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M1D1 - Aula 4

M1D1 - Aula 4

DISCIPLINA I: A Cidade e a História da Habitação Social
Professores: Lizete Rubano e Joana Mello

Aula 4_Habitação e cidade contemporânea: a obra de Héctor Vigliecca e equipe

Habitação e Cidade

March 05, 2015
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Transcript

  1. DO ABSTRATO À CONCILIAÇÃO: A CONSTRUÇÃO DA CIDADE NO TEMPO.

    A EXPERIÊNCIA DO ARQUITETO HÉCTOR VIGLIECCA E EQUIPE ESCOLA DA CIDADE MARÇO 2015
  2. A HABITAÇÃO NÃO É UM PROBLEMA: OU ELA FOI TOTALMENTE

    RESOLVIDA OU FOI ABANDONADA À PRÓPRIA SORTE. NO PRIMEIRO CASO É LEGAL, NO SEGUNDO “ILEGAL”. UMA SOLUÇÃO CONSOME O CÉU. A OUTRA O SOLO. QUEM TEM MENOS DINHEIRO HABITA O QUE MAIS CUSTA E OS QUE PAGAM, ALGO QUE É GRÁTIS: O AR.(KOOLHAAS, CIDADE GENÉRICA, 1994) www.geografiaparatodos.com.br/img/paisagem/pa... PARAISÓPOLIS
  3. TERRITÓRIO- CIDADE É O USO DO TERRITÓRIO , E NÃO

    O TERRITÓRIO EM SI MESMO, QUE FAZ DELE OBJETO DE ANÁLISE SOCIAL. CARECE DE CONSTANTE REVISÃO HISTÓRICA. (...) O TERRITÓRIO PODE SER FORMA, MAS O TERRITÓRIO USADO, É OBJETO E AÇÃO, SINÔNIMO DE ESPAÇO HUMANO, ESPAÇO HABITADO.(...) O TERRITÓRIO HOJE PODE SER FORMADO DE LUGARES CONTÍGUOS (HORIZONTALIDADES) E DE LUGARES EM REDE (VERTICALIDADES): SÃO TODAVIA OS MESMOS LUGARES QUE FORMAM REDES E QUE FORMAM O ESPAÇO BANAL. MILTON SANTOS, O RETORNO DO TERRITÓRIO IN TERRITÓRIO, GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO. SÃO PAULO: HUCITEC, 1994.
  4. PARAISÓPOLIS CARMO MESMO NOS LUGARES ONDE OS VETORES DA MUNDIALIZAÇÃO

    SÃO MAIS OPERANTES E EFICAZES, O TERRITÓRIO HABITADO CRIA NOVAS SINERGIAS E ACABA POR IMPOR, AO MUNDO, UMA REVANCHE. (...) (MILTON SANTOS, O RETORNO DO TERRITÓRIO IN TERRITÓRIO, GLOBALIZAÇÃO E FRAGMENTAÇÃO. SÃO PAULO: HUCITEC, 1994)
  5. MOTIVO PELO QUAL SELECIONAMOS O TRABALHO DO ARQUITETO HÉCTOR VIGLIECCA

    E EQUIPE: POR IDENTIFICAR QUE, NESSAS PROPOSTAS APRESENTADAS HÁ UMA TENTATIVA CLARA EM SE CONSTRUIR TERRITÓRIO URBANO E, COMO DECORRÊNCIA DISSO, ARQUITETURAS SIGNIFICATIVAS. A MATRIZ ESTRUTURADORA DAS FORMULAÇÕES PROJETUAIS É URBANA, O TERRITÓRIO USADO.
  6. AQUI, O QUE SE DÁ É A VALORIZAÇÃO MUITO MAIS

    DE ELEMENTOS “EXTERNOS”, PRESENTES NA LÓGICA URBANA DO QUE NOS INTRÍNSECOS À PRÓPRIA LÓGICA DO PROJETO (TIPOLOGIA, FORMA, PROGRAMA). O CONJUNTO DO CARMO É O RESULTADO DE UM AJUSTE INVENTIVO ENTRE GABARITOS, DIVISAS, ARTICULAÇÕES POSSÍVEIS E DESEJADAS E ESPAÇO PÚBLICO DA RUA , AQUELE QUE É RECONHECIDO E VIVENCIADO PELA POPULAÇÃO.
  7. 2. A QUADRA COMO UNIDADE URBANA DE REFERÊNCIA . ESCALA

    DE CIDADE RECONHECIDA E LEGITIMADA
  8. AS RUAS DE PEDESTRES, OS ACESSOS ÀS UNIDADES TÉRREAS, AS

    ESCADAS, A CIRCULAÇÃO ABERTA (“RUA ELEVADA”) E AS “PONTES” DE LIGAÇÃO ENTRE OS BLOCOS ACABAM POR COMPOR, TAMBÉM, UMA COMPLEXIDADE NA VIVÊNCIA DO ESPAÇO.
  9. DISCURSO DO BNH EM SEUS ANOS INICIAIS: DESFAVELAMENTO, REMOÇÃO OU

    ERRADICAÇÃO DE FAVELAS PÓS GUERRA : INICIAM-SE SINAIS DA ACEITAÇÃO DA FAVELA ENQUANTO FENÔMENO SOCIAL E URBANO, MAS NÃO ACEITAÇÃO DA FORMA E DA TIPOLOGIA URBANÍSTICA E HABITACIONAL LEVANDO À DEMOLIÇÃO DA FAVELA E RECONSTITUIÇÃO DE TUDO NO MESMO LUGAR, COM OUTRO PADRÃO URBANÍSTICO E ARQUITETÔNICO A POSTURA MAIS ACEITA TEM SIDO A URBANIZAÇÃO, OU SEJA, DOTAÇÃO DE INFRA- ESTRUTURA, SERVIÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS NAS FAVELAS, MANTENDO-SE AS CARACTERÍSTICAS DO PARCELAMENTO DO SOLO E AS UNIDADES HABITACIONAIS, COM A MINIMIZAÇÃO DE DEMOLIÇÕES, O QUE TEM SIDO ADOTADO A PARTIR DO COMEÇO DOS ANOS OITENTA. (LAURA BUENO. URBANIZAÇÃO DE FAVELAS: EXPERIÊNCIAS RECENTES. QUALIFICANDO E REGULARIZANDO, 2005)
  10. croquis diretrizes do projeto A FORMULAÇÃO DO TERCEIRO TERRITÓRIO PARTE

    DA IDÉIA DE QUE “UMA NOVA ESTRUTURA, QUE SE INTERSECTA À EXISTENTE, PODENDO ESTABELECER UMA NOVA UNIDADE QUE, SIMULTANEAMENTE VALORIZA, ESTIMULA E DÁ SENTIDO A ESSA OUTRA MORFOLOGIA, SEM DESTRUIR NEM EXCLUIR O EXISTENTE.” (HÉCTOR VIGLIECCA, TEXTO PARA A 6ª. BIENAL DE ARQUITETURA, 2005).
  11. O PÁTIO É CENTRAL, TOTALMENTE DEFINIDO E CIRCUNSCRITO AO CONJUNTO

    DE CASAS GEMINADAS (TÉRREO GARAGEM/COMERCIAL + DUPLEX) E, A ELE, VOLTAM-SE AS CIRCULAÇÕES SUPERIORES E O EQUIPAMENTO DE USO COLETIVO NO TÉRREO.
  12. PARAISÓPOLIS: CUNHAS DE INFILTRAÇÃO A FAVELA DE PARAISÓPOLIS, SEGUNDA MAIOR

    DA CIDADE DE SÃO PAULO COM CERCA DE 80.00 MORADORES.
  13. A IDENTIFICAÇÃO DESTE “ARRANJO”(A RUA) RECOLOCOU EM PAUTA A DIMENSÃO

    DA CIDADANIA NO ESPAÇO DA CIDADE: O ESPAÇO PÚBLICO E AS ESTRUTURAS URBANAS QUE O VIABILIZAM SÃO IDENTIFICADOS COMO MATRIZES DA VIDA NA CIDADE E DE SUA QUESTÃO ESSENCIAL - A EXISTÊNCIA COLETIVA.
  14. “CUNHAS QUE INFILTRAM URBANIDADE” (HV). ESSAS “CUNHAS”, ESSENCIALMENTE HABITACIONAIS, INFILTRARIAM

    LUZ, ESPAÇO PÚBLICO, PROGRAMAS, ARTICULAÇÕES, ACESSOS, PERCURSOS. ESTAS NOVAS ESTRUTURAS INTRODUZIRIAM ESCALAS E REFERÊNCIAS.
  15. A DIMENSÃO DA ESCALA PÚBLICA É DADA PELA HABITAÇÃO-ESTRUTURA E

    PELOS ESPAÇOS QUE ABRE (ACESSOS E PRAÇAS INTERNAS),
  16. A HABITAÇÃO PENSADA COMO MARCO NA ESCALA URBANA, PARA ALÉM

    DA CONDIÇÃO DA COTIDIANIDADE, PODE REPRESENTAR AGORA, NÃO MAIS O MONUMENTO AO TEMPO NOVO DA CIDADE, QUE DEVERIA ALOJAR OS TRABALHADORES (MODERNIDADE), MAS UMA ESTRUTURA QUE, ASSOCIADA ÀS PREEXISTÊNCIAS, CONSTRÓI O TEMPO REAL DA CIDADE. NÃO O TEMPO DA SOBREPOSIÇÃO, MAS O DO CONVÍVIO: “UMA ARQUITETURA SOLIDÁRIA E URBANAMENTE ATIVA ASSOCIADA ÀS CONSTRUÇÕES CONSOLIDADAS. O TERCEIRO TERRITÓRIO”. (HV)
  17. NO JARDIM VICENTINA O QUE SE TEM É MUITO MAIS

    UMA ESTRATÉGIA QUE ARTICULA O ORDENADO AO INFORMAL, EM QUE OS MAIORES ATRATIVOS SÃO OS ESPAÇOS PÚBLICOS (PEQUENOS MOMENTOS) E NÃO AS ARQUITETURAS DIFERENCIADAS PELA LINGUAGEM. NÃO SE TRATA DA FORMA DO EDIFÍCIO E NEM DO INEDITISMO. É PELO ARRANJO DOS ELEMENTOS DA CIDADE QUE SE FAZ A COMPLEXIDADE ALI.
  18. A PARTIR DA DIMENSÃO DA QUADRA (UNIDADE URBANA DE REFERÊNCIA,

    PANERAI , 1986), A CADA 100M, ESTRUTURA-SE ARQUITETURA, ÁREAS PÚBLICAS E VIÁRIO, CONFORMANDO UMA PARCELA NOVA. AQUI SÃO DISPOSTAS TIPOLOGIAS VÁRIAS (UNIDADES ASSOBRADADAS, TÉRREO COM UNIDADE DUPLEX SOBREPOSTA, EDIFÍCIOS DE 4 A 5 PAVIMENTOS) AO LONGO DAS VIAS ABERTAS E EM VOLTA DAS PRAÇAS, RESERVANDO ESPAÇOS LIVRES PARA UMA APROPRIAÇÃO COM COMÉRCIO.
  19. Bela Vista 2.76 67,100 63,276 58,832 21,293.38 Bom Retiro 4.18

    30,602 26,678 21,707 5,193.93 Cambuci 3.93 32,286 28,790 25,161 6,402.39 Consolação 3.78 59,797 54,632 46,947 12,418.79 Liberdade 3.65 68,131 62,006 53,607 14,684.23 República 2.3 52,136 47,810 42,632 18,502.67 Santa Cecília 3.79 77,615 71,314 63,061 16,637.50 Sé 2.17 23,085 20,174 16,650 7,657.17 TOTAL 26.56 410,752 374,680 328,597 12.845,01 SÉ SUBPREF. DISTRITOS ÁREA KM2 POP(1996) POP (2000) POP (2008) DENS.DEMOGRÁFICA (HAB/KM2) FONTE: DADOS DEMOGRÁFICOS DOS DISTRITOS PERTENCENTES ÀS SUBPREFEITURAS TOTAL POR SUBPREFEITURA. SECRETARIA MUNICIPAL DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758 A PARTIR DO IBGE
  20. Jardim Ângela 37.05 213,335 245,125 284,643 7,683.68 Jardim São Luís

    25.69 223,343 238,858 259,803 10,111.35 TOTAL 62.74 436,678 483,983 544,446 8.897,52 M´BOI MIRIM SUBPREF. DISTRITOS ÁREA KM2 POP(1996) POP (2000) POP (2008) DENS. DEMO(HAB/KM2) FONTE: DADOS DEMOGRÁFICOS DOS DISTRITOS PERTENCENTES ÀS SUBPREFEITURAS TOTAL POR SUBPREFEITURA. SECRETARIA MUNICIPAL DE COORDENAÇÃO DAS SUBPREFEITURAS http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/subprefeituras/subprefeituras/dados_demograficos/index.php?p=12758 A PARTIR DO IBGE
  21. EDIFÍCIOS HABITACIONAIS SERIAM PENSADOS COMO ESTRUTURAS QUE ARTICULAM TOPOGRAFIA E

    VALE (AS LINHAS D´ÁGUA) ÀS VIAS E PODEM ACONTECER AO LONGO DE TODA A ÁREA A SER URBANIZADA.
  22. CONEXÃO DE PEDESTRES CONEXÃO DE PEDESTRES E CICLOVIA CONEXÃO DE

    PEDESTRES E VEÍCULOS CENTRALIDADES NOVAS HABITAÇÕES ÁREAS VERDES
  23. CONDIÇÃO URBANA CONTEMPORÂNEA UMA DAS QUESTÕES ESSENCIAIS COLOCADAS POR TAFURI,

    A SEU TEMPO – O RECONHECIMENTO DA PREPONDERÂNCIA DA CONDIÇÃO URBANA SOBRE A ARQUITETURA – REAPARECE, COMO DESTAQUE, NA CONTEMPORANEIDADE. RETOMAR O “DESTINO” DA GRANDE METRÓPOLE BRASILEIRA SIGNIFICA RESGATAR A MATRIZ URBANA COMO ESSENCIAL AO PENSAMENTO DO PROJETO, A PARTIR MESMO DA IDENTIFICAÇÃO DE QUE O PROCESSO QUE GERA A CIDADE DESIGUAL TAMBÉM GERA FORMAS DE APROPRIAÇÃO OUTRAS, PELA AÇÃO HUMANA (A REVANCHE. MS) E QUE ESTAS DUAS CONDIÇÕES COLOCAM AO PROJETO, NO MÍNIMO, UMA POSSIBILIDADE...