Do devido zelo com a Criação e a problemática do Ecologismo
As ciências, compreendidas como ferramentas importantes para a compreensão das coisas criadas por Deus, ao contrário do senso comum, sempre foram estimuladas pela Igreja Católica, que promoveu seu desenvolvimento em tempos incertos, fundou as primeiras universidades e contribuiu diretamente com o conhecimento científico, através de inúmeros clérigos cientistas importantes.
A Ecologia, enquanto ciência formal, tem a importante função de ajudar a humanidade na compreensão e tomadas de decisão acerca do meio ambiente, seus componentes (biológicos e não biológicos) e as consequências do mau uso dos recursos naturais. Não se confunde, entretanto, com o Ecologismo, movimento muitas vezes com caráter político-social que, via de regra, vai além dos aspectos técnicos relacionados à conservação ambiental, com forte influência de correntes filosóficas socialistas e holistas e apresentando a natureza como ente máximo e o ser humano como mero “filho da terra”, componente desse “organismo superior”.
Em nossos tempos, vemos como essa corrente vem ganhando força e se infiltrando na Igreja e no pensamento de membros importantes de sua Hierarquia, culminando em novas proposições teológicas que pretendem incutir, ainda que sutilmente, a noção de sacralidade da terra e seu papel universalizante no diálogo inter-religioso, acarretando, por outro lado, na diminuição do senso de sacralidade do depósito de fé da Sagrada Tradição da Igreja.