no Brasil e no Chile, Aurélia de Sousa nasceu em Valparaíso, filha de António Martins de Sousa e de Olinda Peres. Era a quarta de sete filhos do casal. Mudou-se para o Porto, juntamente com os pais, com apenas três anos, em 1869. Passou a habitar a Quinta da China, às portas da cidade e sobre o rio Douro, comprada por seu pai, que veio a falecer em 1874 quando Aurélia tinha apenas oito anos. Aos dezasseis anos, começou a ter lições de desenho e pintura com António da Costa Lima e pintou o seu primeiro autorretrato. Em 1893, entrou para a Academia de Belas- Artes do Porto, onde foi aluna de João Marques de Oliveira, o qual muito influenciou a sua obra. Em 1898, Aurélia mudou-se para Paris onde frequentou, na Academia Julian, os cursos de Jean-Paul Laurens e de Jean-Joseph Benjamin-Constant. Realizou as primeiras exposições e, durante os três anos seguintes, viajou e visitou os museus de Bruxelas, Antuérpia, Berlim, Roma, Florença, Veneza, Madrid e Sevilha. Tendo regressado a Portugal em 1901, desenvolveu intensa atividade como ilustradora e participou regularmente na vida artística portuense, expondo na Sociedade de Belas-Artes do Porto, na Galeria da Misericórdia e, anualmente, na Sociedade Nacional de Belas-Artes, em Lisboa. Passou a última fase de sua vida na Quinta da China, onde faleceu em 1922, com cinquenta e cinco anos. A sua obra abrange vários temas: - o retrato ( onde se destacam os autorretratos, numa procura de si própria); - as cenas do quotidiano e de interiores; - a paisagem ( a partir da Quinta da China o seu olhar espraiava-se pelo rio Douro e pelo lugar do Areinho que pintou com frequência); - a natureza-morta; - e a pintura histórica ligada à religião e à mitologia.