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Livro digital: tecnologia, preceitos e sentimentos

Jose Fernando
December 16, 2020

Livro digital: tecnologia, preceitos e sentimentos

Palestra apresentada no evento TECLIS EM FOCO, do Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens - PPGEL - da UTFPR-Curitiba.

Jose Fernando

December 16, 2020
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Transcript

  1. Premissas ❖ Experiência pessoal ❖ Não acredite em nada do

    você ouvir aqui, faças as suas EXPERIÊNCIAS
  2. Livro e história ❖ A cultura do livro permeia a

    nossa historia e o nosso modo de viver e pensar. ❖ Existe uma espécie de divinização do objeto livro ❖ Fetichismo do livro
  3. ❖ Dificuldade em definir o que é um livro ❖

    Suporte e conteúdo: dois conceitos no mesmo objeto? ❖ Diferença entre texto e livro ❖ Livro como objeto Definição de livro
  4. (re)evolução digital ❖ Vivemos uma mudança maior do que na

    invenção da tipografia (Roger Chartier e Jason Epstein) ❖ Mudança de paradigma
  5. Quarta revolução ❖ Da oralidade à escrita ❖ do volumem

    ao codex ❖ do manuscrito à impressão ❖ da impressão ao digital
  6. A era da informação ❖ não estamos imóveis e não

    somos o centro do universo (Copérnico) ❖ Somos animais e pertencemos ao reino animal (Darwin) ❖ Estamos longe de sermos transparentes e claros a nós mesmos (Freud) ❖ Estamos todos conectados. Somos informational organisms (inforgs) ❖ Luciano Floridi fala de quarta revolução referindo-se à informação
  7. Modernidade líquida ❖ Perca da materialidade ❖ Texto fluido, livro

    líquido. ❖ Fragmentariedade e incompletude ❖ "Todo livro é uma startup"
  8. Isaac Asimov ❖ O telelivro ❖ The boys and the

    girls, 1951 ❖ Citado por Gino Roncaglia ❖ Tradução J. Fernando Tavares
  9. Margie, escreveu até mesmo no seu diário aquela noite, na

    página com a data de 17 de maio de 2157: "Hoje Tommy encontrou um livro verdadeiro. Era um livro antigo. O avô da Margie disse uma vez que, quando ele era criança, seu avô lhe disse que houve uma época em que todas as histórias e contos eram impressos em papel. Dava pra virar as páginas, que eram amarelas e faziam barulho e era muito engraçado ler as palavras que estavam paradas em vez de estarem se movendo, como era previsto que elas fizessem em uma tela, é lógico. E ainda mais, quando você retornava à página precedente ali estavam as palavras que você já tinha lido antes! - Meu Deus, que desperdício - disse Tommy. - E quando a pessoa chega no final do livro, o que faz? Joga fora tudo? A nossa televisão já deve ter passado um milhão de livros e ainda está boa para ser usada mais vezes. Quem sonharia de jogar ela fora? - O mesmo vale para a minha - disse Margie - que tinha 11 anos e ainda não tinha visto tantos livros quanto Tommy."
  10. Interface de leitura ❖ O suporte ao texto, aquilo que

    chamaremos de "interface de leitura" tem uma função central na evolução dos modos e das formas de leitura e escritura. (Gino Roncaglia) ❖ Esta ideia aparece em embrião na obra de Harold Innis quando ele faz a distinção entre medium orientado à permanência, como a pedra e médium orientado ao movimento no espaço, como o papel.
  11. Não existe texto sem suporte ❖ Não existe texto sem

    suporte (“Guglielmo Cavallo e Roger Chartier (a cura di), Storia della lettura nel mondo occidentale, Laterza, Roma-Bari 1995, 2009) ❖ Os autores não escrevem livros. Escrevem textos, histórias, que torna-se objetos textuais que podem vir a ser livros ❖ O suporte não é neutro
  12. Materialidade digital ❖ Aparelho (device) ❖ Software ❖ e-book (conteúdo)

    ❖ suporte físico (papel) ❖ Texto (conteúdo) materialidade do impresso materialidade do digital
  13. Consequências ❖ Usabilidade ❖ Acessibilidade ❖ engagement style (high activity’

    and ‘high absorption’) ❖ Lean back e lean forward ❖ Mobile first
  14. O texto digital ❖ Texto em forma de bit ❖

    Formatação do texto ❖ Linguagem de marcação ❖ Expressividade ❖ Portabilidade e reutilização ❖ Padronização e abertura
  15. Duas estradas… ❖ WYSIWYG (What You See Is What You

    Get) ❖ O que você vê é o que você obtém ❖ WYSIWYM (What You See Is What You Mean) ❖ O que você vê é o que você pensa
  16. O formato ePub ❖ Formato aberto (open source) ❖ Baseado

    em tecnologias consolidadas (HTML e CSS) ❖ Desenvolvido para satisfazer a necessidade de estabilidade e portabilidade
  17. W3C e IPDF ❖ O World Wide Web Consortium (W3C)

    é a principal organização de padronização da World Wide Web. Consiste em um consórcio internacional com quase 400 membros, agrega empresas, órgãos governamentais e organizações independentes com a finalidade de estabelecer padrões para a criação e a interpretação de conteúdos para a Web.
  18. W3C e IPDF ❖ O International Publishing Digital Fórum era

    uma organização composta pelos principais editores e players do mercado do livro digital com a intenção de criar um padrão para as publicações digitais. Criou assim o ePub (eletronic Publication) nas versões 2.1 e 3.0 e 3.1 que é a versão atual.
  19. W3C e IPDF ❖ A união destes dois organismos, ocorrida

    este ano faz com os livros digitais entrem a fazer parte das especificações da Web (W3C) tornando-se assim um padrão mundial para as publicações eletrônicas.
  20. Mudanças lentas ❖ Produção ainda centrada no impresso ❖ Falta

    de conhecimento do digital ❖ Falta de investimento econômico ❖ Retorno econômico ainda baixo
  21. Livros infantis ❖ Nova linguagem? ❖ Novo modo de aprender?

    ❖ Quais linguagens podem ser desfrutadas no digital? ❖ Unir a materialidade do digital com as dinâmicas relacionadas aos livros infantis
  22. App ou e-book ❖ Um App é um software (programa)

    que funciona em um sistema operativo ❖ usa os recursos do sistema operativo e do hardware
  23. ePub3 com layout fixo ❖ Formato padrão que pode ser

    transversal aos suportes de leitura ❖ Utiliza padrões da web (HTML, CSS e XML) ❖ Utiliza o recurso de posizionamento fixo
  24. Recursos ❖ Interatividades (histórias interativas) ❖ Animações ❖ Sons, músicas,

    vídeo ❖ Leitura em alta voz ❖ Acessibilidade (fontes para disléxicos) ❖ Interação com o device
  25. Produção ❖ Integração entre história e desenho ❖ Animações dizem

    mais sobre o texto ❖ Equilíbrio entre leitura textual, sonora e visiva ❖ Leitura como ponto central (não é um game)