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Estimativas Ágeis com Planning Poker

Estimativas Ágeis com Planning Poker

Palestra apresentada em 2012 no Encontro JavaBahia + LinguÁgil, realizado pela Faculdade IBES de Salvador.

Visando facilitar o entendimento dos slides, também estão inclusas as minhas anotações sobre o que é falado durante a palestra.

A palestra pode ser assistida na íntegra em: http://youtu.be/MjjAp4Gum7E

Rafael Miranda

April 22, 2012
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Transcript

  1. Cronogramas cheios de gordura, numa sucessão de “margens de segurança”

    Ou o inverso: sucessão de cortes de prazo, e que chega no final...
  2. Cultura da Precisão O problema não é a ferramenta cronograma

    em si. Ela é até uma ferramenta interessante. O problema é o que a forma como a utilizamos reflete: cultura da PRECISÃO, muito comum na mentalidade tradicional e consequentemente nas empresas e projetos tradicionais.
  3. Lider Chefe Gerente Cliente • Líder quer saber EXATAMENTE quando

    o desenvolvedor terminará a atividade X • Chefe quer saber EXATAMENTE quando o módulo XPTO será terminado • Gerente quer saber EXATAMENTE quando será a entrega do SIS-XPTO para homologação • Cliente quer saber EXTAMENTE quando poderá começar a usar o SIS-XPTO em produção
  4. # FA I L A questão é que, em projetos

    de SW, toda resposta dada para as perguntas acima, na GRANDE maioria das vezes, estará errada! Você sabe disso! Todos sabemos, todos VIVEMOS isto...
  5. Cálculo Aproximado !! Estimativa Intervalo de Confiança O intervalo de

    confiança é muito conhecido em estatística, e se assemelha ao intervalo das estimativas PERT, em que a estimativa consiste de uma valor do melhor caso, outro esperado e outro de pior caso
  6. Menos “acurado” Mais “acurado” Acurácia Maior acurácia = Menor diferença

    entre estimado e realizado (independentemente do intervalo de confiança) Se falo que “estimo entregar em Julho” e entrego, minha precisão é baixa, mas minha acurácia é alta
  7. Projetos ágeis trabalham com margem e gordura ZERO, pois não

    existe a cultura da PRECISÃO, e sim a da ACURÁCIA, e todas as partes interessadas precisam estar cientes disto, e principalmente, ENTENDER e ACREDITAR nisto. Todas as partes interessadas precisam mudar a sua cultura!
  8. Ao invés de buscar uma estimativa precisa: “vou acertar no

    centro do alvo” (e que provavelmente não acertarei ou darei sorte de acertar uma vez)
  9. Os projetos ágeis buscam uma estimativa acurada e um pouco

    menos precisa: “vou acertar na região amarela do alvo” (e que provavelmente acertarei várias vezes)
  10. Os projetos ágeis, reconhecendo REALMENTE as INCERTEZAS dos projetos, tentam

    EMPIRICAMENTE encontrar um nível de precisão aceitável, que viabilize a máxima acurácia...
  11. O cumprimento de estimativas em projetos de SW são influenciados

    por inúmeras VARIÁVEIS: Competência Técnica - Mudanças de Prioridades - Sentimentos e Interesses - Novas Necessidades - Realocação de Pessoas - ...
  12. +400% de Variação -400% de Variação O Cone da Incerteza

    Na medida em que avançamos no projeto, estas variáveis vão sendo estabilizadas, e a incerteza vai sendo diminuída.
  13. A gestão de projetos tradicional tenta antecipar o máximo de

    informações possíveis sobre o escopo para obter estimativas mais precisas.
  14. Nos projetos tradicionais existe o COMPROMISSO com escopo + prazo

    + custo muito cedo (nas fases do cone de maior incerteza e variabilidade das estimativas), implicando nos problemas sobre os quais falamos no início, além de inúmeros outros que conhecemos (stress da equipe, horas-extras, redução de qualidade do produto, conflitos entre partes interessadas, etc)
  15. Uma questão alarmante é que o método tradicional (que tenta

    evitar mudanças) proporciona uma estimativa de entrega do produto SOLICITADO inicialmente, que provavelmente não é o produto que deve realmente ser IMPLEMENTADO. Ou seja, ele dá uma ESTIMATIVA ERRADA para construção do PRODUTO ERRADO.
  16. A gestão ágil utiliza uma abordagem diferente, empírica, que monta

    uma estratégia global, mas planeja passo a passo, adaptando-se ao que encontrar pela frente
  17. Esforço mínimo suficiente para acurácia aceitável Nos projetos ágeis, ao

    invés de investir o máximo de tempo nas estimativas para se tentar uma grande acurácia, investe-se o menor tempo que gere a melhor relação esforço x acurácia http://www.amazon.com/Agile-Estimating-Planning-Mike-Cohn/dp/0131479415
  18. Mas isto requer uma mudança cultural grande, através da qual

    todos devemos re-pensar nossos comportamentos e atitudes. Re-pensar em como as coisas funcionam e como eles deveriam funcionar, visando o objetivo maior de ter sucesso nos projetos
  19. ? ? Mas será que isto funciona realmente? E como

    fica a estimativa do projeto inteiro? Até o final?
  20. Pois na prática é isto que temos. Todo mundo chega

    MORTO no final do projeto Projetos ágeis buscam um ritmo sustentável, e a forma de estimar e planejar reforça isto
  21. Deve-se avaliar se é REALMENTE necessário estimar tudo o que

    se tem visibilidade e firmar compromissos de longo prazo. Para se ter ESTIMATIVAS (cálculo aproximado) de duração do projeto...
  22. Funcionalidades Estimar o tamanho Derivar a duração Definição de datas

    Velocidade Funcionalidades Funcionalidades Funcionalidades http://www.amazon.com/Agile-Estimating-Planning-Mike-Cohn/dp/0131479415 Duração = Tamanho / Velocidade O quanto “a frente” você precisar, maior a quantidade de funcionalidades a estimar o tamanho. É importante balancear a quantidade de estimativas “a frente” são REALMENTE necessárias, para evitar desperdícios, pois as coisas mudam...
  23. 5 m 3 m 2 m = 30 m3 Você

    então ESTIMA (aproximadamente) o tamanho do seu trabalho...
  24. • 1 m3 • 30 “viagens” • 5 min /

    viagem • 30 x 5 = 150 min 2,5 hs 30 m3 Com base nas suas ferramentas (carrinho que comporta 1 m3), você deriva a quantidade de viagens (perceba que “viagem” é uma unidade de medida abstrata). E depois estima a duração de cada viagem e deriva a duração total
  25. Deadline Mas cuidado com estas datas... definir previamente datas fechadas

    *E* escopo fechado... Lembre-se que as INCERTEZAS são muitas!
  26. ? ? ? ? Mas como então eu faço para

    estimar o tamanho do que vou implementar?
  27. Planning Poker Técnica de estimativa criada em 2002 por James

    Grenning* e se popularizado por Mike Cohn em 2005 *Signatário do Manifesto Ágil
  28. Uma técnica de estimativa baseada em consenso. Baseada no método

    Dephi de previsão, criado na década de 50 -> Especialistas anônimos
  29. Mas deve utilizar a medida de forma relativa entre os

    itens estimados. “A última garrafa é X vezes maior do que a primeira”
  30. 1 - 1 - 2 - 3 - 5 -

    8 - 13 - 21 - 34 - ... Normalmente utiliza uma medida baseada na Sequência de Fibonacci Proporção áurea
  31. 13 8 21 21 13 34 8 5 13 Deixa

    explícita a maior incerteza de estimativas maiores, por meio de um maior intervalo de confiança Pode-se entender de forma geral, que tenho 25% - 50% - 25% de chances de acertar
  32. Altera a Sequência de Fibonacci para deixar mais explícita a

    incerteza de estimativas de elementos maiores Cria cartas “coringa” como Zero, 1/2, ? e Café
  33. Sim... mas este negócio de poker trás quais vantagens sobre

    a maneira que já faço estimativas? Ele é melhor mesmo?
  34. Permite uma maior integração e sinergia entre o time, pois

    todos participam JUNTOS da estimativa, além de que TODOS tiveram “voto” na estimativa
  35. Viabiliza uma maior descoberta e conhecimento do negócio do sistema,

    pois são realizadas discussões e explicações pelo Cliente
  36. Viabiliza a antecipação do design do sistema, pois soluções são

    discutidas visando a maior segurança para estimar
  37. Molokken-Ostvold, K. Haugen, N.C. (13 April 2007). "Combining Estimates with

    Planning Poker--An Empirical Study". IEEE Pode gerar resultados menos otimistas e mais precisos do que pela discussão aberta ou estimativa individualizada ou mecanizada
  38. A dinâmica do evento cria um ciclo contínuo de interação

    entre o Time e o Cliente, em que a IMPORTÂNCIA, o ESCOPO e a COMPLEXIDADE vão sendo discutidos
  39. É importante que seja a SUA estimativa e não a

    dos outros. Deve-se encarar como se SOMENTE VOCÊ estivesse estimando. Desta forma, VOCÊ precisará de todas as informações possíveis para ter mais segurança para estimar. Mas lembre-se, a estimativa é RELATIVA
  40. Os elementos a serem estimados vão sendo quebradas em elementos

    menores para facilitar a estimativa e reduzir as incertezas
  41. 1. Início 2. Definir menor estória 3. Visão geral primeiro

    item (PO) 4. Esclarecimentos (Time + PO) 5. Escolha individual de carta 6. Virada simultânea das cartas 4.1. Possíveis quebras 7. Maior e menor valores são explicados 8. Repetir até consenso
  42. Maior Menor Média Maioria Experimente algumas rodadas. Se não hegarem

    ao consenso, escolham uma alternativa e sigam adiante
  43. “O menor caminho para exceder as expectativas raramente passa por

    atender as expectativas” Ward Cunningham