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A relevância dos algoritmos, de Tarleton Gillespie

A relevância dos algoritmos, de Tarleton Gillespie

Essa apresentação foi realizada com o objetivo de discutir os pontos abordados sobre o artigo "A relevância dos algoritmos", escrito por Tarleton Gillespie, sob minha perspectiva. O mesmo encotra-se na Revista do Mestrado Profissional em Jornalismo FIAM-FAAM.

Matheus Victor

August 09, 2021
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Transcript

  1. “ Os algoritmos não são necessariamente software: em seu sentido

    mais amplo, são procedimentos codificados que, com base em cálculos específicos, transformam dados em resultados desejados. (GILLESPIE, 2018)
  2. “ Algoritmos para selecionar o que é mais relevante a

    partir de um corpus de dados composto por rastros das nossas atividades, preferência e expressões. (GILLESPIE, 2018)
  3. algoritmos de relevância pública ❏ Algoritmos de recomendação desempenham um

    papel cada vez mais importante na seleção das informações relevantes → Algoritmos enquanto tecnologias de comunicação → Aspecto fundamental na participação da vida pública; ❏ Mapeiam nossas preferências → “Filtram” as novidades → Destacando algumas enquanto excluem outras; ❏ A adoção de ferramentas computacionais como principais meios de expressão → Sujeitam o discurso e o conhecimento humano à lógica destes algoritmos.
  4. algoritmos de relevância pública ❏ Existem seis dimensões dos algoritmos

    de relevância pública que têm valor político (GILLESPIE, 2018): 1. Padrões de inclusão; 2. Ciclos de antecipação; 3. Avaliação de relevância; 4. A promessa da objetividade algorítmica; 5. Entrelaçamento com a prática; 6. A produção de públicos calculados.
  5. algoritmos de relevância pública ❏ Devido à natureza rapidamente mutável

    destas tecnologias, esta lista se apresenta como provisória e não completa, mas ajuda a compreender os algoritmos como ferramentas emergentes para o conhecimento e discurso públicos (GILLESPIE, 2018); ❏ Uma análise sociológica ajuda a desvendar as escolhas humanas e institucionais por trás destes mecanismos.
  6. padrões de inclusão ❏ “Os algoritmos são máquinas inertes e

    sem sentido até serem combinado com bancos de dados para com eles funcionar” (GILLESPIE, 2018); ❏ Análise sociológica → Deve-se sempre levar em consideração os banco de dados (BD) que estão ligados aos algoritmos.
  7. banco de dados ❏ Dado → Pedaço bruto de informação;

    ❏ Banco de dados → Conjunto de dados que ao serem relacionados entre si passam a ser informações com algum significado embarcado.
  8. se um algoritmo não é necessariamente um software… Qual seria

    o banco de dados de uma receita de bolo?!
  9. padrões de inclusão ❏ “Antes que os resultados possam ser

    fornecidos algoritmicamente, a informação deve ser coletada, preparada para o algoritmo e, às vezes, excluída ou rebaixada” (GILLESPIE, 2018); ❏ A automação dos algoritmos precede os filtros dos dados; ❏ Adoção de critérios → relevância.
  10. “ Podemos entender mais sobre os algoritmos ao analisarmos de

    perto como as informações são orientadas para enfrentá-los, como elas são preparadas para o algoritmo. (GILLESPIE, 2018)
  11. relevância ❏ Sujeita à categorização; ❏ Categorização → Poderosa intervenção

    semântica e política; ❏ Critérios de exclusão e rebaixamento: ❏ #Amazonfail (2009); ❏ Trendings topics do Twitter; ❏ YouTube.
  12. ciclos de antecipação ❏ Previsão do que oferecer com base

    nas informações do usuário; ❏ Criação de infraestruturas que conectam sites individuais em um único pacote de serviços; ❏ Os usuários (cientes ou não) têm pouco ou nenhum meio de contestação.
  13. avaliação da relevância ❏ A relevância pode estar atrelada à

    satisfação do conteúdo oferecido; ❏ Os critérios de avaliação adotados pelos provedores estão ocultos e devem permanecer assim para evitar o fornecimento de um “roteiro” para burlar o sistema → Evitar “desvaloração” dos resultados; ❏ O ranqueamento de páginas e conteúdos a partir do número de acesso ratificam a “relevância”.
  14. avaliação da relevância Vídeo “Testes A/B: como você é uma

    cobaia da internet | Nerdologia Tech”. Fonte: YouTube.
  15. “ Na verdade, nenhum serviço de informação pode ser completamente

    isento de interferência humana ao entregar informações: embora um algoritmo possa avaliar qualquer site como o mais relevante para a sua busca, esse resultado não aparecerá se for pornografia infantil, não aparecerá na China se for um discurso político dissidente, e não aparecerá na França se promover o nazismo. (GILLESPIE, 2018)
  16. entrelaçamento com a prática ❏ Os usuários moldam e rearticulam

    os algoritmos → As hastags foram uma inovação criada pelos usuários; ❏ Os algoritmos também afetam a forma de buscar informações; ❏ Apesar do “encaixapretamento”, nos tornamos “algoritmicamente identificáveis”; ❏ Os usuários podem recorrer aos algoritmos também para refletirem sobre si mesmos com bases nos seus dados.
  17. a produção de públicos calculados ❏ Os resultados recebidos são

    diferentes para cada usuário → Adaptados às preferências; ❏ Os algoritmos e nossas preferências nos levam a “filtros bolha”; ❏ “Clientes como você”; ❏ Deve-se considerar cuidadosamente as análises feitas (principalmente) a partir de dados gerados por algoritmos comerciais.
  18. “ (...) quando nós somos os dados, o que devemos

    fazer com as associações que os algoritmos afirmam identificar sobre nós enquanto sociedade - o que não sabemos ou que talvez não queremos saber? (GILLESPIE, 2018)
  19. considerações finais ❏ Pensar como funcionam, onde são implementados e

    o que os movimenta financeiramente são meios de compreender os algoritmos e seus impactos; ❏ Apesar da nítida possibilidade de erro, viés, manipulação, etc; os algoritmos são hoje mecanismos construídos socialmente → Uma nova lógica de conhecimento que, mesmo “encaixapretada”, devemos aspirar entender.
  20. referência Gillespie, Tarleton. A relevância dos algoritmos. In: Revista do

    Mestrado Profissional em Jornalismo FIAM-FAAM – Centro Universitário, São Paulo, v. 6, n. 1, jan/abr., p.95-121, 2018.