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Teste

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Teste de apresentações

Hugo Meza Pinto

September 27, 2011
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  1. SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas

    Empresas Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Nacional Luiz Otávio Gomes da Silva Diretor-Presidente do Sebrae Nacional Paulo Tarciso Okamotto Diretor-Técnico do Sebrae Nacional Luiz Carlos Barboza Diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional César Acosta Rech Equipe Técnica Gerente da Unidade Gestão Estratégica Gustavo Henrique de Faria Morelli Coordenação do Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso Renata Barbosa Araújo Duarte Comitê Gestor do Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso Rosana Carla Figueiredo de Lima – Sebrae Nacional Fabrícia Carneiro Fernandes – Sebrae/AL Renata Maurício Macedo Cabral – Sebrae/RJ Tânia Aparecida Silva – Sebrae/GO Eligeneth Resplande Pimentel – Sebrae/TO Ana Claudia Fagundes – Sebrae/RS Organização e Preparação do documento Sandra Regina Holanda Mariano, D.Sc. Verônica Feder Mayer, M.Sc. Diagramação Compográfica - Versal Artes Gráficas Maio/2006 BRASÍLIA SEPN – Quadra 515, Bloco C, Loja 32 – Asa Norte 70.770-900 – Brasília Tel.: (61) 3348.7100 – Fax: (61) 3347.4120 www.sebrae.com.br
  2. Guia Passo a Passo para Produção de Casos e Práticas

    de Sucesso do Sebrae 3 Sumário Apresentação do Guia Passo a Passo ............................................................. 5 1. O Projeto Caso de Sucesso do Sebrae .................................................. 7 1.1. Histórico .....................................................................................7 1.2. A tradição dos Estudos de Caso ................................................. 8 1.3. Razões para utilizar o Método Caso ........................................... 9 1.4. O Caso de Sucesso do Sebrae ................................................... 11 2. A metodologia de Casos de Sucesso do Sebrae ................................. 13 2.1. Linha do tempo de um Caso de Sucesso ................................. 15 2.1.1. Erros comuns na linha do tempo do caso...................... 16 2.2. Seção de ABERTURA...............................................................16 2.2.1. O contexto geral do caso (onde) .................................... 17 2.2.2. O protagonista (quem) ................................................... 17 2.2.3. O dilema do caso (quando e por que) ........................... 18 2.2.4. Erros comuns na preparação da ABERTURA ............... 18 2.3. Seção de ANTECEDENTES..................................................... 19 2.3.1. Preparação dos ANTECEDENTES................................ 20 2.3.2. Erros comuns na preparação dos ANTECEDENTES ... 21 2.4. Seção de DESENVOLVIMENTO ............................................. 22 2.4.1. Resultados alcançados .................................................... 23 2.4.2. Erros comuns na preparação do DESENVOLVIMENTO .................................................. 24 2.4.3. Seção de FECHAMENTO.............................................. 25 2.4.4. Erros comuns na preparação do FECHAMENTO do caso .. 27 2.4.5. Seção de QUESTÕES PARA DISCUSSÃO.................... 27 2.4.6. Erros comuns na preparação das QUESTÕES PARA DISCUSSÃO ........................................................ 28 2.5. Seção de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 28 2.6. Exemplos de Casos de Sucesso................................................. 28 3. Metodologia para descrição de Práticas de Sucesso .......................... 29 3.1. Objetivo ....................................................................................29 3.2. A descrição da Prática...............................................................29 4. Dicas de estilo e de redação ...............................................................37 4.1. Qualidades essenciais de um caso ............................................ 37
  3. Guia Passo a Passo para Produção de Casos e Práticas

    de Sucesso do Sebrae 4 4.2. Normas gerais de estilo ............................................................ 39 4.3. Normas de redação................................................................... 41 4.4. Erros comuns (estilo e metodologia) ........................................ 50 4.5. Quando o Caso de Sucesso não é considerado bom e pode ser recusadopara publicação? ................................................... 51 5. Escrevendo o Caso de Sucesso ........................................................... 53 5.1. Preparação do escritor .............................................................. 53 5.2. Coleta de informações .............................................................. 53 5.3. Documentação obrigatória para a publicação do caso............. 54 6. Formulários utilizados no processo de desenvolvimento dos casos..... 55 6.1. Formulário pré-caso.................................................................. 55 6.2. Formulário pós-caso ................................................................. 55 6.3. RTE – Relatório da Tutoria Estadual para encaminhamento do caso ...................................................................................... 55 6.4. RTN – Avaliação pela Tutoria Nacional ................................... 55 6.5. RTN final e recomendação para publicação ............................ 56 6.6. RAD Avaliação do Demandante ............................................... 56 6.7. RTE – Prática de Sucesso – Relatório da Tutoria Estadual para encaminhamento da Prática de Sucesso .......................... 56 6.8. RTN – Prática de Sucesso – Relatório da Tutoria Nacional para encaminhamento da Prática de Sucesso .......................... 56 6.9. RTN Final – Prática de Sucesso – Relatório Final da Tutoria Nacional ....................................................................... 56 7. Uso do caso para fins de treinamento e capacitação ......................... 57 7.1. Preparação do instrutor para utilizar um estudo de caso ........ 57 7.2. A dinâmica em sala de aula ...................................................... 58 7.3. Estrutura física das salas de aula .............................................. 58 7.4. O papel do instrutor como condutor de uma aula baseada em casos ...................................................................... 58 7.5. GUIA DO INSTRUTOR – 10 passos de como ENSINAR utilizando casos ......................................................................... 59 7.6. Principais problemas na utilização do método ........................ 62 7.7. GUIA DO PARTICIPANTE – 10 passos de como ESTUDAR utilizando casos ......................................................................... 63 8. Referência bibliograficas .................................................................... 67 ANEXO X – Exemplos de referências bibliográficas .................................. 69
  4. Guia Passo a Passo para Produção de Casos e Práticas

    de Sucesso do Sebrae 5 Apresentação do Guia Passo a Passo Esta edição revista e ampliada do Guia Passo a Passo apresenta a metodologia para produção de Casos de Sucesso do Sebrae, que foi aperfeiçoada a partir da experiência e do aprendizado acumulados desde o início do projeto, em 2002. Neste período foram publicadas quatro obras contendo casos de sucesso – “Histórias de Sucesso Experiências Empreendedores – Edição 2003”, “Histórias de Sucesso Experiências Empreendedores – Edição 2004”, “Histórias de Sucesso Mulheres Empreendedoras 2005” e “ Casos de Sucesso Acesso à Justiça – 2005” – totalizando mais de 3.000 páginas. O conteúdo dessas obras está disponível gratuitamente no site www.sebrae.casosdesucesso.com.br. Participaram do projeto mais de 50 professores orientadores que acompanharam o desenvolvimento dos casos em todos os estados da federação. Esses importantes colaboradores apresentaram sugestões que, somadas à experiência dos professores tutores nacionais, ajudaram a aprimorar a metodologia de Casos de Sucesso. Esta nova edição do Guia trás outras novidades. Foi incorporado um capítulo com dicas de redação e estilo que ajudarão escritores e orientadores a produzir textos com maior qualidade literária. O Guia apresenta ainda as mudanças nos objetivos do Projeto Casos de Sucesso, a partir da implantação do Projeto Geor, ou Gestão Orientada para Resultado. Com isso, todos os envolvidos poderão compreender melhor onde o seu trabalho se insere no contexto do Projeto Casos de Sucesso.
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    de Sucesso do Sebrae 7 1. O Projeto Caso de Sucesso do Sebrae 1.1. Histórico O Projeto Desenvolvendo Casos de Sucesso foi iniciado em 2002 como um direcionamento estratégico do Sistema Sebrae, visando atender aos seguintes objetivos: 1. Gerar um processo de produção de conhecimento dentro do Sistema Sebrae, visando utilizá-lo como uma das ferramentas para obtenção de resultados. 2. Sensibilizar os colaboradores sobre a importância da produção de casos, contribuindo para o processo de gestão do conhecimento institucional. 3. Replicar os casos no Sebrae e junto aos parceiros e instituições de ensino superior, visando à capacitação de empresários, empreendedores e alunos, por meio de análise de situações reais de pequenos empreendimentos brasileiros. 4. Divulgar para a sociedade em geral as experiências bem-sucedidas na geração de emprego e renda, por meio da publicação do material em livro e no site do Sebrae: www.sebrae.com.br. Para se construir casos como ferramenta para fins de ensino didaticamente estruturado, é necessário atender a alguns requisitos-chave. O caso de ensino deve apresentar uma boa história, com a qual o leitor possa identificar a sua realidade e se envolver, além de apresentar uma boa questão de negócio, ou seja, uma situação onde haja a necessidade de se tomar uma importante decisão. Não se pode perder de vista que o caso é um veículo para ensinar conceitos e experiências empreendedoras por meio da simulação de uma situação real. Nesse sentido, a situação deverá ser narrada com a maior neutralidade possível em relação aos fatos acontecidos. Atendendo a todas as premissas acima, foi elaborada pelo Sebrae a metodologia Desenvolvendo Casos de Sucesso disponível no site da instituição www.sebrae.com.br, link Casos de Sucesso. A partir de 2003, o Sebrae adotou a Gestão Estratégica Orientada para Resultados (Geor), que tem como objetivo promover, a curto prazo, a
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    de Sucesso do Sebrae 8 capacidade do Sistema Sebrae e de seus parceiros de produzir, medir e comunicar benefícios relevantes para a sociedade e para as micro e pequenas empresas. Dessa forma, o objetivo principal do Projeto Casos de Sucesso passou a atender à demanda de conhecimento dos projetos voltados para o público- alvo da instituição. Foi desenvolvido um conjunto de ações visando ao fortalecimento da gestão do conhecimento no Sistema Sebrae, tendo o Caso de Sucesso como um de seus principais instrumentos. Destacam-se as seguintes iniciativas: Metodologia para elaboração do Caso de Sucesso: a metodologia Desenvolvendo Casos de Sucesso foi criada com o objetivo de garantir a qualidade do conteúdo e nivelar a formação didática dos escritores, responsáveis pela descrição dos estudos de casos em todo o país, e dos seus orientadores acadêmicos. A metodologia do Sebrae é uma adaptação do consagrado método de ensino adotado na Harvard Business School. Disseminação do Caso de Sucesso: com o objetivo de ampliar o acesso aos estudos de caso, utilizando as melhores práticas adotadas em pequenos negócios brasileiros, o Sebrae disponibiliza no site www.sebrae.com.br, link Casos de Sucesso, todas as informações referentes aos estudos e conteúdos do projeto. Utilização do Caso de Sucesso: a partir do novo modelo de gestão adotado pela instituição, os estudos de caso estão sendo utilizados como uma ferramenta de ensino que serve de exemplo em capacitações e na difusão de conhecimento junto a empreendedores e comunidades para obtenção de resultados. Para isso, foram elaborados procedimentos didáticos com o intuito de obter a melhor aplicação dos estudos de casos junto ao público-alvo. 1.2. A tradição dos Estudos de Caso Os Estudos de Caso, como instrumentos de ensino, têm o objetivo de permitir ao participante de um curso tomar decisões e conhecer situações do mundo real. Adotado como metodologia de ensino na Harvard Business School há quase um século, o ensino por meio de Estudos de Caso tem como principal objetivo o desenvolvimento da capacidade de decisão de alunos e empreendedores, incentivando-os a abandonarem a postura passiva a que foram acostumados no modelo de educação tradicional.
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    de Sucesso do Sebrae 9 A Harvard Business School já era uma das mais importantes escolas de negócios do mundo quando adotou, no início do século XX, o método de ensino por meio de casos – também chamado de Método Caso. A filosofia começou a ser adotada a partir de 1908, com a discussão de problemas reais enfrentados por administradores de empresas. O Método Caso, porém, só passou a ser dominante na graduação de Administração de Harvard em 1919, por decisão do decano Wallace Brett Donham. Por iniciativa dele, surgiu o primeiro livro de casos para estudo que se conhece, desenvolvido pelo professor Melvin Copeland, em 1920. Atualmente, o Estudo de Caso é um importante instrumento de ensino em cursos de Administração, Empreendedorismo, Ciência Política e Psicologia. Todos esses cursos têm incorporado os Estudos de Caso de maneira consistente e sistemática nos seus programas pedagógicos. Em tais áreas de conhecimento, o desenvolvimento das capacidades de análise e julgamento é especialmente relevante. O uso do Método Caso nas escolas de Administração no Brasil tem apenas três décadas. Embora as características do sistema, aliado ao grande crescimento do mercado de educação executiva, tenham despertado o interesse de muitos professores brasileiros, uma das maiores dificuldades enfrentadas é encontrar casos nacionais disponíveis. Mesmo nas escolas de negócios brasileiras que utilizam o método há mais de 20 anos, existe grande concentração de casos estrangeiros. Neste sentido, o Projeto Casos de Sucesso do Sebrae tem o grande mérito de contribuir para a formação de uma biblioteca de casos que desvendam a realidade do nosso país. 1.3. Razões para utilizar o Método Caso Os casos tradicionais, que seguem estritamente o método de Harvard, contam a história de uma pessoa, ou protagonista, que vivencia uma situação onde uma difícil decisão será tomada. Na forma clássica de se escrever casos conta-se, em detalhes, os principais aspectos de um dilema de negócio até se chegar ao momento crucial da tomada de decisão para sua solução. No caso Harvard, a solução do dilema nunca é apresentada, pois o dilema deve ser solucionado pelo aluno. O professor, ao escolher um caso para discutir em sala de aula, busca
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    de Sucesso do Sebrae 10 um instrumento que permita um exercício de reflexão para os seus alunos. O momento culminante de um caso é a sua discussão pelos alunos. A cada solução dada ao dilema os participantes demonstram a sua capacidade de reflexão, escolha e, especialmente, sua capacidade de argumentar e defender um determinado curso de ação. Mediando este debate, o professor procura destacar os principais conceitos teóricos que ele objetiva ensinar. No Caso de Sucesso do Sebrae o texto apresenta, a exemplo do método Harvard, os principais aspectos que envolvem um dilema vivido pelo protagonista/empreendedor da história. A diferença é que no Caso do Sebrae o desfecho do dilema é apresentado. O leitor é informado sobre a decisão que efetivamente foi tomada pelo protagonista, os detalhes das suas ações e como se deu a sua implementação. Com isso, o professor tem em mãos um instrumento completo que permite estudar a solução implementada, discutir as alternativas possíveis que poderiam ser adotadas e refletir sobre os desafios futuros. As situações apresentadas no Caso de Sucesso dão ao leitor a chance de conhecer a história de quem venceu desafios e de conhecer uma situação gerencial semelhante às que ele irá encontrar na sua carreira. O caso obriga o leitor a pensar, a avaliar criticamente a realidade e a se empenhar na busca de alternativas para o problema enfrentado. O Estudo de Caso permite ao participante de um treinamento: • simular a realidade no ambiente da sala de aula, permitindo vinculação mais fácil da teoria com a prática; • desenvolver competência para resolver problemas complexos. O participante irá deparar-se com situações-problema reais que exigem capacidade de interpretação, análise crítica e de resposta conceitualmente fundamentada; • aprender fazendo, pois vivenciará situações do mundo real, colocando-se no lugar do gestor no momento da tomada de decisão ou na condução do caso. Desta forma, o participante estará instrumentalizando o conhecimento; • desenvolver a capacidade empreendedora, ao deparar-se com o desafio de situações repletas de variáveis; • entender o processo de gestão de forma integrada, percebendo conexões entre diferentes problemas e forçando a tomada de decisão que contemplem essa complexidade;
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    de Sucesso do Sebrae 11 • promover a interdisciplinaridade, ao estabelecer relações entre conceitos abordados em diferentes disciplinas, explicitando a interdependência do conhecimento para a solução de problemas complexos e contribuindo para romper com a fragmentação curricular. 1.4. O Caso de Sucesso do Sebrae O Caso de Sucesso é desenvolvido quando uma área fim do Sebrae possui uma demanda de conhecimento, ou seja, quando precisa atender às necessidades dos empreendedores, empresários de micro e pequenas empresas, gestores municipais e líderes comunitários para a solução de um determinado problema. Após levantar as demandas das áreas fim, o Comitê de Casos de Sucesso, formado por um representante de cada região do Brasil, identificará experiências bem-sucedidas que possam ser tomadas como exemplo a ser seguido na solução do problema identificado pela referida área. Um bom Caso de Sucesso é, portanto, um meio para ensinar conceitos e técnicas bem-sucedidas a partir de uma experiência real. Para isso, é necessário que os objetivos do caso sejam claros em termos da demanda que se deseja atender. A qualidade de um caso pode ser avaliada a partir de algumas dimensões: a capacidade do caso de satisfazer às necessidades de conhecimento da área demandante; a riqueza da pesquisa e dos dados; a forma de apresentação e o nível de detalhamento dos dados. Outro atributo de um bom caso é a qualidade do texto. É importante lembrar que o escritor do caso não pode perder de vista o comportamento e as expectativas do leitor. Em geral, o leitor deseja poder aprender com o caso e deseja que ele seja relevante para solucionar seus problemas. No entanto, ele também deseja um caso interessante, escrito de maneira clara e agradável, que ele possa ler e compreender num tempo razoável e que o deixe motivado. Portanto, é importante ter em mente que o caso não é um relatório técnico, é uma história bem contada, escrita em linguagem de fácil compreensão, muitas vezes romanceada para prender a atenção do leitor. Um bom caso também não deve ser muito longo. As informações descritas no caso devem ser apenas aquelas pertinentes à solução do dilema
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    de Sucesso do Sebrae 12 ou desafio, de acordo com a demanda da área fim. Deve-se evitar que o caso seja superficial, mas também deve-se evitar que ele seja demasiado longo. Casos longos podem provocar desmotivação e resistência de leitura por parte do leitor. Além do caso escrito, alguns recursos adicionais podem ser desenvolvidos, de acordo com a demanda definida e com a disponibilidade orçamentária. Recursos multimídia, por exemplo, podem ser considerados desde que haja benefícios adicionais no aprendizado. Esses recursos também contribuem para uma boa imagem do Sebrae.
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    de Sucesso do Sebrae 13 A metodologia de Casos de Sucesso foi desenvolvida especialmente para o Sebrae em 2002 tendo como base as metodologias clássicas de descrição de casos de ensino usadas pelas melhores escolas de negócio e empreendedorismo do mundo. O objetivo desta metodologia é sistematizar, para fins de disseminação de conhecimento, as experiências de sucesso do Sebrae. Em 2005, a metodologia foi atualizada e aperfeiçoada a partir das experiências colhidas nos três anos de aplicação no Projeto Casos de Sucesso, contendo importantes adaptações que atendem a requisitos da filosofia Geor. Um Caso de Sucesso é composto por seis seções: ABERTURA, ANTECEDENTES, DESENVOLVIMENTO, FECHAMENTO, QUESTÕES PARA DISCUSSÃO e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Na seção de ABERTURA é apresentado o contexto geral do local onde o caso se desenvolve, o(s) protagonista(s)/empreendedor(es) do caso, e o dilema enfrentado por este(s) antes do início do projeto. Na seção ANTECEDENTES devem ser apresentados dados importantes e indicadores sobre como era a região e a vida do(s) protagonista(a)/empreendedor(es) antes da tomada de decisão, que em boa parte das vezes conta com o apoio e/ou intervenção do Sebrae. Na seção DESENVOLVIMENTO são detalhadas as ações que permitiram solucionar o dilema vivido pelo(s) protagonista(s)/ empreendedor(es) e são apresentados os resultados, quantitativos e qualitativos, que mostram por que a história é um Caso de Sucesso. Na seção de FECHAMENTO deve-se mostrar as ações que ainda estão em andamento e finalizar o caso refletindo sobre os desafios futuros que precisam ser trabalhados. Na seção QUESTÕES PARA DISCUSSÃO são propostas perguntas com o objetivo de orientar debates, destacando pontos relevantes do caso. Por fim, são apresentadas as REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS pesquisadas e utilizadas na elaboração do caso. Todas as seções devem respeitar a linha do tempo do caso. É importante lembrar que, para o leitor, o caso estará sempre no passado. Quando o caso 2. A metodologia de Casos de Sucesso do Sebrae
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    de Sucesso do Sebrae 14 Estrutura do Caso Seção de ABERTURA • Contexto: Onde? • Protagonista: Quem? • Dilema: Quando? Por quê? Apresentação do dilema enfrentado pelo protagonista do caso, gerando grande suspense sobre o seu desfecho. • A data de referência para todo o caso é a data do dilema. • Atenção: na abertura não devem ser apresentados resultados e ações. Seção de ANTECEDENTES • Descrição dos fatos que antecedem o dilema: contexto social, econômico, cultural e demográfico, culminando com o dilema. • O leitor deve ser levado a compreender a importância do dilema e do seu protagonista no contexto local (econômico e social). • Apresenta-se novamente o dilema enfrentado pelo protagonista do caso, gerando suspense sobre o seu desfecho. Seção de DESENVOLVIMENTO • Descrição das ações tomadas pelo protagonista para resolver o dilema. • Descrição das ações de sensibilização e articulação conduzidas pelo protagonista. • Descrição das atividades desenvolvidas, de forma detalhada. • Resultados obtidos. Seção de FECHAMENTO • Lições aprendidas pelo protagonista. • Novos desafios e dilemas futuros. Seção de QUESTÕES PARA DISCUSSÃO • Apresentação das questões para discussão. Seção de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS for publicado, os resultados também farão parte do passado. Por isso, o texto do caso tem sempre o tempo passado e precisa de datas claras que sirvam de guia para o leitor.
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    de Sucesso do Sebrae 15 Seção Abertura A data de referência do caso é a DATA DO DILEMA ou marco crítico Seção Antecedentes Seção Desenvolvimento Seção Fechamento Acontecimentos e fatos Acontecimentos e fatos Acontecimentos e fatos que ocorreram que ocorreram que ocorreram ANTES do DILEMA DEPOIS do DILEMA DEPOIS do DILEMA Seção Questões para Discussão Devem referir-se aos fatos narrados nas seções Desenvolvimento e Fechamento Seção Referências Bibliográficas Orientações mais específicas sobre a forma de construção do texto do caso serão detalhadas neste capítulo. 2.1. Linha do tempo de um Caso de Sucesso O escritor deve desenvolver o caso como se estivesse contando uma história ambientada no passado, com começo, meio e fim, respeitando a cronologia dos acontecimentos. Na abertura, o dilema deve ser claramente definido como tendo acontecido em um determinado ano – as demais datas devem aparecer ao longo do caso de forma coerente com: antecedentes (antes do dilema); desenvolvimento (o projeto e resultados – após o dilema); desafios futuros (tempo mais atual e futuro). Veja abaixo um exemplo de linha do tempo de um Caso de Sucesso:
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    de Sucesso do Sebrae 16 2.1.1. Erros comuns na linha do tempo do caso • Não há uma linha do tempo clara. Alguns escritores confundem-se com a linha do tempo. Por exemplo: suponha que o dilema aconteceu em agosto de 1999, e o autor descreve na seção antecedentes quais eram os sentimentos da comunidade em 2000, quando as ações desenvolvidas começam a se fazer sentir. O erro neste caso foi antecipar para os antecedentes um fato que ocorreu após a tomada de decisão do(s) protagonista(s) do caso. • É muito comum escritores anteciparem na introdução qual o caminho seguido pelo protagonista, suas ações e os resultados obtidos. Isso é um erro. A abertura do caso não deve antecipar o desfecho. Pelo contrário, na abertura é importante que o autor mantenha um clima de suspense sobre o que o protagonista fará. • Faltam datas para guiar o leitor. O escritor deve procurar situar o leitor sobre como as ações se desenrolaram, lembrando-se sempre de apresentá-las na seqüência em que aconteceram. • Na sessão desenvolvimento a linha do tempo fica confusa e as ações relatadas não possuem datas. • O dilema do caso se passa em uma data, mas na introdução o leitor é inicialmente apresentado a uma situação que começa muitos anos antes, contendo um protagonista daquela época. 2.2. Seção de ABERTURA Há três elementos importantes que devem obrigatoriamente estar descritos na sessão de ABERTURA: • O contexto geral do local onde o caso se desenvolve (onde); • O(s) protagonista(s)/empreendedor(es) do caso (quem); • O dilema ou desafio enfrentado pelo(s) protagonista(s)/ empreendedor(es) antes do início do projeto (quando e por que). Na abertura do caso não devem ser apresentados resultados nem ações implementadas.
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    de Sucesso do Sebrae 17 2.2.1. O contexto geral do caso (onde) O contexto geral do caso deve ser apresentado de forma sintética, com elementos suficientes para que o leitor compreenda onde a situação irá se passar e que características importantes o local possui. Descrições mais detalhadas da região e da história são mais adequadas à seção ANTECEDENTES. 2.2.2. O protagonista (quem) Uma das formas de despertar o interesse do leitor é provocar identificação, ou empatia, com o personagem principal do caso. O protagonista do caso existe para que o leitor/aluno possa se identificar com a situação descrita, desejando conhecer e solucionar o dilema apresentado. O protagonista humaniza o caso e torna a situação mais realista e mais concreta. O leitor é apresentado a pessoas reais, que viveram problemas reais, sofrendo com os obstáculos e buscando soluções. O protagonista é a pessoa ou pessoas que participaram como agentes de mudança; os líderes do projeto; aqueles que tiveram a visão de futuro. A escolha do protagonista do caso deve ser feita pelo escritor tendo como base os fatos e as pessoas que lideraram as ações vividas naquela experiência. O protagonista pode ser: • o empreendedor dono da empresa; • o empreendedor que deu início a uma determinada a atividade; • o líder de um grupo, cooperativa ou comunidade. Muitas vezes pode ser difícil identificar um único protagonista quando as ações envolvem grupos fortes. Nesses casos, é possível definir mais de um protagonista ou definir um grupo ou cooperativa como protagonista do caso. Não é recomendável que políticos ou que o próprio Sebrae sejam definidos como protagonistas de um caso. É importante levantar e registrar o máximo de informações (biográficas, físicas, de comportamento) sobre o protagonista ou sobre os envolvidos no fato. Elas serão úteis no momento da descrição do caso. O texto deve compor para quem lê uma imagem viva, concreta, do protagonista.
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    de Sucesso do Sebrae 18 O escritor deve tomar cuidado com seus próprios preconceitos e inclinações ao descrever o protagonista, evitando fazer elogios ou emitir julgamentos de valor. 2.2.3. O dilema do caso (quando e por que) O dilema do caso é o coração do problema ou da situação que empreendedores e/ou grupos enfrentaram e que motivou o desenvolvimento de um projeto, abertura de um negócio, tecnologia ou inovação específica. Por meio do dilema ou desafio, procura-se estabelecer a motivação do(s) protagonista(s)/empreendedor(es) para agir buscando a ajuda do Sebrae e de outras instituições. O caso deve apresentar o dilema ao leitor de forma que este se sinta interessado em continuar a leitura, descobrindo como o dilema foi solucionado. O período da narrativa deve ser definido claramente informando-se a data ou época em que o(s) protagonista(s)/empreendedor(es) decidiram agir para enfrentar o dilema. A época ou data do dilema é muito importante, pois estabelece a linha do tempo do caso. Todos os fatos anteriores ao dilema serão considerados como ANTECEDENTES do caso, e todas as ações que contaram com o apoio do Sebrae para solucionar o dilema deverão ser descritas no DESENVOLVIMENTO do caso. 2.2.4. Erros comuns na preparação da ABERTURA • O dilema não está explicitado na ABERTURA. Isso é um grave erro, pois o leitor precisa ser desafiado por um dilema difícil e instigante na abertura do caso. • Não foi estabelecida data para o dilema. • O dilema escolhido é muito antigo (o autor deve ter cuidado ao escrever o dilema, para que a realidade não fique distante das outras seções – tempo), o que prejudica os antecedentes do caso e faz com que o desenvolvimento se torne uma seção longa demais e com pouco foco. • O Sebrae é colocado como protagonista mesmo quando uma organização comunitária tem grande destaque.
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    de Sucesso do Sebrae 19 • A abertura apresenta o governo municipal e/ou estadual e o Sebrae como protagonistas. Deve-se evitar que o leitor tenha a sensação de estar lendo uma peça de propaganda da prefeitura e do Sebrae. • Não há um protagonista personificado. O Sebrae é apresentado como protagonista e “salvador da pátria”, o que não é adequado para um caso. • Há informações sobre resultados futuros, posteriores ao dilema – na abertura não deve ser dada ao leitor nenhuma informação sobre resultados do projeto. • Falta na abertura um relato (breve) sobre as características do local (imaginando que o caso vai ser lido por pessoas de todo o Brasil e talvez até por estrangeiros). • A abertura do caso não segue a metodologia recomendada, faz um resumo da situação, já indicando o desfecho e algumas das ações tomadas. A abertura deve conter a apresentação do dilema, os protagonistas, o momento em que o dilema ocorre e o cenário geral que envolve a situação. É errado apresentar o desfecho do caso na abertura. • A abertura deve ser empolgante, provocando o interesse do leitor, buscando fazer com que o leitor tenha vontade de discutir o caso e encontrar soluções para o dilema. • Há dados na abertura sobre os fatos que precederam o dilema principal e que devem ser resumidos (os detalhes só cabem nos antecedentes). 2.3. Seção de ANTECEDENTES A história que está sendo escrita possui um conjunto de condicionantes e fatores que contribuíram para que as pessoas envolvidas decidissem agir e solucionar o dilema, implementando diversas ações. Desta forma, os antecedentes devem apresentar em detalhes a situação anterior ao dilema e à intervenção do Sebrae e seus parceiros. Na seção ANTECEDENTES são apresentados: • histórico e cenário regional; • história do protagonista/empreendedor; • descrição/situação dos indicadores antes do início do projeto.
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    de Sucesso do Sebrae 20 Em se tratando de um empreendimento, priorizar nesta seção as informações relativas aos antecedentes do empreendimento em si: volume de vendas, número de empregados, faturamento, tecnologias utilizadas, formas de comercialização praticadas, linha de produtos, fatia de mercado ocupada pela empresa, concorrência, entre outros. O escritor deve articular tais informações para que elas culminem no dilema central do caso, destacando a importância desse dilema e do seu protagonista no contexto local (econômico e social). É importante que a sessão ANTECEDENTES tenha uma parágrafo final onde o dilema apresentado na ABERTURA é retomado, contendo mais detalhes. Indicadores relevantes para serem usados nos ANTECEDENTES: • produtividade do setor; • número de empregados ou desempregados; • renda per capita. Esses indicadores devem ser apresentados como eram antes do início do projeto ou das ações que solucionaram o dilema. Deve ser definido um título para esta seção, que deverá ter entre uma e duas páginas. 2.3.1. Preparação dos ANTECEDENTES • Utilize dados de mercado e de domínio público para suportar a apresentação dos indicadores. • Faça sempre referência à fonte das informações. Há muitos estudos disponíveis na internet em instituições como BNDES, Ipea, Instituições de Ensino Superior, entre outros, que poderão ser utilizados. • Consulte a biblioteca pública na internet, no site www.scielo.org.br, onde muitas informações sobre desenvolvimento estão disponíveis. • Adicionalmente, pode-se consultar o site do IBGE na internet, www.ibge.gov.br. • Utilize também tabelas e gráficos para a apresentação de indicadores quantitativos, pois auxiliarão na compreensão e comparação dos resultados finais com os indicadores iniciais. • Quando apresentar indicadores qualitativos, seja objetivo e claro nas definições utilizadas, evitando a subjetividade.
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    de Sucesso do Sebrae 21 • Sempre procure mostrar dados que comprovem suas afirmações. O caso muito subjetivo e baseado em dados qualitativos apenas são considerados ruins. • Lembre-se que os resultados do caso devem mostrar a melhora quantitativa/qualitativa de indicadores com base em dados concretos e reais. • Sugestão de sites na internet para consulta: IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística www.ibge.gov.br IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas www.ipea.gov.br BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento www.bndes.gov.br Econômico e Social Seção – Estudos e Projetos ONU – Organização das Nações Unidas no Brasil www.onu-brasil.org.br UNESCO – Organização das Nações Unidas para a www.unesco.org.br Educação, a Ciência e a Cultura PNUD Brasil – Programa das Nações Unidas para o www.pnud.org.br/idh Desenvolvimento Seção IDH – Índice de Desenvolvimento Humano 2.3.2. Erros comuns na preparação dos ANTECEDENTES • A descrição é muito superficial. • Há informações sobre situações ocorridas após o dilema nos antecedentes. • O cenário fornecido nos antecedentes está insuficiente.
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    de Sucesso do Sebrae 22 • A linha do tempo não está clara. • As informações sobre a história da cidade são muito extensas – maior ênfase deve ser dada à história recente e à situação econômica antes da intervenção do Sebrae e seus parceiros. • Não é fornecida ao leitor uma idéia mais aprofundada do cenário em que o caso se desenvolve. • Faltam indicadores objetivos e quantitativos de como a situação se encontrava antes da intervenção do Sebrae e seus parceiros. • Não há antecedentes na forma da metodologia de casos do Sebrae, ou seja, uma seção específica que informe ao leitor como era a região e a vida das pessoas antes do projeto se iniciar. • Há dados sobre a região e suas belezas naturais, mas poucos dados/ indicadores que informem ao leitor a situação econômica da região antes do projeto – sem isso é difícil quantificar os benefícios alcançados. • Faltam dados mais específicos sobre mercado, concorrência e consumidor, além de dados sobre o produto propriamente dito. O leitor não consegue perceber bem o cenário em que a situação acontece. • Não há um parágrafo ao final nos antecedentes retomando o dilema. 2.4. Seção de DESENVOLVIMENTO Como foi solucionado o dilema? Quais foram as ações tomadas? Como foi a implementação?
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    de Sucesso do Sebrae 23 O DESENVOLVIMENTO é a parte central no caso, onde efetivamente será descrita a história de sucesso. Aqui o escritor deverá ter cuidado com o foco escolhido na ABERTURA, mostrando ao leitor como o dilema foi efetivamente resolvido. Deve-se ter um ordenamento lógico e cronológico no DESENVOLVIMENTO do caso. As ações devem ser sempre apresentadas ao leitor contendo datas e ordenadas cronologicamente. Caso isso não aconteça ou faltem informações, a qualidade do trabalho será comprometida. Esta é a etapa onde serão pormenorizadas as ações empreendidas. O escritor deverá: • descrever o desenho do projeto ou empreendimento; • práticas e instrumentos utilizados; • procedimentos; • pessoas, entidades e parceiros envolvidos; • ações e decisões tomadas devem ser detalhadas a partir da perspectiva escolhida. Como um instrumento de ensino, o caso deve mostrar vários aspectos da solução do dilema central de maneira didática: quais eram os problemas principais e como idéias e soluções foram encontradas; os principais parceiros e a descrição detalhada das ações mais importantes – como treinamentos, consultorias, entre outros. É muito importante que o leitor não perca de vista o dilema e entenda como as ações se relacionam com ele. O que foi feito primeiro e por quê? Qual foi o segundo passo e por quê? Qual foi o terceiro passo? Como ajudar alguém que deseje implantar um projeto semelhante ou precise solucionar um dilema semelhante? O autor deve se perguntar: como o caso pode ajudar alguém a implantar um empreendimento ou projeto semelhante? 2.4.1. Resultados alcançados Nesta subseção do desenvolvimento, o escritor irá apresentar os resultados obtidos, preferencialmente relacionando aspectos qualitativos a resultados quantitativos. É importante situar nesta etapa o estágio atual do projeto, bem como possíveis desdobramentos do mesmo. Em resumo, deve-se apresentar:
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    de Sucesso do Sebrae 24 • comparativo entre os indicadores atuais versus indicadores antecedentes, mostrando a evolução após a implementação das ações; • indicadores de sucesso Geor, se houver; • outros indicadores, como volume de produção, faturamento, renda familiar, postos de trabalho diretos, postos de trabalho indiretos, exportações, entre outros; • estágio de maturidade do projeto – ações e benefícios em que se encontra o projeto e percepção do mesmo no contexto. Como o processo está consolidado quanto à sua implementação e ao seu resultado (sempre com o cuidado de manter os verbos no passado); • sustentabilidade – apontar a questão de durabilidade do projeto considerando tempo futuro. Avaliar o grau de participação do Sebrae e de parceiros (relação sócio minoritário / majoritário); • continuidade e potencialização – fatos que demonstram a continuidade do projeto com a integração de pessoas, parceiros e recursos. Novas ações que serão inseridas e quais são as áreas de abrangência; • efeito multiplicador do projeto – descrever, neste ponto, as ações e seus benefícios, mesmo que tenham sido pontuais e implementadas em prazo predeterminado. O efeito multiplicador do resultado pode ter desencadeado novos projetos e ações envolvendo outros parceiros para a continuidade e disseminação. A seção DESENVOLVIMENTO deve ser dividida em várias partes, que organizem os dados e orientem o leitor sobre a seqüência lógica em que as ações foram implementadas. O escritor deve apresentar os dados citados de forma literária, buscando prender a atenção do leitor, e não no formato de um relatório. Devem ser dados subtítulos sugestivos a cada uma dessas partes. Esta seção deverá ter entre oito e dez páginas. 2.4.2. Erros comuns na preparação do DESENVOLVIMENTO • O texto é composto de descrições como em um folheto promocional, o que não é adequado a um caso do Sebrae. • Falha em mostrar como o dilema se resolveu de forma clara e organizada, passo a passo.
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    de Sucesso do Sebrae 25 • O autor se perde nas muitas ações, que estão contadas com idas e vindas de tempo e sem muita profundidade. • A descrição de uma metodologia usada é feita de forma incompleta. É preciso, por exemplo, indicar quem desenvolveu a metodologia e como ela foi trazida ao Brasil. • Descrição de um projeto do Sebrae em linhas gerais, sem maiores detalhes técnicos. • Dados apresentados de forma superficial, sem detalhes técnicos – por exemplo: o que é e quais são as implicações da implantação de um sistema de células de produção. • O desenvolvimento apresenta várias ações do Sebrae, mas se perde um pouco do foco principal do dilema caso. O ideal é que as ações relacionadas ao foco do caso sejam mais detalhadas e as demais sejam resumidas. • Eventos que ocorreram antes do dilema inseridos nesta seção. • Não há dados quantitativos que possam ser comparados com os antecedentes do caso. Empregos gerados? Renda? Melhoria de imagem da região? • Não há dados quantitativos ou fatos qualitativos (isentos / de especialistas) que mostrem o sucesso – sem fatos e dados o caso fica sem credibilidade. • Um erro comum é o escritor fazer uma afirmação sem apresentar dados relevantes sobre como a situação foi convergindo para aquele ponto. É necessário apresentar o desenrolar dos fatos, de forma que seja crível para o leitor que as ações tomadas foram as relatadas no caso. É um erro comum o escritor atribuir a escolha de um caminho pelo protagonista orientado apenas a aspectos subjetivos da decisão. É preciso buscar e descrever os fatos. 2.4.3. Seção de FECHAMENTO Nesta seção o escritor deverá apresentar: a) as lições aprendidas de acordo com a perspectiva do protagonista; b) os desafios e dilemas futuros. É importante que o escritor não emita suas opiniões nesta seção nem faça análises sobre o caso.
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    de Sucesso do Sebrae 26 Lições aprendidas: O autor deve apresentar a visão do protagonista sobre as lições que ele aprendeu na experiência vivida. Deve-se transferir para o leitor a responsabilidade por emitir julgamento de valor sobre as idéias e escolhas do protagonista. Para obter informações sobre as lições aprendidas pelo protagonista, o autor deve fazer a ele as seguintes perguntas: • Quais foram as principais lições que você aprendeu com esta experiência? O que você faria diferente? • Quais foram seus principais erros e acertos? (Citar 3 de cada.) • O que você diria a alguém que esteja começando (um novo negócio; um novo projeto) ou vivendo uma experiência parecida? Desafios futuros: A apresentação de desafios e dilemas futuros conclui o caso mostrando ao leitor que existe uma dinâmica própria no mercado e que sempre há desafios futuros a serem enfrentados. Isso traz ao caso novos dilemas. O objetivo é levar o leitor a refletir sobre a sustentabilidade do negócio ou projeto no longo prazo. Os desafios futuros são compostos da visão do protagonista sobre o futuro e de dados de mercado. Para obter informações sobre a visão do protagonista sobre o futuro, o autor deve fazer a ele as seguintes perguntas: • Na sua avaliação, quais são os desafios futuros deste negócio (ou projeto)? Que recomendações você faria para que o negócio seja expandido? • Quais são a possíveis ameaças ao sucesso do empreendimento? • Existem novas ações já programadas ou em andamento? Para suscitar uma reflexão mais aprofundada por parte do leitor, informações relevantes sobre mudanças possíveis/esperadas no mercado devem ser incluídas. Por exemplo: • Tendências sobre o mercado consumidor (preferências, questões culturais e sociais, estímulos da mídia etc.) • Mudanças no ambiente geral (política econômica, legislação, tributos, tecnologia, questões internacionais etc.) • Concorrência (novos concorrentes, novas ações da concorrência atual, produtos/serviços substitutos, pirataria etc.) Deve ser definido um título para esta seção, que deverá entre três e oito parágrafos.
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    de Sucesso do Sebrae 27 2.4.4. Erros comuns na preparação do FECHAMENTO do caso • Poucas reflexões sobre o futuro. • Análises e elogios sobre o caso e/ou protagonista. • Não há dados de mercado sobre os desafios futuros. • Não há uma visão de futuro do protagonista: qual é o novo desafio? Há novos dilemas a serem enfrentados? 2.4.5. Seção de QUESTÕES PARA DISCUSSÃO As questões para discussão são úteis para levar o leitor a refletir criticamente sobre o caso e sobre o que ele pode aprender por meio dele. Nos Casos de Sucesso, as questões deverão ser colocadas para instigar os leitores do caso sobre as soluções adotadas, as possíveis alternativas existentes, a expectativa de ampliação da iniciativa e sobre os desafios futuros. As questões devem ser elaboradas de acordo com o foco do caso. Por exemplo, se o caso tem como ponto central a estratégia de lançamento de um produto de uma cooperativa, deve-se incluir questões relativas ao tema. É importante evitar que as questões tenham a abordagem de certo ou errado. O ideal é que elas sejam abertas o suficiente para levar a reflexões mais aprofundadas. Alguns exemplos: • “O que você faria diferente?” • “Que alternativas poderiam ser adotadas?” • “Quais ações adicionais você sugeriria?” • “Como multiplicar tal iniciativa?” É importante lembrar que as perguntas devem abranger apenas os assuntos apresentados no desenvolvimento do caso. Alguns dos desafios ensejados na seção DESAFIOS FUTUROS também podem ser transformados em perguntas, desde que haja dados suficientes no caso sobre eles. O autor precisa sempre verificar se há dados suficientes no caso que permitam que as questões elaboradas sejam respondidas. Devem ser desenvolvidas de três a cinco perguntas para cada caso1. 1 Há situações especiais em que o caso poderá ter mais de cinco questões para discussão. Isso acontece quando há uma grande riqueza de detalhes e possibilidade de aplicação de uma teoria mais ampla para análise do caso. A decisão sobre a quantidade final de questões ficará a cargo do Tutor Regional e deverá ser aprovada pela Tutoria Nacional.
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    de Sucesso do Sebrae 28 2.4.6. Erros comuns na preparação das QUESTÕES PARA DISCUSSÃO • Faltam questões relacionadas aos dados presentes no caso. • Faltam questões que levem o aluno a pensar os dilemas do futuro, na continuidade do projeto. • A questão leva o aluno a buscar dados que não estão presentes no caso. 2.5. Seção de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Nesta seção deve ser apresentada a relação das obras consultadas e citadas pelo autor. Não confundir com bibliografia, que é uma relação de obras a ser consultadas pelo leitor, caso tenha interesse em aprofundar-se no assunto em questão. As referências devem ser relacionadas em ordem alfabética. (Ver exemplos das normas no Anexo X.) 2.6. Exemplos de Casos de Sucesso Para exemplos de Casos de Sucesso escritos dentro da nova metodologia, consultar: • Casos dekasseguis
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    de Sucesso do Sebrae 29 3. Metodologia para descrição de Práticas de Sucesso 3.1. Objetivo Ser um instrumento de consulta e de transferência de conhecimento sobre novos processos de trabalho, tecnologias, equipamentos ou produtos desenvolvidos e implementados com sucesso para a solução de problemas no ambiente organizacional. 3.2. A descrição da Prática Uma Prática de Sucesso é a descrição detalhada, contendo o passo a passo, de uma nova tecnologia, equipamento, produto ou processo, como, por exemplo, uma técnica de cultivo, uma técnica para criação de animais, um novo modelo de organização do trabalho em empresas ou cooperativas, entre outros. Consultando a Prática de Sucesso, outros empreendedores devem ser capazes de reproduzir e implementar o que foi apresentado. Por esse motivo, a Prática de Sucesso deve sempre apresentar esquemas, medidas, fotos e figuras que possam servir de base para a implantação. Além disso, a prática deve ser objetiva, clara e didática, sempre descrita em poucas páginas e informando os pontos críticos e fundamentais a serem seguidos.
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    de Sucesso do Sebrae 30 Estrutura da Prática de Sucesso Seção de ABERTURA • Contribuição principal (como a prática inovadora ou equipamento pode contribuir com o desenvolvimento de um empreendedor ou negócio) • Justificativa (explicar por que o desenvolvimento desta técnica é importante e onde ela pode ser aplicada) • Dados de desempenho (principais indicadores de performance da nova prática, ou seja, o que faz com que ela seja considerada uma prática de sucesso) Seção de DESCRIÇÃO DA PRÁTICA • Características dos elementos envolvidos, como animais e/ou plantas, peças etc. (se for o caso) • Recursos necessários (pessoas, materiais, custos etc.) • Instruções sobre como fazer (preparação, montagem, acabamentos, fontes de informação etc.) Anexos • Croqui detalhado contendo dimensões e especificações técnicas (se for o caso) • Fotos e/ou ilustrações Seção de REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A seguir são apresentados alguns exemplos de como uma Prática de Sucesso deve ser escrita e estruturada. Exemplo 1 - Equipamento de pulverização de barras em V ou bicicletinha pulverizadora2 ABERTURA Contribuição principal – Este equipamento de pulverização, desenvolvido pelo pesquisador Machado Neto, da Unesp, é fácil de montar e diminui a exposição do agricultor aos agrotóxicos. Justificativa – Um dos maiores perigos à saúde do agricultor é a aplicação de defensivos químicos na lavoura. Muitos equipamentos existentes no 2 João Mathias – Revista Globo Rural – Editora Globo (http://revistagloborural.globo.com/GloboRural site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.
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    de Sucesso do Sebrae 31 mercado fazem com que a névoa de pulverização fique muito próxima ao corpo do trabalhador e, com isso, a contaminação com agrotóxicos é possível. Para evitar que isso ocorra, o pesquisador do departamento de fitossanidade da Unesp-Jaboticabal, Joaquim Machado Neto, sob orientação do professor Tomomassa Matuo, inventou um equipamento que afasta o ponto de emissão das gotas de agrotóxicos do agricultor e reduz riscos de intoxicação. Dados de desempenho – Foi verificado que com o equipamento convencional de pulverização o corpo do agricultor é atingido por cerca de 2,3 litros de calda (agrotóxico diluído na água) por hora. Com a bicicletinha pulverizadora esse número cai para 0,1 litro por hora. Além de reduzir a exposição a agentes tóxicos, a bicicleta tem a vantagem de ser mais ergonômica. Há aumento de 75% no rendimento do trabalho, uma vez que o produtor aplica o defensivo simultaneamente nas plantas, tanto no seu lado esquerdo quando direito. O equipamento custa 300 reais. Descrição da Prática Recursos necessários Para montagem são necessários os seguintes materiais: • 1 roda de bicicleta, aro 26; • 1 conduíte metálico de 9 metros de comprimento por 0,5 polegada de diâmetro; • 2 barras metálicas de pulverização de 1 metro de comprimento por 3/8 de polegada de diâmetro (cada barra já vem com cinco bicos pulverizadores conectados); • 3 registros do tipo “abre/fecha” de 0,5 polegada cada; • 1 conector em Y de 0,5 polegada; • 50 metros de mangueira de 0,5 polegada de espessura, que será ligada ao recipiente com agrotóxico (esse valor poderá ser maior ou menor, dependendo do comprimento dos talhões da lavoura); • 3 metros de mangueira de 3/8 de polegada de diâmetro para fazer a conexão com a barra de pulverização; • 10 braçadeiras metálicas; • 2 conjuntos de filtros metálicos; • 2 chapas metálicas de 5 centímetros de largura e 7 centímetros de comprimento; • 2 porcas; • arame.
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    de Sucesso do Sebrae 32 Instruções Parte 1 - Preparação Serre o conduíte em 13 partes da seguinte forma: • 2 pedaços de 50 centímetros de comprimento; • 3 pedaços de 45 centímetros de comprimento; • 1 pedaço de 40 centímetros de comprimento; • 1 pedaço de 20 centímetros de comprimento; • 4 pedaços de 1,10 metro de comprimento; • 2 pedaços de 1,20 metro de comprimento. Parte 2 – Montagem 1. Divida a bicicleta em três partes (guidão, pneu e pulverizador), conforme as figuras apresentadas no anexo. 2. Pegue o conduíte de 50 centímetros e solde cada ponta a um pedaço de 1,10 metro. Nas outras extremidades dessas barras, solde o conduíte de 20 centímetros. Repare que o guidão fica parecido a uma letra “V”. 3. Feito isso, solde um pedaço de 45 centímetros entre as duas barras de 1,10 metro a 20 centímetros de distância do conduíte de 50 centímetros. Essa peça é fundamental, pois servirá de base aos registros do tipo “abre/fecha”. Por fim, solde bem no centro do guidão mais dois conduítes de 45 centímetros em forma de cruz para dar sustentação ao equipamento. 4. Fixe nas pontas da base de 20 centímetros do guidão dois pedaços de conduíte de 1,10 metro. Deixe espaço entre eles de, aproximadamente, 20 centímetros. No centro de cada barra, solde a chapa metálica. Fure-as com o mesmo diâmetro do eixo da roda. Coloque o pneu da bicicleta e prenda-o com as porcas. 5. Para a base do pulverizador, solde o conduíte de 40 centímetros nas outras extremidades dos tubos que sustentam a roda. Fixe em cada ponta do conduíte uma barra de 1,20 metro. Para dar sustentação solde um ferro de 50 centímetros entre elas. 6. Com todo o “esqueleto” montado, conecte as barras de pulverização, as mangueiras e os registros. Primeiro, pegue o conector em Y e fixe os dois conjuntos de filtros metálicos nas duas pontas simétricas do conector. Prenda em cada um deles um registro “abre/fecha”. Faça isso também na outra extremidade do conector em Y. Para segurar este sistema à bicicleta, faça um furo na barra de 45 centímetros e fixe o conector com um arame.
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    de Sucesso do Sebrae 33 7. Nos conduítes de 1,20 metro, prenda com as braçadeiras as duas barras de pulverização. Coloque-as com os bicos voltados para fora e de modo que fiquem um pouco mais à frente do que os conduítes. 8. A mangueira maior, que sai do recipiente com o agrotóxico, deve ser conectada ao primeiro registro. As mangueiras menores são fixadas nos dois outros registros, inseridas nos conduítes que sustentam a roda e, por fim, conectadas às barras de pulverização. Para prendê-las nos registros e nas barras de pulverização, use também as braçadeiras. Anexo - Croqui do projeto, ilustrações3. 3 Ilustração Francisco José da Costa – Revista Globo Rural – Editora Globo (http://revistagloborural.globo.com/GloboRural site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.
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    de Sucesso do Sebrae 34 Exemplo 2 – Criação de faisão4 ABERTURA Contribuição principal – A criação de faisão pode ser feita para fins ornamentais, venda de carnes, de ovos e até mesmo de esterco. Justificativa – A natureza pintou bonitos desenhos nas penas do faisão, a ponto de as aves serem criadas com o propósito de enfeitar sítios, chácaras, casas de campo, jardins de estabelecimentos públicos e de museus. Artesãos também aproveitam a exuberância de cores das plumagens para confeccionar fantasias e adereços, que ajudam a embelezar desfiles e bailes na época do Carnaval. Além da ornamentação, o faisão proporciona carne e ovos de qualidade para quem preza uma alimentação saudável. Com baixo colesterol e pouca gordura, podem fazer parte da receita de diferentes cardápios. Até mesmo o esterco da ave é útil como fertilizante agrícola. Assim, a criação abre um leque de atividades econômicas para a escolha do produtor. Dados de desempenho – O faisão vivo adulto de corte pode ser vendido a 50 reais, em média. Há também espécies difíceis de serem encontradas e, por isso, ofertadas com valores muito mais altos. O faisão dourado, que leva um longo tempo para definir a coloração das penas e somente depois de dois anos apresenta cores vibrantes, sai a 350 reais o casal. A carne do faisão pode ser adquirida em canais de comercialização especializados, como restaurantes sofisticados e redes de supermercados que vendem produtos nobres. Na mesma categoria das exóticas, o preço do quilo da carne fica em torno de 40 reais. Os ovos, embora menores, são quase dez vezes mais caros que os da galinha, em média, 30 reais a dúzia no varejo. DESENVOLVIMENTO Características dos elementos envolvidos – Entre as raças fáceis de lidar, a coleira é a mais indicada para propriedades pequenas. É rústica, resistente e traz bons rendimentos ao avicultor, que pode contar com posturas que chegam a 100 ovos por ano. Vindos da Ásia, os faisões passaram por vários cruzamentos que originaram mais de 100 espécies no mercado brasileiro. Entre as ornamentais 4 Revista Globo Rural – Editora Globo (http://revistagloborural.globo.com/GloboRural site pesquisado em 26/01/2006). Edição 243 - 06/01/2006.
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    de Sucesso do Sebrae 35 estão lady, dourado, canário, nepal, prateado e swinhoe. As aves de corte incluem coleira, versicolor, jumbo white e buff. Recursos necessários – O criador de faisão pode baratear o empreendimento com peças seminovas e abatimento no preço das aves. Os indicadores básicos são esses: • Investimento – 1.200 reais na compra de um macho e duas fêmeas • Equipamentos – 900 reais • Instalações – 150 reais • Preço dos animais – 150 reais • Capital de giro – 120 reais • Ração – 40 reais • Tempo de retorno – um ano • Área necessária – 1,5 metro por dois metros • Construção – madeira, sarrafos, telhas • Reprodução – 100 ovos por ano • Clima – quente Instruções – Os faisões se alimentam à base da mesma ração que é dada às galinhas ou às codornas, quando se quer uma dose mais alta de proteína. As refeições são distribuídas três vezes ao dia e podem ser complementadas com frutas e verduras, exceto alface, que provoca diarréia. As aves não precisam de cuidados especiais para evitar doenças, a não ser duas aplicações anuais de vermífugos; uma é recomendada em julho, no período que antecede a postura, e a outra em fevereiro, antes da troca de penas. As regiões de clima quente são ideais para o desenvolvimento dos faisões. Ao completar um ano de vida, já atingiram a maturidade sexual e podem se acasalar. A reprodução é concentrada entre os meses de agosto e de janeiro. Como são selvagens, as fêmeas sentem dificuldades para chocar em cativeiro. A galinha caipira e a garnizé são opções como amas; há também a possibilidade de utilização de uma chocadeira, que dá conta de manter os ovos aquecidos até a eclosão, quando os faisõezinhos são transferidos para criadeiras por 40 a 60 dias, até empenarem. Apesar da beleza visual, os faisões também têm um lado agressivo e apresentam estresse na rotina dos criatórios. Os primeiros meses são os mais complicados, período em que as aves passam por uma fase de canibalismo e precisam de mais espaço para se acomodar. Quando atingem a idade adulta, a domesticação fica mais fácil, mas ainda sob intensa dedicação do produtor. Recomenda-se a separação de um macho por viveiro, assim que for possível
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    de Sucesso do Sebrae 36 identificar os sexos, por volta dos três meses. Esse procedimento deve ser realizado especialmente em julho, pouco antes de iniciar o período de reprodução, para evitar brigas entre os faisões na disputa pelas fêmeas. Os faisões ficam estressados facilmente. Movimentos agitados e a aproximação de pessoas provocam irritação, o que desencadeia a agressividade nas aves. É necessário espaço amplo para evitar que os faisões fiquem muito próximos uns dos outros e para as caudas balançarem à vontade. Doenças comuns – coriza, bouba aviária, newcastle e verminose. Gastos com veterinário – vacina a partir de três dias e vermífugo duas vezes por ano; as vacinas podem ser dadas pelo criador. Onde adquirir os animais – a Associação dos Criadores de Raça Pura indica criadores cadastrados. Mais informações: Marcelo Queiroz, criador de faisões, tel.: (11) 4338- 0332 e (11) 9820-9896, e-mail: [email protected]. Associação Brasileira dos Criadores de Aves de Raças Puras, contato com Maria Virgínia F. da Silva, Rua Ferrúcio Dupre, 68, CEP 04776-180, Interlagos, São Paulo, SP, tel.: (11) 5667-3495; João Germano de Almeida, criador, tel.: (11) 3251- 2311; Sandro Henrique, criador, tel.: (11) 4822-2103 e (13) 3225-1175; José Renato, criador, tel.: (21) 2736-2017.
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    de Sucesso do Sebrae 37 4. Dicas de estilo e de redação Este capítulo de dicas de redação e estilo tem por objetivo auxiliar os escritores dos casos a escrever com fluência, respeitando as regras da língua portuguesa e, ao mesmo tempo, adotando o tom coloquial que facilita o entendimento da linguagem escrita por parte de todos os que são levados a ler textos, independente de escolaridade ou especialização. Na maioria das vezes, as pessoas falham ao escrever, ou porque levam para o papel os vícios da linguagem falada, ou então porque não têm o hábito de se exercitar com freqüência na escrita. O escritor deve respeitar a ortografia, a concordância e a regência do idioma. A explicação das regras visa minorar essas deficiências. As dicas aqui incluídas destacam as deficiências encontradas nos casos de sucesso que foram objeto de revisão ao longo dos últimos três anos. Este capítulo não substitui a gramática da língua portuguesa. Sugerimos que os escritores façam consultas adicionais ao manual de redação e estilo do jornal O Estado de São Paulo, disponível para consulta gratuita no site http://txt.estado.com.br/redac/geral.html, de onde este capítulo utilizou as principais referências. 4.1. Qualidades essenciais de um caso Objetividade – Seja claro, preciso, direto, objetivo e conciso. Convém que os parágrafos e frases sejam curtos e que cada frase contenha uma só idéia. Evite utilizar ordens inversas desnecessárias. Não é justo exigir que o leitor faça complicados exercícios mentais para compreender o texto. O texto deve desenvolver-se por meio de encadeamentos lógicos. Verbos e substantivos fortalecem o texto do caso, mas adjetivos e advérbios, sobretudo se usados com freqüência, tendem a piorá-lo. Didatismo – Esta é uma qualidade essencial do caso e um dos objetivos básicos do Projeto Casos de Sucesso. Todo texto deve ser redigido a partir do
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    de Sucesso do Sebrae 38 princípio de que o leitor não está familiarizado com o assunto. Explique tudo de forma simples, concisa, exata e contextualizada. Empatia – Processo pelo qual uma pessoa se coloca no lugar de outra e se identifica com seus sentimentos, desejos, idéias e ações. O caso deve explorar a relação de empatia entre o leitor e o protagonista, apresentando os detalhes que permitam ao leitor colocar-se no lugar dele. Distanciamento – Mantenha e procure desenvolver uma atitude de distanciamento crítico do assunto e dos personagens do caso. Examine eventuais contradições nas versões da história e questione o seu próprio envolvimento e preconceitos em relação ao assunto. Emoção – A emoção pode ser importante em alguns casos, mas evite o tom melodramático, triunfalista ou piegas. O registro deve ser o mais descritivo possível. Preste atenção em detalhes que podem caracterizar de forma objetiva essa emoção. Não especule sobre o estado emocional, os pensamentos ou intenções dos personagens do caso. Simplicidade – É condição essencial do texto do caso. Lembre-se de que você escreve para todos os tipos de leitor e todos, sem exceção, têm o direito de entender o caso nas suas variadas dimensões. A simplicidade do texto não implica necessariamente repetição de formas e frases desgastadas, uso exagerado de voz passiva (será iniciado, será realizado), pobreza vocabular etc. Com palavras conhecidas de todos é possível escrever de maneira original e criativa e produzir frases elegantes, variadas, fluentes e bem alinhavadas. Evite os rebuscamentos, os pedantismos vocabulares, a erudição, a gíria, o jargão e o coloquialismo. Isenção do escritor – O texto do caso deve ser imparcial e objetivo. Não exponha opiniões, mas fatos, para que o leitor tire deles as próprias conclusões. Em nenhuma hipótese se admite textos como: “Demonstrando mais uma vez sua grande competência, o empreendedor João da Silva superou todos os obstáculos e sagrou-se vencedor da concorrência”. Seja direto: “Com a reestruturação da linha de produção, João da Silva habilitou-se a participar da concorrência para fornecer 500 quilos de tilápia para a merenda escolar, vencendo a disputa”.
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    de Sucesso do Sebrae 39 4.2. Normas gerais de estilo Tempo do caso – O tempo do caso é o passado, portanto, não devem ser usadas expressões relativas ao presente, como “atual”, “hoje”, “agora”, “já”, “recentemente”, “até o presente”, que devem ser substituídas por datas específicas. O autor deve usar apenas datas específicas. Títulos e subtítulos – São muito importantes e devem ser claros, específicos e descrever uma ação em curso. O título deve destacar o elemento mais importante ou inusitado do texto. Jargões e termos técnicos – Só recorra aos termos técnicos e jargões absolutamente indispensáveis e, nesse caso, coloque o seu significado entre parênteses. Os leitores do caso, em sua maioria, são pessoas comuns. Por exemplo, “gerando emprego e renda” é um jargão do Sebrae – pode ser substituído por “proporcionando melhor renda”, “buscar alternativas de emprego e de melhoria de renda”; “repasse de metodologia” e “agregar valor” também são jargões e devem ser evitados; não usar “etc.”, quando necessário, usar a expressão “entre outros”; evitar termos de uso regional – quando utilizá- los, explique o seu significado. Expressões desgastadas e palavras rebuscadas – Evitar o uso de expressões como: a nível de, deixar a desejar, chegar a um denominador comum, transparência, instigante, pano de fundo, encerrar com chave de ouro, segredo guardado a sete chaves, dar o último adeus, entre outras. Evite também as palavras rebuscadas, como oportunizando, potencializar, disponibilizá-los, tecnologizado, agudização, consubstanciação, execucional, operacionalização, mentalização, transfusional, paragonado, rentabilizar, paradigmático, programático, emblematizar, ressociabilização, dialogal, transacionar e outras do gênero. Vocabulário do leitor – Adote esta regra prática: nunca escreva o que você não diria. Assim, alguém rejeita (e não declina de) um convite, protela ou adia (e não procrastina) uma decisão, aproveita (e não usufrui) uma situação. Da mesma forma, prefira demora ou adiamento a delonga; antipatia a idiossincrasia; discórdia ou intriga a cizânia; crítica violenta a diatribe; obscurecer a obnubilar etc. Adjetivos e superlativos – Os casos não justificam a inclusão de palavras ou expressões de valor absoluto ou muito enfático, como certos adjetivos
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    de Sucesso do Sebrae 40 (magnífico, maravilhoso, sensacional, espetacular, admirável, esplêndido, genial), os superlativos (engraçadíssimo, deliciosíssimo, competentíssimo, celebérrimo) e verbos fortes, como infernizar, enfurecer, maravilhar, assombrar, deslumbrar etc. Termos coloquiais ou de gíria – Deverão ser usados com extrema parcimônia e apenas em casos muito especiais (nos diálogos, por exemplo), para não darem ao leitor a idéia de vulgaridade e, principalmente, para que não se tornem novos lugares-comuns. Formas pessoais – Não utilize formas pessoais nos textos, como: Disse- nos o prefeito... / Em conversa com os técnicos do Sebrae... / Perguntamos ao empreendedor... / Chegou à nossa capital... / Temos hoje no Brasil uma situação peculiar... / Não podemos silenciar diante de tal fato. Clareza – Você pode ter familiaridade com determinados fatos ou situações internas do Sebrae, mas o leitor, não. Por isso, seja explícito nas informações e não deixe nada subentendido. Encadeamento de parágrafos – Lembre-se de sempre fazer a conexão entre os parágrafos de maneira que o texto tenha fluência e encadeamento lógico. Uso da primeira pessoa – Não se deve usar no caso recurso à primeira pessoa do singular. Precisão e detalhamento da informação – Confira habitualmente os nomes das pessoas, seus cargos, os números incluídos no caso, somas, datas e horários. Com isso você estará garantindo a confiabilidade do caso. Preocupe- se em incluir no texto detalhes adicionais que ajudem o leitor a compreender melhor o fato e a situá-lo: datas, local, ambiente, contexto, entre outros. Atitudes e reações dos personagens – Registre no caso as atitudes ou reações das pessoas, desde que significativas: mostre se elas estavam nervosas, agitadas, emocionadas, empolgadas, aflitas. Em matéria de ambiente, essas indicações permitem que o leitor saiba como os personagens se comportavam quando identificaram o dilema ou quando estavam prestes a solucioná-lo. Fontes – Sempre que possível, mencione no texto a fonte da informação. O leitor precisa ter idéia da procedência da informação. Generalizações – O caso não admite generalizações que possam atingir toda uma classe ou categoria, raças, credos, profissões, instituições etc.
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    de Sucesso do Sebrae 41 Consultas – Em caso de dúvida, não hesite em consultar dicionários, enciclopédias, almanaques e outras referências. Ou recorrer aos especialistas e aos colegas mais experientes. Narrativa – Pense em contar uma história partindo da história de quem vivenciou o caso, de quem é personagem do caso. Depoimentos – Use depoimentos dos envolvidos para dar maior realismo à história, mas cuidado com os excessos. Uso do gerúndio – Cuidado para não usar o gerúndio de maneira equivocada. Por exemplo: para dizer que um determinado produto não estaria disponível para venda o escritor fez a seguinte afirmação: “a comunidade não pode estar atendendo o pedido”. O correto seria “a comunidade não pode atender o pedido”. Apresentação de dados – Tenha muito cuidado ao apresentar indicadores. Por exemplo: o crescimento populacional foi negativo. Atenção: o índice de crescimento pode ser negativo, mas crescimento nunca pode ser negativo. Um índice pode ser positivo, negativo ou nulo. Pode-se dizer que houve decréscimo, decrescimento, declínio, redução, diminuição, retração, encolhimento, queda ou decremento, entre dezenas de outros termos apropriados. 4.3. Normas de redação ABREVIATURAS OU SIGLAS – Na primeira citação no texto, devem ser traduzidas, a não ser que sejam de uso corrente na área de conhecimento em questão. Escreve-se o nome por extenso e depois a sigla entre parênteses. • Abreviaturas ou siglas estrangeiras – Usa-se a forma original, sem tradução, exceto nos casos de uso consagrado. • Abreviaturas de locuções técnicas e comerciais – Usam-se apenas as iniciais, maiúsculas e sem pontos. • Abreviaturas com redução do vocábulo – Dr., Dra., Sr., Sra., Prof., Profa., Exmo., Ilmo. • Siglas de até três letras, silabáveis ou não – Escrevem-se as iniciais, maiúsculas e sem pontos (ONU, FMI, CEE).
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    de Sucesso do Sebrae 42 • Siglas silabáveis, com quatro letras ou mais – Escreve-se apenas a primeira letra, maiúscula (Ipea, Celg, Petrobras, Unicef). • Siglas não-silabáveis – Escrevem-se as iniciais, maiúsculas e sem pontos (INPS, RFFSA, DNOCS). • Siglas oficiais – Usa-se a grafia convencionada, transcrevendo-se maiúsculas, minúsculas, acentos e pontos (MAer, CNPq, UnB, DOI- Codi). • Abreviaturas com corpo elevado ou rebaixado – 1.o , 1.a , cm³ , O2, n.° DATAS – Quando completas, no corpo do texto: 2 de março de 1986 (preferencialmente) ou 2/3/1986. Quando se indicam apenas mês e ano: março de 1986. Quando indicadas numericamente em publicações internacionais: 1986.03.02. Em notas e nas referências, usam-se as formas abreviadas do mês: mar. 1986. DÉCADAS – Década de 1940 (preferencialmente) ou anos 40. FIGURA, TABELA, QUADRO e GRÁFICO – No texto, escrever por extenso, com maiúsculas e minúsculas e com algarismos arábicos, por exemplo: Figura 1, Tabela 9 etc. Nas tabelas e quadros, o título vem em cima, em maiúsculas e minúsculas. Nas figuras, o título vem em baixo, junto com a legenda. Escreve-se a legenda com corpo claro e redondo, sem ponto final. De preferência, tabelas e quadros são abertos nas laterais. Deve-se citar a fonte e evitar excesso de traços. Tabela é uma relação de dados. Quadro apresenta dados comparativos. ITÁLICO – Recurso usado para destaque nos seguintes casos: • Títulos de livros, trabalhos monográficos, jornais, revistas, discos, CDs, DVDs, filmes, peças musicais e teatrais, óperas, programas de rádio e TV, pinturas e esculturas, nomes de embarcações. • Palavras ou frases em língua estrangeira (em relação à utilizada no texto). Obs.: Em publicações especializadas, como revistas técnicas, de economia, de artes, de medicina, de antropologia etc. em que se
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    de Sucesso do Sebrae 43 supõe a familiaridade do leitor com os termos estrangeiros usados normalmente na forma original como expressões correntes da nomenclatura específica do assunto tratado, não serão grifados os termos estrangeiros considerados peculiares à terminologia técnica da especialidade a que se dedica a publicação em questão; porém, os termos que não façam parte dessa terminologia específica devem ser grifados. • Destaque de palavra ou frase, em uma fala, que o interlocutor acentua com certa ênfase. Obs.: Para realce de palavras ou expressões, usam-se também aspas duplas. • Destaque e atenção especial para um termo ou expressão a que se atribui particular importância no contexto. • Destaque para o fato de que uma determinada palavra está grafada propositadamente de modo não-convencional. • Em textos teatrais, para destacar instruções do autor (rubricas), ao longo do texto. • Em biologia, para escrever o gênero, a espécie e a subespécie, caso existente, de animais e plantas da classificação sistemática. Os nomes da família e do autor vêm em corpo normal. (Paullinia cupana H. B. K. var. sorbilis (Mart.) Ducke – guaraná; Talisia esculenta (St. Hil.) Radlk – pitomba). MAIÚSCULAS – Usam-se para nomes próprios, vocábulos a que o autor deseja dar destaque especial ou palavras iniciais de parágrafos, períodos, versos (uso clássico) e citações textuais (transcrições de períodos em sua íntegra). Os nomes próprios podem ser classificados em: Usam-se sempre maiúsculas nos casos a seguir. Uso geral: • Nomes de eras, períodos e épocas geológicas (era Cenozóica, período Pré-Cambriano, o Pleistoceno). • Designação de reinos, divisões, classes, subclasses, ordens, famílias e gêneros, em botânica e zoologia. Em textos científicos, os nomes da classificação sistemática costumam vir em latim. • Disciplinas de currículo acadêmico (Música, Pintura, Química, curso de Direito, aula de História).
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    de Sucesso do Sebrae 44 • Nomes de instituições religiosas (Igreja, Santa Sé, Sinagoga). • Nomes de documentos e atos do poder público, em textos oficiais (Estatuto da Microempresa, Consolidação das Leis do Trabalho etc.). Leis e decretos escrevem-se com minúsculas, a não ser que tenham um nome ou número (Lei 4.260, Lei Afonso Arinos, Lei do Uso do Solo). • Nomes de instituições públicas (Executivo, Congresso, Ministério da Saúde, Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Fundação Nacional do Índio). Escrevem-se com maiúsculas também Estado, quando designa o conjunto de poderes políticos de uma nação (golpe de Estado, Estado de direito); República, quando substitui Brasil (presidente da República); União, no sentido de poder central, associação dos estados federativos (estados da União). • Em livros de antropologia e etnologia há regras específicas para a grafia de nomes, que devem ser usadas com critério em textos que não pertençam a essas áreas. Nomes de nações indígenas são grafados com maiúsculas e sempre no singular (os Xavante, os Apache, os Zulu). Antropônimos: • Nomes e sobrenomes (Jorge Benjor, Edu Lobo). • Cognomes (Henrique, o Navegador; Ricardo Coração de Leão). • Alcunhas e apelidos (Zezé, Tonho, Sete-Dedos). • Antonomásticos (Patriarca da Independência, Águia de Haia). Quando usados como simples formas retóricas, os antonomásticos devem ser escritos com minúsculas (As águias de Haia não sobrevoam o cerrado). • Pseudônimos (Tristão de Athayde, João do Rio). • Nomes dinásticos (os Braganças, os Cardosos). Em nomes que designam dinastias em formas adjetivas, usam-se minúsculas (A dinastia dos carolíngios). • Personagens literários fictícios (Pierrô, Dom Quixote). Quando não se trata da personagem em si, mas do seu significado simbólico, devem-se usar minúsculas (Valente como um dom quixote). Entidades astronômicas: • Escrevem-se com maiúsculas os nomes de estrelas, planetas, satélites, cometas, constelações e galáxias, sempre que designam entidades
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    de Sucesso do Sebrae 45 siderais. Assim, grafam-se diferentemente: eclipse do Sol e banho de sol; crateras da Lua e fases da lua; diâmetro da Terra e viagem por terra. Entidades míticas: • Escrevem-se sempre com maiúsculas as expressões que designam a divindade (Deus, Cristo, Buda, Jeová, o Pai, o Todo-Poderoso); anjos bons e maus (Gabriel, Miguel, Belzebu, Lúcifer); e entidades míticas (Zeus, Hermes, Negrinho do Pastoreio, Xangô). Escrevem-se, porém, com minúsculas, os nomes de entidades mitológicas coletivas (faunos, ninfas, sereias). • Santo e outras expressões hagiológicas (são, venerável, beato, profeta etc.) vêm grafados com maiúsculas quando precedem imediatamente o nome que qualificam (Santa Maria, São Paulo, Profeta Elias). • Escreve-se a palavra Virgem, com maiúsculas, em todas as expressões que designam a mãe de Jesus; o mesmo vale para todas as expressões similares (Maria Santíssima, Nossa Senhora, Santa Mãe de Deus). • Usam-se maiúsculas nas expressões antonomásticas referentes aos santos (Santa Catarina, Virgem e Mártir; São Paulo, o Apóstolo dos Gentios), bem como nos apelidos de alguns deles (São João Batista, São João Evangelista). Intitulativos: • Escrevem-se com maiúsculas os nomes de empresas e estabelecimentos comerciais, industriais, bancários, médicos e educacionais; entidades políticas, culturais, sociais, esportivas e religiosas; associações de classes e repartições públicas; marcas comerciais patenteadas e nomes atribuídos a veículos; nomes de obras literárias ou artísticas, publicações periódicas, trabalhos avulsos e partes de um trabalho; nomes de cavalos de corrida, animais de raça, de circo, de zoológico e domésticos de estimação. • Usam-se minúsculas com as marcas comerciais já tornadas substantivos comuns (dose de martini, roupa de tergal, tratamento com terramicina). Fatos históricos: • Escrevem-se com maiúsculas as datas, eras e fatos históricos notáveis
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    de Sucesso do Sebrae 46 (7 de Setembro, Queda da Bastilha, Era Vitoriana, Idade Média, Revolução Cubana, Êxodo, Abolição da Escravatura). Festividades: • Escrevem-se com maiúsculas os nomes das festas e comemorações civis, religiosas e tradicionais (Natal, Quaresma, Dia do Trabalho, Dia das Mães, Carnaval, Semana Santa). Festas populares e pagãs, entretanto, são grafadas com minúsculas (bacanais, bumba-meu-boi, congada). Regiões: • Escrevem-se com maiúsculas as regiões em que o país e as unidades federativas estão divididos (Região Sul, Região Nordeste, Sudoeste Goiano); também nos EUA, escreve-se o Leste, o Oeste; a mesma regra vale para regiões importantes do ponto de vista histórico, econômico ou político (Oriente Próximo, Oriente Médio, Leste Europeu, Extremo Oriente, Oriente e Ocidente). Reverência: Usam-se maiúsculas para tratamento de reverência nos seguintes casos: • Tratamento direto ou indireto a soberanos (Vossa Majestade, Vossa Alteza, Sua Alteza). • Tratamento ao papa, cardeais e bispos (Vossa Santidade, Vossa Eminência Reverendíssima, Sua Excelência Reverendíssima). • Tratamento ao presidente da República, ministros, governadores, senadores, deputados, secretários estaduais, reitores, juízes, altas patentes militares e demais cargos da hierarquia civil e militar (Vossa Excelência, Excelentíssimo Senhor, Magnífico Reitor, Meritíssimo Juiz, Vossa Senhoria). • Títulos nobiliários, eclesiásticos e honoríficos (senhor, sir, lorde, dom, cardeal, monsenhor, comendador, conde, príncipe, sultão etc.) são grafados com maiúsculas somente quando o título acompanhar o nome pelo qual a pessoa é conhecida (Visconde de Taunay, Duque de Caxias, Dom Sebastião). Normalmente, os títulos são grafados com minúsculas. • Fórmulas respeitosas informais (senhor, doutor, dona, professor) são grafadas com maiúsculas apenas nas formas abreviadas (Dr. Antonio, Sr. Hélio, Prof. Moura).
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    de Sucesso do Sebrae 47 Topônimos: • Locais da geografia política; divisões territoriais, administrativas e urbanas; locais históricos e sítios arqueológicos são escritos sempre com maiúsculas. • Acidentes geográficos ou topográficos e vias ou logradouros públicos escrevem-se com maiúsculas (Lagoa Santa, Cabo Frio, Mata Atlântica, Praça da República). • No caso de expressões adjetivas acrescentadas aos nomes de acidentes geográficos, para indicar localização, jurisdição política ou outra característica, usam-se minúsculas (alto Nilo, Andes equatorianos, Alpes franceses). • Escrevem-se, por exemplo, Reino do Afeganistão, República Popular da China ou China Comunista; mas escrevem-se, por outro lado, os reinos europeus, as repúblicas socialistas, o bloco comunista, a Europa ocidental. • No caso de divisões das Forças Armadas, grafa-se a expressão toda com maiúsculas (Segunda Região Militar, Quarta Zona Aérea, Sexto Distrito Naval). Normalmente, porém, escreve-se o distrito naval, a zona aérea, a região militar do Rio etc. MINÚSCULAS – Usam-se iniciais com letras minúsculas nos seguintes casos: • Doutrinas, religiões, correntes e escolas filosóficas, artísticas e literárias (marxismo, catolicismo, cubismo, impressionismo). • Substantivos próprios tornados comuns, inclusive os nomes compostos ligados por hífen (Uma eva sedutora; castanha-do-pará; palma-de-santa-rita). • Nomes dos pontos cardeais, quando não indicam regiões (De norte a sul). • Depois de dois pontos que não precedem citação direta (Digo e repito: não sou candidato). • Depois de pontos de interrogação e exclamação, quando têm a função de vírgula ou travessão (Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?; Entendeste-me? disse ela). • Na designação das profissões e dos ocupantes de cargos (O professor Hélio, a princesa Anne, o presidente Itamar).
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    de Sucesso do Sebrae 48 NEGRITO – Deve ser usado com moderação, para não carregar demasiadamente o texto. Ao autor é permitido, em determinados casos e sem exagero, utilizá-lo como recurso estilístico. Na dúvida, não utilizá-lo ou lançar mão de aspas ou itálico. NOTAS DE RODAPÉ – Destinam-se a prestar esclarecimentos, comprovar uma afirmação ou justificar uma informação que não deve ser incluída no texto limitando-se ao mínimo necessário. Deve-se utilizar a nota de rodapé quando forem mencionados programas e projetos do Sebrae e de seus parceiros. A nota deve conter a descrição da sigla por escrito e um resumo breve dos objetivos do programa ou projeto. As notas de rodapé são colocadas ao pé da página, separadas do texto por uma linha de aproximadamente 1/3 da largura útil da página, a partir da margem esquerda. Recomenda-se que a remissão para o rodapé seja feita através de asterisco superescritos, para não ser confundida com outra numeração, eventualmente adotada no texto. NUMERAIS – A escrita dos numerais, elemento controverso nos meios editoriais, deve seguir as normas adotadas até o limite do bom senso, evitando- se interferências ao eficaz entendimento do texto, segundo sua natureza e a situação em que estão sendo empregados. Deve-se, portanto, respeitar a utilização estética do algarismo, ou de sua forma escrita, pelo autor, sobretudo em textos de cunho literário. • Algarismos de zero a nove devem ser apresentados por extenso no texto. • Em textos hieráticos, dogmáticos, solenes, altamente formais (convites e participações relativos a acontecimentos sociais), literatura requintada, poesia, canções, títulos de obras literárias, de artes plásticas ou de episódios históricos, os cardinais e os ordinais devem ser escritos por extenso. • Excetuam-se os casos em que o número representa data ou qualquer outra expressão normalmente escrita em algarismos, ou quando se trata de títulos assim grafados pelos que os cunharam (Revolução de 9 de Julho; 2001, uma odisséia no espaço; 1984).
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    de Sucesso do Sebrae 49 • Os cardinais, assim como os ordinais, quando expressos por uma só palavra, são grafados por extenso. Em caso de leis e seus artigos, parágrafos e alíneas, grafam-se os numerais com algarismos. • No mesmo parágrafo, quando houver números expressos por uma palavra e por mais de uma, usam-se somente algarismos. • Não se inicia frase com algarismo, mas sim com o número por extenso. • Quando expressam dados de problemas estatísticos e matemáticos, medições específicas e de caráter preciso expressas em unidades de padrão internacional, porcentagens e valores semelhantes, deverão ser grafados em algarismos arábicos quando estiverem acompanhados do respectivo símbolo de medida, integrando textos de caráter científico, técnico ou didático. • Valores monetários são grafados com algarismos arábicos acompanhados dos respectivos símbolos das moedas – R$ 20,00, US$ 5 milhões. • Os sinais que expressam porcentagens ou unidades de medida de temperatura serão grafados sempre juntos com os algarismos que os antecedem, sem nenhum espaço de separação. • Escrevem-se os algarismos de 1.000 em diante com pontos de três em três casas decimais. Essa regra não vale para a indicação de anos do calendário ou páginas de publicações. • Números fracionários, salvo em publicações de caráter científico, devem ser grafados por extenso. • Algarismos romanos são usados apenas para designar reis e papas, nomes oficiais de clubes ou associações, os antigos exércitos brasileiros e os atuais comandos aéreos regionais (Comar), volumes ou tomos de livros, além do uso opcional em denominação de capítulos de livros ou de séculos. • Para indicar horas, colocar algarismos, separando horas de minutos por dois pontos, sem abreviações (h, min) ou as palavras “horas” e “minutos” (14:30). Nas horas quebradas, deve-se usar h, min e s, sem espaçamento entre os números. A abreviatura min só é necessária quando houver especificação dos segundos.
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    de Sucesso do Sebrae 50 CITAÇÕES – As citações podem ser de três tipos: • Citações formais – quando transcrevem literalmente trechos de obras. Devem ser colocadas entre aspas. • Citações conceptuais – quando com sínteses pessoais reproduzem fielmente as idéias de outros. • Citações mistas – quando citações conceptuais inserem palavras ou expressões retiradas do texto consultado. O relacionamento da citação com o documento de onde foi extraída será feito acrescentando, após a citação, entre colchetes, as três primeiras letras do sobrenome do autor, seguido de dois últimos algarismos do ano de publicação do trabalho. Exemplo: [HEV 90]. 4.4. Erros comuns (estilo e metodologia) • Uso de frases muito longas. • Idéias apresentadas de forma confusa e com falta de objetividade. • Pedaços de diferentes documentos colados ao longo do documento, fazendo com que o caso fique fragmentado e de leitura difícil. • O caso sofre mudanças de estilo ao longo do texto. Em algumas partes é coloquial, falando do jeitinho baiano; em outras parece um relatório interno do Sebrae; e ainda em algumas partes utiliza uma linguagem acadêmica rebuscada. • Problemas de concordância verbal e uso de vírgulas. • Depoimentos em excesso. • Siglas sem identificação. • Tabelas sem fonte. • Falta a indicação das referências bibliográficas pesquisadas. • O escritor do caso tece muitos elogios e emite opiniões, deixando pouco espaço para que o aluno/leitor tire suas próprias conclusões. Lembre-se sempre que o caso deve ser descritivo e não analítico. O autor deve ter em mente a necessidade de oferecer ao leitor o máximo de informações para que ele mesmo possa chegar às suas conclusões. • Muitas vezes a seção desafios futuros apresenta a opinião do autor, ao invés de mostrar quais são os desafios futuros e os novos dilemas.
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    de Sucesso do Sebrae 51 É importante lembrar que o escritor do caso deverá fornecer fatos e dados, com clareza e objetividade, para que o instrutor ou professor possa provocar a discussão em sala de aula e treinar com os alunos as habilidades de julgamento e de análise. Em um caso de ensino, é preciso resistir à tentação de antecipar análises e de emitir opiniões. • O autor faz análises e emite opiniões, algumas que vão além dos dados fornecidos no desenvolvimento do caso. • O autor comumente faz uso do tempo presente em alguns trechos, misturando com o passado. Isso se deve, muitas vezes, ao hábito da escrita em linguagem jornalística. 4.5. Quando o Caso de Sucesso não é considerado bom e pode ser recusado para publicação? • Quando o caso não atende aos requisitos definidos pela área demandante. • Quando a metodologia de Casos de Sucesso não foi aplicada. O texto parece uma adaptação do relatório interno ou mesmo do formulário de referência e não atende aos objetivos do Projeto Casos de Sucesso. • Quando o caso é superficial, o que diminui sua capacidade didática por não cumprir seu papel de disseminar o conhecimento através de dados concretos e detalhados. • Quando o caso não mostrar os vários aspectos da solução do dilema central de maneira didática: quais eram os problemas principais e como idéias e soluções foram encontradas; os principais parceiros e a descrição detalhada das ações mais importantes. • Quando o autor elogia demais o protagonista e o Sebrae e não inclui fatos e dados que indiquem ao leitor por que este é um Caso de Sucesso.
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    de Sucesso do Sebrae 53 5. Escrevendo o Caso de Sucesso 5.1. Preparação do escritor O escritor deve levantar o maior número de informações sobre o que motivou o surgimento do Caso de Sucesso e obter informações sobre a ordem cronológica e datas corretas dos fatos. É importante também conhecer o contexto socioeconômico e cultural, assim como as razões que levaram as pessoas/entidades a realizarem o objeto em estudo e qual fato/pessoa deu início às atividades. Se for possível, o escritor deve também conhecer a experiência in loco; conversar com os atores do caso e conversar com o profissional que está (ou esteve) à frente do trabalho. O escritor deve pesquisar informações em relatórios ou diagnósticos do local/região relativos ao caso, muitos deles disponíveis na internet. Levantar antecipadamente o maior número de informações e dados que permitam estabelecer comparações posteriores, quando os resultados alcançados forem apresentados. 5.2. Coleta de informações Escrever um caso é um exercício que envolve uma ampla pesquisa sobre a situação que se pretende retratar. O escritor poderá encontrar informações em várias fontes secundárias, como documentos; artigos, reportagens, livros; vídeos; fotos; folders e material de propaganda; entre outros. A coleta de informações primárias pode ser feita principalmente através de dois instrumentos: entrevistas e visitas técnicas. O escritor do caso deverá coletar informações sempre tendo em mente as necessidades educacionais definidas pela área demandante. Quando o caso envolver a descrição de uma empresa, o escritor e o coordenador do Sebrae devem certificar-se de que a pessoa que representa a organização compreende bem o que está sendo solicitado, já que o caso pode implicar a divulgação de informações reservadas e/ou confidenciais. Em algumas situações o Sebrae
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    de Sucesso do Sebrae 54 poderá ter dificuldades em convencer a empresa a publicar informação sensível ou estratégica, principalmente em mercados muito competitivos. Além dos documentos e material escrito que pode ser consultado, o escritor dependerá também de entrevistas pessoais e de visitas ao local onde o caso se passou para obter uma parcela significativa dos dados. Nas entrevistas é melhor deixar que as pessoas consultadas saibam quais são as informações procuradas. Uma relação transparente e ética é fundamental. Em uma entrevista o escritor deve estar preparado para guiar a entrevista com perguntas relevantes e previamente preparadas, mas deixando sempre espaço para que a pessoa entrevistada possa fornecer informações que não estavam no seu roteiro. Além disso, o escritor não deve argumentar com o entrevistado, pois seu objetivo é descobrir os fatos e opiniões, não mudá-los. Na entrevista algumas pessoas podem pintar um belo quadro da situação, deixando informações importantes de fora do relato. É dever do escritor colocar seu material em perspectiva, verificando várias fontes; fazendo as mesmas perguntas à mesma pessoa, mas de maneira diferente; tomando notas ou gravando para evitar mal entendidos. É extremamente importante que o escritor se prepare bem para as entrevistas e visitas. Não há sentido em ocupar o tempo de pessoas com perguntas sobre assuntos que podem ser pesquisados em fontes públicas, como documentos, reportagens ou artigos. Além disso, um entrevistador bem preparado pode aproveitar melhor o tempo com questões mais aprofundadas e com novidades sobre os fatos. A preparação nos ajuda a levantar questões importantes e a preencher as lacunas de informações. No Brasil, a entrevista deve ser considerada sob a ótica de uma sociedade relacional. O entrevistador deve criar clima agradável e amistoso, ideal para que as informações relevantes comecem a surgir. Desta forma, será mais fácil obter certas opiniões e até algumas informações importantes não reveladas inicialmente. 5.3. Documentação obrigatória para a publicação do caso Fotos – Todas as fotos usadas no caso devem ter autorizações formais para publicação, do fotógrafo e das pessoas fotografadas (ver modelos no Anexo X). É responsabilidade do escritor elaborar legenda informando data, local, horário e contexto de cada foto, de sua autoria, assim como identificar os personagens que nela aparecem.
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    de Sucesso do Sebrae 55 6. Formulários utilizados no processo de desenvolvimento dos casos 6.1. Formulário pré-caso Contém as informações preliminares que servirão de base para a construção do caso. Este formulário é preenchido pelo escritor do caso e verificado pelo coordenador local do Projeto Casos de Sucesso. 6.2. Formulário pós-caso Contém as informações completas sobre o caso que servirão de base para a publicação do caso. Este formulário é preenchido pelo escritor do caso e verificado pelo coordenador local do Projeto Casos de Sucesso. 6.3. RTE – Relatório da Tutoria Estadual para encaminhamento do caso O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor estadual, que informa a avaliação que faz do caso sob sua orientação É o instrumento de encaminhamento do caso que segue para a tutoria nacional. 6.4. RTN – Avaliação pela Tutoria Nacional O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor nacional, que informa a avaliação que faz do caso encaminhado. Esta avaliação e os comentários contidos no caso retornam para o escritor e seu tutor estadual, que deverão incorporar as melhorias sugeridas.
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    de Sucesso do Sebrae 56 6.5. RTN Final e recomendação para publicação O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor nacional, que informa a avaliação final que faz do caso encaminhado. 6.6. RAD Avaliação do Demandante O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do demandante do caso, que avalia a pertinência do caso em relação à especificação da demanda. 6.7. RTE – Prática de Sucesso – Relatório da Tutoria Estadual para encaminhamento da Prática de Sucesso O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor estadual, que informa a avaliação que faz da Prática de Sucesso sob sua orientação. É o instrumento de encaminhamento do caso que segue para a tutoria nacional. 6.8. RTN – Prática de Sucesso – Relatório da Tutoria Nacional para encaminhamento da Prática de Sucesso O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor nacional, que informa a avaliação que faz da Prática de Sucesso encaminhada. Esta avaliação e os comentários contidos no caso retornam para o escritor e seu tutor estadual, que deverão incorporar as melhorias sugeridas. 6.9. RTN Final – Prática de Sucesso – Relatório Final da Tutoria Nacional O preenchimento deste formulário é de responsabilidade do tutor nacional, que informa a avaliação final que faz da Prática de Sucesso encaminhada.
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    de Sucesso do Sebrae 57 7. Uso do caso para fins de treinamento e capacitação Relembramos que no método do caso o participante é conduzido para: a) descobrir critérios de ação, trazendo para discussão os conceitos gerais que se encontram ilustrados nas situações concretas; b) proporciona um exemplo que permite viver a aplicação de determinados critérios de ações gerais. Permitir a análise e a crítica de um caso tirado da realidade, para facilitar o aprendizado e o relacionamento entre os conceitos teóricos a serem apresentados com a prática vivenciada nas empresas ou instituições. Desta forma, o método do caso propicia ao participante “viver”, de maneira personalizada, uma situação ou entender os meandros que levaram a uma determinada ação. Com isso, personaliza-se em uma regra de ação, apresentada em um conceito teórico, um critério de ação. O método do caso permite descobrir por si mesmo o que outros já sabem e viver efetivamente o que se sabia somente em nível teórico. Assim, o participante poderá consolidar conhecimentos fundamentados em regras, leis, princípios e critérios gerais de ações. A organização e preparação para aula são bastante diferentes do método expositivo comumente utilizado, como veremos a seguir. 7.1. Preparação do instrutor para utilizar um estudo de caso Os estudos de caso dão suporte a um objetivo pedagógico que o instrutor pretende atingir. Estes objetivos estão descritos no programa da disciplina ou da capacitação a ser ministrada e contempla: o objetivo, o plano de aula, as unidades de conteúdo que serão abordadas e a bibliografia que será utilizada. A escolha dos estudos de caso a serem utilizados deve ser aderente ao programa da disciplina ou capacitação. Ou seja, o instrutor deve ter claro qual o tópico teórico que irá abordar e como o caso se encaixa no assunto a ser tratado.
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    de Sucesso do Sebrae 58 O instrutor deverá traçar os objetivos a serem alçados pelo caso. Cada aula deverá ter um plano específico, inclusive um plano de quadro. Ou seja, à medida que os debate entre os participantes vai se desenrolando, o instrutor deverá anotar os pontos principais que foram abordados. No final dos debates, o quadro deverá refletir o planejamento anterior feito pelo instrutor. 7.2. A dinâmica em sala de aula A aula baseada na utilização de estudo de caso é dividida em duas partes. Na primeira parte a turma é dividida em pequenos grupos. Cada grupo deve discutir o caso entre si, orientados pelas questões propostas pelo instrutor e/ ou sugeridas no próprio caso. Após o debate nos grupos os participantes deverão retornar ao seu lugar em sala de aula. Neste momento tem início a segunda parte da aula, onde o instrutor mediará um fórum de debates entre os participantes. 7.3. Estrutura física das salas de aula Idealmente, a instituição que promove o curso deverá disponibilizar salas de grupo para que os participantes se reúnam para a discussão. Caso não seja possível dispor de um espaço específico para este fim, o instrutor deverá dividir os participantes em grupos e organizá-los em círculos na própria sala de aula. 7.4. O papel do instrutor como condutor de uma aula baseada em casos Deve estar muito claro para o instrutor que a dinâmica da aula baseada em caso o coloca na situação de regente e não mais de solista. Ou seja, o instrutor deve fomentar o debate entre os participantes, anotando no quadro os pontos-chaves mencionados e que atendem ao seu plano de aula. Especial atenção deve ser dada aos participantes muito tímidos ou excessivamente falantes. No primeiro caso, o instrutor poderá no horário do intervalo sinalizar para o participante que irá fazer uma pergunta para ele no
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    de Sucesso do Sebrae 59 decorrer dos debates. Com isso, estimula-se a participação dos mais tímidos e demonstra o interesse do instrutor no seu ponto de vista. Maior atenção deve ser dada aos participantes com perfil monopolizador. O instrutor deverá controlar com maior vigor a participação de pessoas com este perfil, garantindo que todos os presentes possam expressar as suas opiniões. É importante lembrar que a discussão de um caso não levará necessariamente a uma única solução. O que faz a riqueza do método é a possibilidade que ele traz de permitir a discussão de várias alternativas para a questão apresentada. Entretanto, o instrutor deve ter atenção especial à argumentação apresentada pelos participantes. Não deverá haver espaço para respostas baseadas em “achismos”. Ou seja, cada participante deverá basear o seu ponto de vista nos elementos teóricos apresentados. O instrutor deve conduzir os alunos para que eles explorem a sua argumentação. A seguir serão apresentados, de maneira simplificada, um guia do instrutor e do participante, além de algumas “dicas” sobre os problemas mais comuns que ocorrem em uma aula baseada em caso. 7.5. GUIA DO INSTRUTOR – 10 passos de como ENSINAR utilizando casos 1º Passo – É fundamental que o instrutor: • Leia exaustivamente o caso. • Seja instrutor e participante ao mesmo tempo. Cada caso é uma experiência nova para o instrutor e para a turma. • Tenha habilidade para conduzir a dinâmica, incentivando os participantes para o debate. • Siga o método (como técnica), mas não abdique da sua experiência e criatividade. 2º Passo – Preparando-se para o caso: • A técnica consiste em construir e trabalhar relacionamentos entre as diversas situações do caso com os conceitos teóricos estudados.
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    de Sucesso do Sebrae 60 • Situações são encontradas em parágrafos, em uma frase ou, até, em um conjunto frases, seqüenciais, retiradas do caso. • Um ou mais conceitos poderão ser encontrados nas situações do caso. 3º Passo – Preparando uma aula com o caso: • De posse do caso, identifique, com um marca-texto, todas as situações relacionadas com os conceitos estudados na disciplina ou capacitação. • Disponibilize o caso para os participantes no início das aulas. • Simultaneamente, disponibilize para a turma o “Guia do Participante”, apresentado a seguir, que contém instruções sobre como cada um deverá se preparar para uma aula baseada no Método do Estudo do Caso. 4º Passo – Preparando os participantes para o caso: • Explique para os participantes toda a dinâmica a ser realizada. • Oriente e explique aos participantes como deverão construir os relacionamentos entre os conceitos teóricos e as situações encontradas no caso. • Dê exemplos simples de como você construiu alguns relacionamentos. • Cobre dos participantes as tarefas que eles deverão realizar com o caso. 5º Passo – A dinâmica em sala de aula: formando grupos • No dia marcado, reserve a primeira parte da aula para a dinâmica dos pequenos grupos e a última parte para a realização de um fórum de debates com toda a turma. • Os pequenos grupos serão formados de acordo com as conveniências dos participantes. • O número ideal do pequeno grupo é de, no máximo, cinco participantes. • Opcionalmente, cada pequeno grupo deverá produzir um relatório do trabalho realizado. • Após a formação dos pequenos grupos, solicite que os grupos escolham um relator da discussão. • O relator é responsável pela produção do relatório a ser entregue ao instrutor.
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    de Sucesso do Sebrae 61 • O grupo deve ser auto-gerido e deverá concluir a discussão no prazo de 20 a 40 minutos, o que deverá corresponder à metade da aula. 6º Passo – A dinâmica em sala de aula: interagindo com os grupos • Circule entre os grupos, estimulado a discussão e dirimindo dúvidas. • Ao término do tempo da discussão em grupo, dissolva os grupos e peça-os que voltem a seus lugares originais para a segunda parte da aula. • Os relatórios produzidos pelos participantes devem ser recolhidos para análise do instrutor e futuros comentários, se assim desejar. 7º Passo – A dinâmica em sala de aula: organizando o debate • Enfatize para toda a turma que um debate organizado é fundamental para aprender com o caso. • É nesse momento que você, como mediador, deverá permitir que os participantes confrontem seus diferentes pontos de vista acerca do caso. Lembre-se que deve-se evitar “achismos”; os pontos de vista devem ser fundamentados. • Corrija os relacionamentos inadequados entre os conceitos estudados e situações do caso. 8º Passo – A dinâmica em sala de aula: conduzindo o debate • Inicie os debates com perguntas que associem conceitos estudados com situações do caso. • Motive os participantes ao debate, estimulando-os a comentar as opiniões dos colegas. • O debate tem por finalidade: • a identificação de conceitos; • a reconstrução de conceitos; • a identificação de novos conceitos; • a análise e crítica dos fatos e dos atores do caso, assim como as conseqüências das suas decisões.
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    de Sucesso do Sebrae 62 9º Passo – A dinâmica em sala de aula: postura pós-debate • É normal que os participantes perguntem a sua opinião. Não as negue, mas enfatize que necessariamente não há apenas esta solução para o caso. • Não se preocupe em encontrar respostas definitivas, e sim as fundamentadas nos conceitos estudados. • Não tente esgotar o assunto. • Lembre-se: cada sessão de aula com o caso é uma experiência única, não se presta para generalizações. 10º Passo – Para ensinar e aprender • O sucesso de uma aula com o estudo do caso depende fundamentalmente de dois fatores: • preparação dos participantes; • preparação do instrutor. 7.6. Principais problemas na utilização do método PROBLEMA 1: Alguns participantes não fizeram as tarefas extra-classe. SOLUÇÃO: Fazer um grupo à parte com eles. PROBLEMA 2: O participante quer trabalhar sozinho na dinâmica dos pequenos grupos. SOLUÇÃO: Ou trabalha em equipe ou vai trabalhar na biblioteca. PROBLEMA 3: Em alguns trechos os participantes não encontraram os conceitos estudados. SOLUÇÃO: Ou eles não estão presentes ou os participantes e o instrutor não os perceberam. PROBLEMA 4: Apenas 50% da turma compareceu na primeira meia hora. SOLUÇÃO: Manter sempre o horário estabelecido. Não quebrar as regras.
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    de Sucesso do Sebrae 63 PROBLEMA 5: Apenas 10% dos participantes utilizou o livro para estudar. SOLUÇÃO: Recomendar as regras de estudo, contidas nas instruções para os participantes. PROBLEMA 6: Alguns grupos necessitaram de mais tempo para trabalhar nos pequenos grupos. SOLUÇÃO: Conceder o tempo necessário, sem ultrapassar o horário previsto para o início do fórum de debates. PROBLEMA 7: Alguns participantes tiveram dificuldades em se integrar nos pequenos grupos. SOLUÇÃO: Facilitar a integração. PROBLEMA 8: No dia da dinâmica, nas vésperas de prova, alguns participantes perguntaram o que fazer com o caso. SOLUÇÃO: Estabelecer uma relação entre as responsabilidades de cada um e seus respectivos desempenhos. PROBLEMA 9: Os pequenos grupos pouco solicitaram o instrutor para dirimir dúvidas. SOLUÇÃO: Esclarecer os objetivos do trabalho. Lembrar que não é possível estudar o caso sem antes estudar os conceitos. O instrutor deverá informar ao participante sobre a dinâmica da aula conduzida utilizando o caso. Para isso é apresentado a seguir um guia passo a passo para o estudante se preparar para o caso. 7.7. GUIA DO PARTICIPANTE – 10 passos de como ESTUDAR utilizando casos 1º Passo – É fundamental que o participante: • Freqüente as aulas. • Participe ativamente das aulas.
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    de Sucesso do Sebrae 64 • Esclareça todas as suas dúvidas conceituais com o instrutor. • Faça suas anotações. 2º Passo – Após o caso ser disponibilizado pelo instrutor, deve-se ter à mão os seguintes materiais para estudo extra-classe: • O caso. • O programa da disciplina ou capacitação. • O livro texto básico ou apostila. • Os textos e/ou livros recomendados. • As anotações de sala de aula. • Um marca-texto. 3º Passo – De posse dos materiais: • Faça atentamente uma primeira leitura do caso. • Leia o programa de aula até a última seção abordada pelo instrutor. • Leia suas anotações de sala de aula. • Reforce os conceitos estudados com o livro básico, os textos e/ou livros recomendados. 4º Passo – De posse do caso: • Faça atentamente uma segunda leitura do caso. • Com o marca-texto, identifique no caso todas as situações relacionadas como os conceitos estudados. • Algumas situações poderão conter mais de um conceito estudado. • Em uma folha à parte relacione os conceitos, desde a primeira seção do curso com as situações encontradas no caso. 5º Passo – Na 1ª parte da dinâmica em sala de aula onde haverá o debate em pequenos grupos: • Junte-se a um grupo de colegas com os quais se sinta à vontade. • Ouça de seus colegas as situações que eles encontraram que foram relacionadas com os conceitos estudados. • Na sua vez de falar, relate as situações que você encontrou e como as relacionou com os conceitos estudados.
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    de Sucesso do Sebrae 65 6º Passo – Ainda na 1ª parte da dinâmica: • Debata com o grupo a respeito das situações encontradas: estão bem relacionadas com os conceitos estudados? • Identifique novas situações encontradas pelos seus colegas que você não encontrou. • Se necessário, redefina o relacionamento das situações que você encontrou. 7º Passo – Na 2ª parte da dinâmica: • Após a discussão em grupo, retome o seu lugar em sala de aula. • Siga rigorosamente as regras estabelecidas para o debate. • Apresente ao instrutor, através do relator do grupo, o relatório produzido pelo grupo. • Participe ativamente com suas opiniões no fórum de debates, mediado pelo instrutor. 8º Passo – Qual o significado do estudo do caso? • Lembre-se de que a análise de um caso real precisa se basear nos conceitos estudados. • As situações encontradas no caso são típicas e exclusivas daquela empresa ou instituição, não um modelo de solução. • Como não é possível fazer experiências com empresas, o método permite estreitar a distância entre a teoria e a prática. 9º Passo – Que lições você pode tirar do estudo do caso? • As experiências relatadas no caso passam a constituir pontos de referências para uma futura tomada de decisão. • O fórum de debates permite a percepção de diferentes experiências, pontos de vistas e novas construções de conceitos. 10º Passo – O que fazer com o que foi produzido no estudo de caso? • Guarde. O material produzido por você, com a colaboração do seu instrutor e de seus colegas é fonte de preciosas informações • O acervo dessas informações poderá ser utilizado como consulta em estudos de outras disciplinas. • Ao longo do tempo você analisará o caso sob novas perspectivas, enriquecendo seu aprendizado.
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    de Sucesso do Sebrae 67 8. Referências bibliográficas The Case Writing Process - Lenders & Erskine (1989) e Developing a Teaching Case – Roberts, M. J. (1999) ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Apresentação de livros: NBR 6029. Rio de Janeiro, 1993. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Preparação de folha de rosto de livros: NBR 10524. Rio de Janeiro, 1988. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Referências: NBR 6023. Rio de Janeiro, 2000. MARTINS, Eduardo. Manual de redação e estilo de O Estado de São Paulo. São Paulo: Moderna, 2000. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria-Geral de Bibliotecas. Normas para publicações da Unesp. São Paulo: Editora Unesp, 1994. UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Sistema de Bibliotecas. Normas para apresentação de documentos científicos. Curitiba: Editora UFPR, 2000.
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    de Sucesso do Sebrae 69 ANEXO X - Exemplos de referências bibliográficas Livros e Anais de Congresso (Autor. Título. Edição. Local de Publicação: editora, ano de publicação ). OLIVEIRA, R. S. de; CARISSIMI, A. da S.; TOSCANI, S. S. Sistemas Operacionais. 2.ed. Porto Alegre: Instituto de Informática da UFRGS: Sagra Luzzatto, 2001. 247 p. (Série Livros Didáticos, n.11). SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS MULTIMÍDIA E HIPERMÍDIA, SBMÍDIA, 7, 2001, Florianópolis. Anais... Florianópolis: UFSC: SBC, 2001. Capítulo de livro (Autor do capítulo. Título do capítulo. In: Autor/Editor/ Organizador do livro. Título do livro. Edição. Local de publicação: editora, ano de publicação). LUBASZEWSKI, M.; COTA, E. F.; KRUG, M. R. Teste e Projeto Visando o Teste de Circuitos e Sistemas Integrados. In: REIS, R. A. da L. (Ed.) Concepção de Circuitos Integrados. 2.ed. Porto Alegre: Instituto de Informática da UFRGS: Sagra Luzzatto, 2002, p. 167-189. ROESLER, V.; BRUNO, G. G.; LIMA, J. V. de. ALM: Adaptative Layering Multicast. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE SISTEMAS MULTIMÍDIA, SBMÍDIA, 7, 2001, Florianópolis. Anais. Florianópolis: UFSC: SBC, 2001, p. 107-121. Dissertações, teses, trabalhos individuais etc. MENEGHETTI, E. A. Uma Proposta de Uso da Arquitetura Trace como um
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    de Sucesso do Sebrae 70 Sistema de Detecção de Intrusão. 2002. 105 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Computação) – Instituto de Informática, UFRGS, Porto Alegre. SABADIN, R. da S. QoS em Serviços de Suporte por Frame Relay. 2000. 35 f. Trabalho Individual (Mestrado em Ciência da Computação) – Instituto de Informática, UFRGS, Porto Alegre. Artigo de periódico GONÇALVES, L. M. G.; CESAR JUNIOR, R. M. Robótica, Sistemas Sensorial e Motor: principais tendências e direções. Revista de Informática Teórica e Aplicada, Porto Alegre, v.9, n.2, p. 7-36, out. 2002. Em meio eletrônico LISBOA FILHO, J.; IOCHPE, C.; BORGES, K. Reutilização de Esquemas de Bancos de Dados em Aplicações de Gestão Urbana. IP – Informática Pública, Belo Horizonte, v.4, n.1, p.105-119, June 2002. Disponível em: < http://www.ip.pbh.gov.br/ip0401.html >. Acesso em: set. 2002. Norma Técnica INSTITUTE OF ELECTRICAL AND ELECTRONIC ENGINEERING. IEEE 1003.1c-1995: information technology – portable operating system interface (POSIX), threads extension [C language]. New York, 1995.