornei uma pessoa melhor” ou “agora eu vivo a vida de uma outra maneira” acabam se tornando legados dessa etapa. Ao se deparar com a fragilidade da vida, muitos contam que passaram a valorizar mais o presente, fazer planos mais curtos. E também reavaliaram suas vidas e passaram a investir naquilo que realmente importa sem dar tanta importância para pequenas distrações e problemas.
  30. “Aprendi que a vida é como uma planta, vai se

    infiltrando nas brechas do concreto, nas brechas do sofrimento, e chega de mansinho. Um dia você ri de novo de alguma coisa e leva um susto e sente culpa por ser feliz sem eles.” “Veio a vontade de viver, de não deixar passar nada, de aproveitar a vida e cada pessoa que eu tenho.” "Mudamos a perspectiva dos planos, nos aproximamos do agora, de viver bem a cada dia, de evitar planos remotos, de preferir que seja hoje.” “Se antes eu era apressada e ansiosa, hoje vivo um dia após o outro e sei que a vida é muito rápida e frágil.” "Eu aproveito mais e me entrego mais, mas entendi que sou vulnerável também." “E você finalmente olha ao redor e reconhece que tudo isso, que provocou tanto sofrimento, te aproximou de pessoas queridas, que sofreram com você e por você. E, então, você vê a verdade absoluta: o amor que você perdeu te trouxe mais amor”. “Acho que o importante em nossas vidas é expressarmos e principalmente praticarmos todo o nosso amor as pessoas a quem amamos.” Renato Se estamos aqui, vivos, devemos viver da maneira mais intensa, mais "presente" a cada instante, procurando sempre fazer o melhor que podemos. A perda + luto foram, para mim, um processo de transformação, que "chacoalhou" meus valores, minhas crenças e minhas relações pessoais. Mariana ‘‘
  31. “Aprendi que a vida é como uma planta, vai se

    infiltrando nas brechas do concreto, nas brechas do sofrimento, e chega de mansinho. Um dia você ri de novo de alguma coisa e leva um susto e sente culpa por ser feliz sem eles.” “Veio a vontade de viver, de não deixar passar nada, de aproveitar a vida e cada pessoa que eu tenho.” "Mudamos a perspectiva dos planos, nos aproximamos do agora, de viver bem a cada dia, de evitar planos remotos, de preferir que seja hoje.” “Se antes eu era apressada e ansiosa, hoje vivo um dia após o outro e sei que a vida é muito rápida e frágil.” "Eu aproveito mais e me entrego mais, mas entendi que sou vulnerável também." “E você finalmente olha ao redor e reconhece que tudo isso, que provocou tanto sofrimento, te aproximou de pessoas queridas, que sofreram com você e por você. E, então, você vê a verdade absoluta: o amor que você perdeu te trouxe mais amor”. “Acho que o importante em nossas vidas é expressarmos e principalmente praticarmos todo o nosso amor as pessoas a quem amamos.” Renato depoimentos
  32. Nunca esqueceremos quem se foi - quem amamos continuará sempre

    vivo dentro de nós. Cada um vai descobrir como construir esse novo relacionamento, mas enquanto estivermos vivos, eles também estarão. E, para muita gente, falar sobre ele ou ela é garantir que a presença do ser amado aqui nesse mundo.
  33. "Para seguir em frente preciso acreditar que ele está bem

    rodeado daqueles que já partiram e que estará sempre ao meu lado mesmo que eu não possa enxergá-lo.” “Vai completar um ano que meu se foi e não teve um dia sequer que não pensei no meu pai.” “Mas ainda choro quando sonho com ela, ouço música ou o barulhinho da pulseira que ela usava, vejo foto, sinto cheiro que lembra ela, como comida que ela gostava ou fazia, e várias outras sensações que me lembram a mulher mais linda que passou na minha vida. Sinceramente, nem quero perder essa capacidade de lembrar e de me emocionar com as lembranças, porque fazem parte do que eu sou hoje.” "Sentir saudade é a prova que tudo vivido valeu muito.” “Procuro falar muito dele também, manter ele vivo.” "Ele, para sempre, estaria aqui conosco, na mágica do tempo sem tempo que nos divide entre mortos e vivos." "A forma com que cada um se entende com sua saudade eterna é a única forma de lidar com o luto.” "Quando alguém fala do meu pai, do Sergio, enche meu coração de amor.” “Não sei se faço isso para me esquivar do luto, para dizer que ainda há algo vivo dele aqui que ele não se foi para sempre, mas é assim que vivo. Ontem eu estava sentada no meu home-office ouvindo uma banda que adorávamos. Eu estava estudando algumas coisas pertinentes ao meu trabalho, e lembrei da imagem dele na sala ouvindo música e trabalhando, na época em que ainda morava aqui.” "Tenho escrito cartas, encontro com ele nos sonhos e nos corações de pessoas poderosas que às vezes o trazem pra mim”. "A saudade sempre vem..mas acho que vamos arrumando ferramentas para desfocar da dor e pensar no futuro.” “Compartilhamos memórias e histórias sobre a pequena Lara que será eterna em nossos corações”. Jamile ‘‘
  34. "Para seguir em frente preciso acreditar que ele está bem

    rodeado daqueles que já partiram e que estará sempre ao meu lado mesmo que eu não possa enxergá-lo.” “Vai completar um ano que meu se foi e não teve um dia sequer que não pensei no meu pai.” “Mas ainda choro quando sonho com ela, ouço música ou o barulhinho da pulseira que ela usava, vejo foto, sinto cheiro que lembra ela, como comida que ela gostava ou fazia, e várias outras sensações que me lembram a mulher mais linda que passou na minha vida. Sinceramente, nem quero perder essa capacidade de lembrar e de me emocionar com as lembranças, porque fazem parte do que eu sou hoje.” "Sentir saudade é a prova que tudo vivido valeu muito.” “Procuro falar muito dele também, manter ele vivo.” "Ele, para sempre, estaria aqui conosco, na mágica do tempo sem tempo que nos divide entre mortos e vivos." "A forma com que cada um se entende com sua saudade eterna é a única forma de lidar com o luto.” "Quando alguém fala do meu pai, do Sergio, enche meu coração de amor.” “Não sei se faço isso para me esquivar do luto, para dizer que ainda há algo vivo dele aqui que ele não se foi para sempre, mas é assim que vivo. Ontem eu estava sentada no meu home-office ouvindo uma banda que adorávamos. Eu estava estudando algumas coisas pertinentes ao meu trabalho, e lembrei da imagem dele na sala ouvindo música e trabalhando, na época em que ainda morava aqui.” "Tenho escrito cartas, encontro com ele nos sonhos e nos corações de pessoas poderosas que às vezes o trazem pra mim”. "A saudade sempre vem..mas acho que vamos arrumando ferramentas para desfocar da dor e pensar no futuro.” depoimentos
  35. FALAR É LIBERTA.DOR Certamente essa afirmação não se aplica a

    todos - muitos lidam com a dor de outra maneira, mas foi o que nós sentimos, o que muitos que nos escreveram sentiram e também um pouco do que vocês vão ver nesse video. Que falar sobre a morte, o luto, a nova vida e os nossos amores ajuda a libertar a dor que sentimos e transformá-la em amor.
  36. Várias iniciativas já acontecem: o trabalho excepcional de profissionais que

    se dedicam ao tema, os grupos de apoio criados por pessoas que passaram por isso, aqueles que dividem suas histórias em livros e textos… E muita coisa ainda pode e precisa ser realizada. A verdade é que um assunto como esse, que permeia a vida de todos - afinal, ninguém escapa da morte, não pode ter dono ou protagonista. Como causa pública ou social, ela precisa de uma reflexão de todos nós. Então, o mais importante é pensar - como eu, indivíduo, posso fazer a diferença? Quando um colega de trabalho passar por isso? Quando um amigo perder alguém que muito ama? Ou, infelizmente, quando chegar a minha vez? Mas vocês devem estar se perguntando sobre o nosso grupo: o que queremos fazer daqui para frente?
  37. UMA PLATAFORMA DIGITAL DE ACOLHIMENTO PARA O LUTO FEITO POR

    PESSOAS QUE VIVERAM ISSO COM O APOIO DE ESPECIALISTAS PARA QUEM PERDEU ALGUÉM QUE AMA E PARA QUEM DESEJA AJUDAR UM AGREGADOR DE IDEIAS E HISTÓRIAS QUE GERAM IDENTIFICAÇÃO E INSPIRAM PARA AJUDAR A VIVER O LUTO E REINVENTAR A VIDA
  38. ESTOU DE LUTO QUERO AJUDAR SOBRE ESTOU DE LUTO QUERO

    AJUDAR DOAÇÕES LOJINHA CONTATO DEPOIMENTOS HISTÓRIAS QUE INSPIRAM LIVROS CARTÕES MAPAS DOS ESPECIALISTAS COMO EU ME SINTO não é layout, apenas um moodboard
  39. Hoje, para a gente, falar sobre o luto não é

    mais uma pergunta e sim uma afirmação. É preciso falar sobre o luto para que possamos acolher o outro na sua jornada e, um dia, saber reinventar nossas próprias vidas. Falar sobre o luto - e a morte - é um projeto pra vida.
  40. Karina Bianchi Sangaletti Rachel Cidaco de Vasconcelos de Oliveira Lucia

    Helena Carvalhaes de Carvalho Cynthia de Almeida Iraldiza da Silva Machado Christian Miguel da Silva Mariana Dulac Kamila Signorelli Baby Brilho Rivkah Alvares Renata Piza Patricia Ana Cristina Correa Alin Kristin Gioielli Renato Carrilho Nelson Pinho Angelica Armentano Luciana Pego Jenifer Garcia Aguinaldo Vilmar Monteiro Filho Bianca Regina Tavares Ferreira Carolina Mesquita Sampaio Marina Coutinho Andres Bruzzone Jessely Maria Claudia martins ribeiro Ana Clarissa Francisca Valdez Ana Izabel Alvi Gomes Ana Gabriela Saboya Regina Margarida Ruivo Valente Patricia Regina B S Cerqueira Giselli Fernandes Asensi Angela Cipoloni O. Terzini Patrícia Soares Vanessa Souza Daniele Castro Myllena Gusmão Varginha Patricia Cardoso Drielli Tony Chagas Maya Mecozzi Lia Calder do Amaral Luciana Santos Tardioli Simões Cristina Brandao Stella Hiroki Monica G. Ribeiro Dias Daniele Torres Cordeiro Elisa Quadros Chiara Quintão Paula Renata Sayão Fernanda Nadia Neri Adriana Caruso Lis Leão Betina Moura Gislaine Godoi Cosmo Adriana Antonio Henrique Assis Brazao de Souza Elisa Maria Franchiani de Oliveira Ana Elisa Frecchiani Sabrina Berger Mastroianni Iza Soares Flora Gibran Bonifaci Sandra Maria Matzko Villaboim Andréia Lipsky Eduardo Barbato maria das graças simoes Vanielle Paula Castro dos Santos Juliana Ribeiro de Melo Edinéa Dalforne de Sousa Abritta Denise Brandt Daniela Ruscitto Maridedit de Barros Leite Varginha Taisa Lucia Berlingieri Julia Maria Mancusi Tubel Paulo Priscila Rosangela Flores Martins Celia Compagno Cyrino Pereira Bia Marangoni Eliette Ramos Fábio Amorim de Oliveira Karina Sammarco Galvão AUTORES DAS HISTÓRIAS
  41. Dilma Teles Campos Ana Maria Coelho Gumiero Katia Aparecida Marciero

    Rosimeyre Ferreira Funari Marlene Müller Maria Isabel d Andrade de Sousa Moniz Edna Isabel cristiane pereira heal Rachel Pucci Menozzi Christina Guimarães Karathanos Mônica Maciel Jane Patricia Haddad Do Di Candilo Elisabeth Kok Juliana Cardoso Daher Jorge Ramires Irany Arruda Costa Borges Helen Rosa Victoria Deviá Emília Gabriela Oliveira Alves Maria Cristina Giovana Cunha Mutti Vilma Daniela Frucchi Maroni mariana toledo merola PRISCILA MORAIS CUNHA Tatiana Cossia Peres Juliana Leal Conte Jéssica Damaceno Lucia de Fatima Barreto Montanhans Ana Laura Cruz Aquino Alessandra Araújo Karla Peixoto Sento Se Márcia Inês F. Raymundo Liwschitz solange agostini Joice Cristina Nanci Kurata Emygdia Niculau Daniela Franco Gabriela Cristiane Machado de Morais Amanda Tinoco Simone Carneiro Maldonado Jamyle Sotti Nunes Luciana Vasconcelos Lima Laura Brasileiro Rita Martins Ana Paola Klotzel Rita de Cassia Vichi Amanda Thomaz Abrão Camile Adriana Aires da Silva José Angelo Dardengo Rosmary Mariano Fernanda Neute Marisa Molina Selma Simão Mariane Maciel Lisette Santos Correa de Araujo Cíntia Mara de Figueiredo maria luiza Maria Aparecida Pereira Pimenta Adriana Parente Doralice Sander Isadora Ferreira Isadora Ferreira Milena Marques Lopes Debora Thome Costa Ana Lúcia Cavalcanti Dal Fabbro Juliana Aline Pereira Pimenta Távora Caroll Stephanie Dayana de Moraes Leite Samya Barbosa de Almeida Beatriz Mendes Scolamieri Lara Alessndra Carminholi Marli Mainardi Tortorelli Carneiro neide Sirveli Flavia Baptistini Carol Andrade Margarita Bruzzone Vanessa Cabral Rita Almeida Helena Cunha AUTORES DAS HISTÓRIAS
  42. APOIADORES FINANCEIROS Mariana Loducca e Rita Almeida, CO.R Inovação Daniel

    Gomes Arantes, Cerejeiras Ibsen Vila, Grupo Villa Claudio e Bruno Bentes, Grupo Parque Jose Elias e Rafael, Grupo Cortel Jayme e Dora Adissi, Primaveras
  43. Algumas fotos do evento inesquecível! As 7 amigas Coquetel de

    boas-vindas Apresentação Conversa com as especialistas Encerramento com todo grupo A entrada do Estúdio Glória