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M1D1 - Aula 1_parte 2

M1D1 - Aula 1_parte 2

DISCIPLINA I: A Cidade e a História da Habitação Social
Professores: Lizete Rubano e Joana Mello

Habitar a cidade moderna: os exemplos da Holanda, Alemanha e Viena

Habitação e Cidade

February 25, 2015
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Transcript

  1. O DEBATE SOBRE O MORAR E CONFORMAR TERRITÓRIO URBANO ESCOLA

    DA CIDADE FEV/MAR 2015 HABITAR A CIDADE MODERNA BRUNO TAUT KARL-MARX HOF 1927, KARL EHN O HOF E A FORTALEZA OPERÁRIA EXPERIÊNCIAS DOS SIEDLUNGEN NA ALEMANHA: CIDADE JARDIM
  2. O HABITAR COLETIVO INAUGURA UMA DISCUSSÃO, ESSENCIALMENTE NO INÍCIO DO

    SÉCULO XX, QUE COLOCA COMO CENTRAL A RELAÇÃO ENTRE MORAR E CONFORMAR CIDADE. AMSTERDÃ SUL BERLAGE, 1917
  3. OS CIAM AFIRMARAM(...) QUE A ARQUITETURA ESTAVA SUJEITA ÀS NECESSIDADES

    MAIS AMPLAS DA POLÍTICA E DA ECONOMIA (...) E QUE TERIA QUE DEPENDER DA ADOÇÃO UNIVERSAL DE MÉTODOS RACIONAIS DE PRODUÇÃO. (FRAMPTON, 1997, p.327)
  4. perspectiva | estrutura habitacional 1927 ^ implantação | estrutura habitacional

    1927 Grossstadtarchitektur Ludwig Hilberseimer | 1927 A GRANDE CIDADE É UMA VERDADEIRA UNIDADE : A CÉLULA É O PRIMEIRO ELEMENTO DA CADEIA DE PRODUÇÃO CONTÍNUA QUE TEM A SUA RESULTANTE NA CIDADE. O CONJUNTO DA CIDADE MODERNA É, NA SUA ESTRUTURA, UMA ENORME “MÁQUINA SOCIAL”. (P .71). O OBJETO ARQUITETÔNICO CONSIDERADO COMO “EXCEPCIONAL” RELATIVAMENTE À HOMOGENEIDADE DA CIDADE DISSIPOU-SE COMPLETAMENTE. (P .72)
  5. TIPOLOGIAS PARA A CASA MÍNIMA > ALEXANDER KLEIN 1928 NA

    ALEMANHA, OS ANOS DE 1926 A 1930 SÃO OS DE PRODUÇÃO EM MASSA DE HABITAÇÕES SEGUNDO MÉTODOS INDUSTRIAIS E DE PESQUISAS DE FORMAS DE HABITAÇÃO ADAPTADAS ÀS NECESSIDADES DAS CAMADAS POPULARES (ANATOLE KOPP)
  6. Diagrama que acompanhava a tese de Gropius no CIAM de

    1930: O PARCELAMENTO RACIONAL: ESTUDOS DE DENSIDADES ^ AS CONDIÇÕES REFERENTES À VENTILAÇÃO, AO SOL, À VISTA E À DISTÂNCIA MELHORAM AO AUMENTAR A ALTURA ^ AS CONDIÇÕES SÃO CONSTANTES, MAS QUANTO MAIS ALTOS SÃO OS EDIFÍCIOS, MENOR É O TERRENO NECESSÁRIO PARA A MESMA QUANTIDADE DE ESPAÇO HABITÁVEL “CASAS UNIFAMILIARES, EDIFÍCIOS MÉDIOS OU BLOCOS ALTOS?” WALTER GROPIUS 1930
  7. Le Corbusier Oud Gropius Bruno Taut Mies van der Rohe

    Hilberseimer Poelzig Döcker MaxTaut Adolf Rading Josef Frank Mart Stam Peter Behrens Hans Scharoun Victor Bourgeois Adolf G. Schneck
  8. A CAÓTICA DIVISÃO DA TERRA (...) DEVE SER ABOLIDA POR

    UMA POLÍTICA DE TERRA COLETIVA E METÓDICA (CIAM DE 1928 IN FRAMPTON, 1997, p.328)
  9. AS POSSÍVEIS ESCALAS... A CÉLULA HABITACIONAL (TENDO O REDESENHO DA

    QUADRA COMO REFERÊNCIA), VAI CONFORMANDO O TERRITÓRIO DA CIDADE. SÃO ELEMENTOS DA VIDA COTIDIANA QUE SE JUSTAPÕEM: AS EXPERIÊNCIAS DOS SIEDLUNGEN NA ALEMANHA ERNST MAY ASSUMIU O COMANDO DOS SERVIÇOS DE CONSTRUÇÃO MUNICIPAL DE FRANKFURT (ENTRE 1925 E 1930) E REALIZOU O PLANO E O PROJETO DE HABITAÇÕES POPULARES: FORAM CONSTRUÍDAS CERCA DE 15 MIL HABITAÇÕES, FORMANDO UM CONJUNTO DE BAIRROS, OS SIEDLUNGEN.
  10. SIEDLUNG PRAUNHEIM 1.441 UNIDADES ERNST MAY | 1930 FRANKFURT AM

    MAIN 1. RESTAURANTE 2. LAVANDERIA 3. JARDIM DE INFÂNCIA 4. CORREIO E BANCO 5. CONJUNTO DE JARDINS 6. GARAGENS 7. ÁREA DE JOGOS 8. JARDINS INDIVIDUAIS 9. CEMITÉRIO A unidade é uma célula que se reproduz e que configura trechos diferenciados de cidade.
  11. MAIN NIDA STADT FRANKFURT AM MAIN A CRÍTICA MAS LADO

    A LADO COM OS OÁSIS DE ORDEM DAS SIEDLUNGEN – VERDADEIRAS UTOPIAS CONSTRUÍDAS, À MARGEM DE UMA REALIDADE URBANA POR ELAS BEM POUCO CONDICIONADA – AS CIDADES HISTÓRICAS E OS TERRITÓRIOS PRODUTIVOS CONTINUAM A ACUMULAR E A MULTIPLICAR AS SUAS CONTRADIÇÕES. (TAFURI, PROJETO E UTOPIA, 1985, P .74)
  12. REPÚBLICA DE WEIMAR: ENTRE 1927 E 1931 SUBSIDIOU, ATRAVÉS DO

    SEGURO SOCIAL E DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE, A CONSTRUÇÃO DE CERCA DE 1 MILHÃO DE MORADIAS (70% DAS NOVAS OBRAS DO PERÍODO) (IN FRAMPTON, 1997, p.328)
  13. Hansaviertel 1. Walter Gropius 1 2 3 4 5 6

    7 2. Alvar Aalto 3. O.Niemeyer 4. Bakema 5. Luckhardt e Hoffman 7. Franz Schuster 6. Paul Schneider
  14. HABITAÇÃO COLETIVA NA CONSTRUÇÃO DA CIDADE A EXPERIÊNCIA HOLANDESA JÖRG

    C. KIRSCHENMANN. VIVIENDA Y ESPACIO PÚBLICO. REHABILITACIÓN URBANA Y CRECIMIENTO DE LA CIUDAD”, 1985; DONALD GRINBERG . HOUSING IN THE NETHERLANDS 1900-1940 , 1982 MARISTELLA CASCIATO .THE AMSTERDAM SCHOOL , 1996
  15. HOLANDA: HABITAÇÃO DESENHANDO A CIDADE EM TRANSFORMAÇÃO 1200 1300 1500

    1600 1700 AMSTERDÃ PARTE 1: HOLANDA DE 1902 AOS ANOS 40 OS PLANOS DE BERLAGE E A ARQUITETURA DA ESCOLA DE AMSTERDÃ; O DE STIJL E A ATUAÇÃO DE OUD EM ROTERDÃ É DE 1607 O PLANO DE EXPANSÃO URBANA COM TRÊS CANAIS CONCÊNTRICOS: JUNTO A ELES OS COMERCIANTES EDIFICARAM SUAS LOJAS E MORADIAS
  16. ASSOCIAÇÕES DE TRABALHADORES PARA CONSTRUÇÃO DE CASAS (A PRIMEIRA DELAS

    DATA DE 1851 - ASSOCIAÇÃO PARA A CLASSE TRABALHADORA). MORADIA NA HOLANDA ANTES DO ATO HABITACIONAL (1901): INICIATIVA PRIVADA E DE ALGUNS INDUSTRIAIS (ATUAÇÃO FILANTRÓPICA E PATERNALISTA- OS HÖFE);
  17. CONDIÇÕES PARA O ATO HABITACIONAL DE 1901 MORADIA NA HOLANDA

    ANTES DO ATO HABITACIONAL: INICIATIVA PRIVADA E DE ALGUNS INDUSTRIAIS ( ATUAÇÃO FILANTRÓPICA E PATERNALISTA- OS HÖFE); ASSOCIAÇÕES DE TRABALHADORES PARA CONSTRUÇÃO DE CASAS (A PRIMEIRA DELAS DATA DE 1851 - ASSOCIAÇÃO PARA A CLASSE TRABALHADORA). EPIDEMIA DE 1840: MORADIA COMO SAÚDE PÚBLICA 1854 : UM COMITÊ DO ROYAL NETHERLANDS INSTITUTE OF ENGINEER SUBMETEU AO REI WILLIAM III UM RELATÓRIO SUGERINDO A FORMULAÇÃO DE REGRAS MÍNIMAS ESSENCIAIS À MELHORIA DE QUALIDADE DAS HABITAÇÕES. 1881 A SDB (SOCIAAL DEMOCRATISCHE BOND) FOI FUNDADA. SEU LÍDER, F.N. DOMELA NIEUWENHUIS, LEVOU O PARTIDO À VITÓRIA ELEITORAL EM 1888 1894 SDAP , PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA DOS TRABALHADORES. 1896: MANIFESTAÇÃO DE UM COMITÊ DA SOCIEDADE PARA O BEM-ESTAR PÚBLICO, QUE PEDIA REGULAMENTAÇÃO VOLTADA ÀS EDIFICAÇÕES, SUPERVISÃO DAS CASAS E EXTENSÃO DOS PODERES DE EXPROPRIAÇÃO ESTAS DISCUSSÕES E PRESSÕES PERMITIRAM QUE A HABITAÇÃO PASSASSE A SER UM ASSUNTO DO INTERESSE E DE RESPONSABILIDADE DO GOVERNO, ESSENCIALMENTE A PARTIR DE 1902.
  18. O ATO HABITACIONAL (WONINGWET) “ERA UM PRODUTO DAS PREOCUPAÇÕES SOCIAIS

    DO LIBERALISMO POLÍTICO, MAIS DO QUE O RESULTADO DA AGITAÇÃO DOS TRABALHADORES, O QUE FICOU EVIDENCIADO PELO FATO DE QUE O ATO FOI ESBOÇADO PELOS MINISTROS DOS ASSUNTOS DOMÉSTICOS, JUSTIÇA E FINANÇA”. COMEÇOU A VIGORAR EM 1 DE AGOSTO DE 1902 AS MUNICIPALIDADES TINHAM QUE ESTABELECER REGULAMENTAÇÕES CONSTRUTIVAS. A LEI AUTORIZOU A COROA A RECONHECER ASSOCIAÇÕES DE CONSTRUÇÃO QUE, ATRAVÉS DAS MUNICIPALIDADES FORTALECIDAS E AUTÔNOMAS, RECEBERIAM RECURSOS DO ESTADO. (EM 1906 ERAM 14 AS ASSOCIAÇÕES ADMITIDAS E AS CONCESSÕES DE SUBSÍDIO PERMITIDAS. JÁ EM 1922, ESTE NÚMERO PASSOU PARA 1.341). (GRINBERG, 1982) PODER AOS COMITÊS DE CONSTRUÇÃO, ASSOCIAÇÕES E MUNICIPALIDADES + PAPEL DOS ARQUITETOS ENTRE AS 10 SEÇÕES QUE CONFORMAVAM O ATO HABITACIONAL ESTAVAM: 1. A QUE REGULAMENTAVA A QUESTÃO DA QUALIDADE DA HABITAÇÃO (A PARTIR DE 1905, POR EXEMPLO, A MUNICIPALIDADE DE AMSTERDÃ “(...) FINALMENTE PROÍBE A CONSTRUÇÃO DAQUELAS ‘CASAS ALCOVAS’ E RESTRINGE A ALTURA DE TODOS OS EDIFÍCIOS HABITACIONAIS PARA 4 PAVIMENTOS. (ARCHITECTURAL ASSOCIATION QUARTERLY (4):1979, P.5). A TODAS AS AUTORIDADES MUNICIPAIS FOI REQUISITADA A ELABORAÇÃO DE REGULAMENTAÇÕES DE CONSTRUÇÃO E SEU IMPLEMENTO; 2. A QUE VERSAVA SOBRE EXPROPRIAÇÃO, CONTENDO PROCEDIMENTOS FACILITADORES PARA QUE AS AUTORIDADES MUNICIPAIS E ASSOCIAÇÕES DE HABITAÇÃO PUDESSEM SE APROPRIAR DE TERRA NECESSÁRIA PARA HABITAÇÃO PÚBLICA, ATRAVÉS DA DESAPROPRIAÇÃO; 3. A DOS SUBSÍDIOS MUNICIPAIS, QUE LHES PERMITIA UTILIZAR FUNDOS GOVERNAMENTAIS PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS À HABITAÇÃO E VIABILIZAÇÃO DA LOCAÇÃO SOCIAL; 6. A INTITULADA “CONTRIBUIÇÕES DO ESTADO” , QUE COBRIA O DIREITO AO FINANCIAMENTO MUNICIPAL, A SER RESTITUÍDO EM 50 ANOS; 7. E A 6A SEÇÃO – “CRESCIMENTO DAS CIDADES” : A PARTIR DO ATO, FOI DEFINIDO QUE AS CIDADES COM MAIS DE 10.000 HABITANTES E/OU COM CRESCIMENTO POPULACIONAL DE 20% NOS ÚLTIMOS 5 ANOS, TERIAM QUE ELABORAR UM PLANO DE EXTENSÃO, A SER REVISTO, PELO MENOS, UMA VEZ A CADA 10 ANOS. (CASCIATO, 1996). A HABITAÇÃO CONSTITUI PARTE BÁSICA NA PRODUÇÃO DA CIDADE. (GRINBERG, 1982, P.38). (...) A LEI DE 1901 É UM PASSO DE GIGANTE NA SUA ÉPOCA: CONTROLE MUNICIPAL, CRÉDITOS, HIGIENE E PROMOÇÃO DA HABITAÇÃO ENTRAM, DESDE ENTÃO E PELA PRIMEIRA VEZ, EM CHEIO NA POLÍTICA. AO CALOR DA LEI DE 1901, A INICIATIVA DO ALOJAMENTO PASSOU DA CASA PARTICULAR À CASA COLETIVA, AO BAIRRO, AO CONJUNTO. (ISASI, A& V (19):1989, PP.24-25). O ATO HABITACIONAL (WONINGWET)
  19. CONDIÇÕES PARA O ATO HABITACIONAL DE 1901 MORADIA NA HOLANDA

    ANTES DO ATO HABITACIONAL: INICIATIVA PRIVADA E DE ALGUNS INDUSTRIAIS ( ATUAÇÃO FILANTRÓPICA E PATERNALISTA- OS HÖFE); ASSOCIAÇÕES DE TRABALHADORES PARA CONSTRUÇÃO DE CASAS (A PRIMEIRA DELAS DATA DE 1851 - ASSOCIAÇÃO PARA A CLASSE TRABALHADORA). EPIDEMIA DE 1840: MORADIA COMO SAÚDE PÚBLICA 1894 SDAP , PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA DOS TRABALHADORES. 1896: MANIFESTAÇÃO DE UM COMITÊ DA SOCIEDADE PARA O BEM-ESTAR PÚBLICO, QUE PEDIA REGULAMENTAÇÃO VOLTADA ÀS EDIFICAÇÕES, SUPERVISÃO DAS CASAS E EXTENSÃO DOS PODERES DE EXPROPRIAÇÃO ESTAS DISCUSSÕES E PRESSÕES PERMITIRAM QUE A HABITAÇÃO PASSASSE A SER UM ASSUNTO DO INTERESSE E DE RESPONSABILIDADE DO GOVERNO, ESSENCIALMENTE A PARTIR DE 1902.
  20. APARECENDO NUMA ÉPOCA EM QUE AS IDÉIAS DE CAMILLO SITTE

    ESTAVAM SE TORNANDO MUITO POPULARES, O ATO REFORÇOU A CRESCENTE TENDÊNCIA DE PENSAR HABITAÇÃO COMO PARTE BÁSICA NA PRODUÇÃO DA CIDADE. (GRINBERG, 1982, P .38). 1894 SDAP , PARTIDO SOCIAL DEMOCRATA ATO HABITACIONAL: COMEÇOU A VIGORAR EM 1 DE AGOSTO DE 1902
  21. AMSTERDÃ SUL 1917 BERLAGE ESCOLA DE AMSTERDÃ O BLOCO RESIDENCIAL,

    E SUA RELAÇÃO COM AS VIAS E AS QUADRAS, VIABILIZARIA ESPAÇOS URBANOS CONTRÁRIOS AO QUE BERLAGE DEFINIA COMO DEGENERAÇÃO DA FORMA, CAUSADA PELOS LOTES OCUPADOS POR CONSTRUÇÕES ISOLADAS.
  22. O BLOCO RESIDENCIAL, E SUA RELAÇÃO COM AS VIAS E

    AS QUADRAS, VIABILIZARIA ESPAÇOS URBANOS CONTRÁRIOS AO QUE BERLAGE DEFINIA COMO DEGENERAÇÃO DA FORMA, CAUSADA PELOS LOTES OCUPADOS POR CONSTRUÇÕES ISOLADAS. SUA LIGAÇÃO AO PARTIDO SOCIAL - DEMOCRATA, EM 1894, LEVOU-O A ELABORAR CADA VEZ MAIS A QUESTÃO DA BUSCA DE UMA EXPRESSÃO SIMBÓLICA PARA OS ASSENTAMENTOS DE TRABALHADORES. ESTA REFLEXÃO COINCIDIU COM A PRESENÇA DO EXPRESSIONISMO NA HOLANDA, QUE CARACTERIZARÁ A PRODUÇÃO DA CHAMADA ESCOLA DE AMSTERDÃ.
  23. QUADRA: A ORGANIZAÇÃO MAIS COMPLEXA DE UM FRAGMENTO DE TERRITÓRIO

    URBANO QUE ASSEGURA, NO PLANO MORFOLÓGICO, A CONTINUIDADE DO TECIDO, ASSINALA OS PONTOS SINGULARES, PERMITE A INTEGRAÇÃO DE FUNÇÕES DIFERENTES (HABITAÇÃO, COMÉRCIO E EQUIPAMENTOS) E CRIA A VARIEDADE DE ESPAÇOS. (PANERAI,1986, P . 84). Michel de klerk Foto: cecilia lucchese foto de Maarten P Schipper
  24. DEPOIS DE VISITAR OS NOVOS DISTRITOS DE AMSTERDÃ, EM 1929,

    BRUNO TAUT DESTACOU: EMBORA MUITOS DOS DETALHES DESTAS CONSTRUÇÕES SEJAM ARBITRÁRIOS, O MILAGRE, NA VERDADE, ACONTECEU, ISTO É, A CRIAÇÃO DE UMA ARQUITETURA COLETIVA NA QUAL NÃO É MAIS A CASA INDIVIDUAL QUE TEM UMA IMPORTÂNCIA ESPECIAL, E SIM A COLETIVA REUNIÃO DE UMA SÉRIE DE RUAS NUMA UNIDADE COMPREENSÍVEL, AINDA QUE SÉRIES SEMELHANTES TENHAM SIDO TRABALHADAS POR DIFERENTES ARQUITETOS. (BRUNO TAUT APUD CASCIATO, 1996, PP . 23 - 24). foto de Maarten P Schipper Foto: tomas peterman
  25. A POPULAÇÃO DE ROTERDÃ HAVIA CRESCIDO CERCA DE 55% NOS

    PRIMEIROS 15 ANOS DO SÉCULO (OVERY,1997), MAS NÃO TINHA RECEBIDO, ATÉ ENTÃO, A MESMA ATENÇÃO E OS MESMOS INVESTIMENTOS EM HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL QUE CARACTERIZARAM A POLÍTICA URBANA EM AMSTERDÃ.
  26. MICHIEL BRINKMAN (1873-1925) DESENHOU UM ÚNICO PROJETO HABITACIONAL PARA A

    MUNICIPALIDADE DE ROTERDÃ, QUE FICOU PRONTO EM 1921. AQUI O TRADICIONAL BLOCO FECHADO FOI USADO COMO CONTEXTO PARA UMA INVERSÃO ENTRE O INTERIOR E O EXTERIOR. O INTERIOR DE SPANGEN É UMA MISTURA DAS VELHAS TRADIÇÕES E NOVOS IDEAIS EM RELAÇÃO À DISPOSIÇÃO DO ESPAÇO COMUNAL. (GRINBERG, 1982, P .74).
  27. A VIDA DO HOMEM CULTO CONTEMPORÂNEO ESTÁ GRADUALMENTE DANDO AS

    COSTAS À NATUREZA; ELA SE TORNA MAIS E MAIS UMA VIDA A-B-S-T-R-A-T-A. (CONSTRUÍDA PELA CULTURA - MONDRIAN. N1 DA REVISTA DE STIJL, 1917. APUD BANHAM ,1975, P .239) . THEO VAN DOESBURG (CHRISTIAN EMIL MARIE KÜPPER) WITH CORNELIS VAN EESTEREN. CONTRA-CONSTRUCTION PROJECT, AXONOMETRIC. 1923. GOUACHE ON LITHOGRAPH, 22 1/2 X 22 1/2 FONTE: KIM DE FREITAS NEW JERSEY SCHOOL OF ARCHITECTURE COMPOSITION WITH RED YELLOW AND BLUE - 1927 FONTE: POSTERSHOP.COM
  28. HOLANDA: HABITAÇÃO DESENHANDO A CIDADE EM TRANSFORMAÇÃO PARTE 2: O

    PÓS-GUERRA E A PRODUÇÃO HABITACIONAL EM LARGA ESCALA(1945- 1965) UMA SITUAÇÃO DE CRISE, DE DEMANDAS AMPLIADAS E DE DEFLAGRAÇÃO DOS PARÂMETROS POSTOS PELA CARTA DE ATENAS
  29. ENTRE 1945 E 1965 FORAM CONSTRUÍDAS 44% DAS HABITAÇÕES EXISTENTES

    NA HOLANDA ATÉ ENTÃO, CERCA DE 1,3 MILHÃO DE UNIDADES. OS TERRENOS FORAM ADQUIRIDOS PELA COMUNA E SEU CUSTO COMPORIA – JUNTO COM A COTA DE CONSTRUÇÃO DA INFRA- ESTRUTURA – VIAS, ESGOTO E IMPLANTAÇÃO EM GERAL – O ALUGUEL ENFITEUTICO (ENFITEUSE: CONTRATO PELO QUAL O DONO DE UMA PROPRIEDADE TRANSFERE PARA ALGUÉM O DOMÍNIO ÚTIL DA MESMA, MEDIANTE UMA PENSÃO ANUAL CHAMADA FORO; AFORAMENTO) (WALRAVEN, URBANISTICA (38): 1963, P .16).
  30. UM POUCO DE UMA FONDAMENTA VENEZIANA NO TERRITÓRIO DOS PAÍSES

    BAIXOS... EDIFÍCIO SOBRE O CANAL (ARQUITETO J. F. BERGHOEF)
  31. AS POSSÍVEIS ESCALAS... HABITAÇÃO É MONUMENTO E REORGANIZA – PELA

    ESCALA QUE INTRODUZ – A QUADRA E AS RELAÇÕES DADAS À VIDA COTIDIANA : A EXPERIÊNCIA DA VIENA SOCIALISTA : 1919-1933 REFERÊNCIA: MANFREDO TAFURI. VIENNA ROSSA. LA POÍTICA RESIDENZIALE NELLA VIENNA SOCIALISTA. MILANO: ELECTA, 1980 (NOVA EDIÇÃO EM 1995)
  32. CONDIÇÕES ANTERIORES À POLÍTICA HABITACIONAL DO PERÍODO 1919-1933 ÁUSTRIA PÓS-GUERRA:

    DESESTABILIZAÇÃO, INFLAÇÃO E REDUÇÃO SIGNIFICATIVA DAS POPULAÇÕES URBANAS (VIENA TINHA 2.000.000 DE HABITANTES EM 1910, PASSA A 1.800.000 EM 1920) CONDIÇÕES DE MORADIA: 90% DAS EDIFICAÇÕES DE 7 DISTRITOS OPERÁRIOS EM VIENA ERAM MIETKASERNEN A ESPECULAÇÃO COM TERRENOS ATINGIA DE 1000 A 2000% DE LUCROS OS ALUGUÉIS INCIDIAM DE 15 A 25% SOBRE O SALÁRIO MÉDIO OPERÁRIO O PARTIDO SOCIAL-DEMOCRATA OPERÁRIO VENCE AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE MAIO DE 1919: O TEMA DA DEMOCRACIA RESIDENCIAL TORNA-SE PAUTA
  33. POLÍTICA HABITACIONAL DO PERÍODO 1919-1933: ALGUMAS DAS CONDIÇÕES QUE A

    VIABILIZARAM A IDÉIA DE QUE À SOCIALIZAÇÃO ECONÔMICA DEVERIA CORRESPONDER UM PROJETO DE DEMOCRACIA RESIDENCIAL SISTEMA TRIBUTÁRIO COMO REGULADOR: OS ALUGUÉIS DAS MAIORES HABITAÇÕES, AS NOVAS CONSTRUÇÕES E O SOLO EDIFICÁVEL SÃO TAXADOS DE FORMA A QUE SE CONFISQUE RENDA IMPRODUTIVA E LUCROS IMOBILIÁRIOS INSTRUMENTOS LEGAIS DA MUNICIPALIDADE A POLÍTICA – UMA DAS MAIS AMPLAS- SERÁ FEITA COM ARRECADAÇÃO MUNICIPAL
  34. RESULTADOS NUMÉRICOS: 1925: A MUNICIPALIDADE TINHA A PROPRIEDADE DE 25%

    DO SOLO COMUNAL 1934: 63.754 UH CONSTRUÍDAS, 70% DE TODA A PRODUÇÃO DO ENTRE GUERRAS FONTE: VIENA VERMELHA. MANFREDO TAFURI
  35. A CONCEPÇÃO ESPACIAL PARA OS PROJETOS HABITACIONAIS: SIEDLUNG X HOF

    BRUNO TAUT HABITAÇÃO É MONUMENTO E REORGANIZA – PELA ESCALA QUE INTRODUZ – A QUADRA E AS RELAÇÕES DADAS À VIDA COTIDIANA
  36. DIFERENTES SIGNIFICADOS DA MORADIA OPERÁRIA E DA VIDA NA CIDADE:

    ARQ. LEOPOLD BAUER, JOSEF FRANK E ADOLF LOOS (CHEFE DA HABITAÇÃO DA COMUNA DE VIENA EM 1920) DEFENDEM OS SIEDLUNGEN: “A SUPREMA QUALIDADE ARQUITETÔNICA É A RENÚNCIA À IMAGEM” (ADOLF LOOS) OTTO BAUER, ARQ. PETER BEHRENS E KARL EHN : À CLASSE TRABALHADORA CABERIA A PROPOSIÇÃO DE UM NOVO LUGAR E NÃO O RETORNO IDÍLICO À DISPERSÃO SUBURBANA DA CIDADE-JARDIM
  37. OS HÖFE CONFIGURARAM UM ANEL EM TORNO DO NÚCLEO HISTÓRICO

    E ASSUMIRAM UM VALOR SIMBÓLICO COMO MUNUMENTO SOCIALISTA DIFERENTES CONCEPÇÕES DE PROJETO (MANFREDO TAFURI) 1.HERANÇA NACIONAL-POPULAR – ROMANTISMO 2.CONTRIBUIÇÃO DE PETER BEHRENS – NOVO CLASSICISMO 3.O ÉPICO, O ALEGÓRICO – KARL EHN 4. A APROXIMAÇÃO À CIDADE
  38. 1.HERANÇA NACIONAL -POPULAR – ROMANTISMO (ARTE REGIONAL, “ORNAMENTO AO POVO”)

    ARQTOS. ROBERT KALESA E HUBERT GESSNER METZLEINSTALER-HOF 1919-1923
  39. 2.CONTRIBUIÇÃO DE PETER BEHRENS – NOVO CLASSICISMO (HOMOGENEIDADE DAS PARTES,REPETIÇÃO

    SISTEMÁTICA DAS ABERTURAS, “SILENCIOSO TESTEMUNHO DE UM GRANDIOSO EPISÓDIO COLETIVO”. A ARTE CLASSICISTA PROCURA A PUREZA FORMAL, O EQUILÍBRIO, O RIGOR - OU, SEGUNDO A NOMENCLATURA PROPOSTA POR NIETZSCHE : PRETENDE SER MAIS APOLÍNEA QUE DIONISÍACA WINARSKYHOF 534 UH 1924 – 1926 ARQTOS. JOSEF HOFFMAN, JOSEF FRANK, OSKAR STRNAD, OSCAR WLACH, FRANZ SCHUSTER, ADOLF LOOS, MARGARETE SCÜTTE LIHOTZKY, KARL DIRNHUBER E PETER BEHRENS. FONTE: HTTP://WWW.DASROTEWIEN.AT/ONLINE/PAGE.PHP?P=10859
  40. 4. A APROXIMAÇÃO À CIDADE “AOS MODELOS DETERMINADOS DO WINARSKYHOF,

    DOS SUPERBLOCOS DE EHN, DE SCHMID E AICHINGER, DE GESSNER, CONTRAPÕE-SE UMA PESQUISA SIGNIFICATIVA NO SENTIDO DE DILUIR A ESTRUTURA DO SUPERBLOCO EM UMA VERDADEIRA E PRÓPRIA PAISAGEM URBANA, RICA DE VALOR DISCURSIVO”. GEORGE WASHIGTON-HOF 1927-1930 ROBERT OERLEY E KARL KRIST REPRESENTARÁ UMA ALTERNATIVA: UM CONJUNTO DE ESPAÇOS SEMI-FECHADOS COM BLOCOS QUE SE COMUNICAM ENTRE SI, REPRESENTA UMA “RECUSA À DIMENSÃO HERÓICA” DOS HÖFE ANTERIORES
  41. KARL-MARX HOF KARL EHN | 1927 1.400 UNIDADES E MAIS

    DE 1 KM DE EXTENSÃO 3. O ÉPICO, ALEGÓRICO- A ARQUITETURA DE KARL EHN (A ESCALA “SUPER-HUMANA”,SIMBÓLICA, ANTROPOMÓRFICA)
  42. FIM DA SEGUNDA GUERRA, CIDADES DESTRUÍDAS, ESTADOS CENTRALIZAM AÇÕES NO

    SENTIDO DE RECONSTRUIR AS DIVERSAS DIMENSÕES DA VIDA URBANA . O CIAM DE 1933. A CARTA DE ATENAS
  43. AS POSSÍVEIS ESCALAS... HABITAÇÃO ROMPE COM AS REFERÊNCIAS DADAS PELA

    QUADRA DA CIDADE TRADICIONAL E INTRODUZ NOVOS ARRANJOS ESPACIAIS E DE ESCALA O CORTE REVOLUCIONÁRIO MODERNO CONCILIA O EDIFÍCIO AO SOLO PELO ESPAÇO LIVRE. NASCE A IDÉIA DO ESPAÇO CONTÍNUO A DISSOLUÇÃO DA RELAÇÃO EDIFÍCIO-CIDADE: O EDIFÍCIO SOBREPÕEM-SE, DISTANCIANDO-SE DAS ESCLASA URBANAS.
  44. MODULOR 1943 O MODULOR: ENSAIO SOBRE UMA HARMONIOSA DIMENSÃO À

    ESCALA HUMANA UNIVERSALMENTE APLICÁVEL À ARQUITETURA E À MECÂNICA (PUBLICAÇÃO: 1950) CA-SCHLEPPY-CHAUX-DE-FONDS
  45. UNIDADE DE HABITAÇÃO MARSELHA (1947) I NANTES (1955) I BERLIM

    (1957) BRIEY EN FÔRET (1963) I FIRMINY (1965) COBERTURA: CRECHE GINÁSIO PISTA DE CORRIDA PEQUENO TEATRO
  46. O EDIFÍCIO-VIADUTO: UMA ESTRUTURA URBANA LE CORBUSIER | 1929 RIO

    DE JANEIRO CONEXÕES PROPOSTAS ARTICULAM O “ANTIGO “ TECIDO COM O EDIFÍCIO- VIADUTO
  47. FOTOMONTAGEM REALIZADA A PARTIR DE UM DESENHO DE LE CORBUSIER

    PARA ARGEL E DE UMA VISTA DO RIO DE JANEIRO EM 1934.
  48. MANFREDO TAFURI. PROJECTO E UTOPIA P. 92 A ARQUITETURA COMO

    IDEOLOGIA DO PLANO É SUBVERTIDA PELA REALIDADE DO PLANO, UMA VEZ QUE, SUPERADO O NÍVEL DA UTOPIA, ESTE SE TORNA MECANISMO OPERANTE.
  49. Mark Power, Polônia, 2004 Eric Baudlaire, The Spce Between, 2004-2005

    Eric Baudelaire, Neighbors, 2004-2005 OS LAY-OUTS ABSTRATOS E A PROPOSTA INICIAL DO ESPAÇO CONTÍNUO DESCARACTERIZAM-SE