à la l’exploration, telle une terre étrangère.”24 Anthony Vidler, reinterpretando teorias Freudianas, entende que a cidade exalta um sentimento que é ao mesmo tempo de estranhamento e de familiaridade, o que produziria “problemas de identidade do eu, do outro, do corpo e de sua ausência: (...) relações entre a psique e a habitação, o corpo e a casa, o indivíduo e a metrópole”. Esta ambiguidade perturbadora, analisada a partir de conceitos da psicanálise, encontrou na cidade grande seu lugar metafórico: “na metrópole, onde o que antes era íntimo e confinado entre muros, tornou-‐‑se estranho em função das incursões espaciais da modernidade” (in NESBITT, 2006, p. 620). * A “nouvelle vague”, expressão para o tipo de linguagem cinematográfica desenvolvida na França depois da Segunda Guerra Mundial, introduz na gramática do cinema uma série de novos vocábulos, como o realismo dos personagens, diálogos reais e transgressores, proximidade com a câmera, não linearidade da trama, preferência por cenas externas e cenários reais, e a centralidade do papel do diretor. Françoise Giroud, jornalista e fundadora de L'ʹExpress, foi quem usou pela primeira vez a expressão « nouvelle vague », apresentando jovens cineastas franceses que começavam a filmar à margem dos dogmas da indústria cinematográfica, com pouca qualificação técnica, e com 24 DANESI, Fabien. Le cinéma de Guy Debord. Paris: Paris Experimental, 2011. Página 52.