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Espaços de funções

Espaços de funções

Paulo Bordoni

April 11, 2019
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Transcript

  1. Se tudo sobre espaços vetoriais se resumisse ℝ, ℂ e

    ℳ×, o mundo seria pobre. As mais belas instâncias de espaços vetoriais serão apresentados pela Mestra, que se vestiu apropriadamente para mostrá-los!
  2. São os espaços de funções : → ℝ, cujo domínio

    é um conjunto qualquer ≠ ∅ e a valores reais, anotado ℱ(, ℝ).
  3. Conforme já afirmamos o objeto de estudo do Cálculo Diferencial

    e Integral são as funções. Dissemos também que nosso curso funções serão tratadas como deusas do Olimpo – porque realmente são.
  4. Resultados Função Dados Dinamicamente, uma função é algo que recebe

    dados e fornece resultados, Loirinha. O estudo de funções está associado ao de problemas e algoritmos. Estes também serão objeto de estudo das próximas aulas.
  5. E a soma e a multiplicação por fator de escala

    são definidas ponto-a-ponto. Repetindo: podemos somar e escalar funções de ℱ(, ℝ).
  6. Ponto-a-ponto como? Para , ∈ ℱ , ℝ , a

    soma + e a escalada de , ∙ , são as novas funções definidas por: + = + (), ∙ = ∙ , para cada ponto ∈
  7. Esse é o caráter dual das funções: são vetores de

    ℱ , ℝ definidos ponto a ponto. Never forget it!
  8. Vou tentar ! Além disso essas duas operações satisfazem as

    oito condições da definição de espaço vetorial. Prove isto Loirinha !
  9. Numericamente, podemos ver a soma e a multiplicação por fator

    de escala através de tabelas, para uns poucos valores de . É preciso olhar linha por linha, isto é, ponto a ponto!
  10. Sim! E em cada linha da tabela, vemos que: (

    + )() = () + () e ( ∙ ) = ∙ ().
  11. Sim Loirinha, você acabou de enunciar o caráter dual das

    funções: vetores calculados em cada ponto do domínio.
  12. Observem o caráter dual: para cada ponto ∈ [−1,1], a

    coordenada y em vermelho é a soma das coordenadas y em azul e verde: + = + (). E fazendo isso para cada ponto ∈ [−1,1] obtemos + .
  13. Vejam, os gráficos da função = () em azul e

    de quatro escaladas de em vermelho.
  14. Indiquei, nos mesmos, o caráter dual marcando o valor de

    = 4. e os valores (4. ) e ∗ (4. ) para = 0.4, 1.5, −0.7 − 1.3.
  15. As funções polinomiais em ℝ constituem um subespaço de ℱ.

    E ele é anotado . Sim: • A soma de polinomiais também é uma função polinomial. • A múltipla de uma função polinomial não perde a sua qualidade.
  16. Já vimos na aula das bananas verdes conceito de base

    de um espaço vetorial. Bases desempenham um papel fundamental para operar com as polinomiais.
  17. Lembro bem, a base canônica dos vetores-coluna de ordem 3,

    o ℝ3, é 1 = 1 0 0 , 2 = 0 1 0 , 3 = 0 0 1 , É. Ela que permite escrevermos 2.1 −0.7 1.5 = 2.1 1 0 0 + (−0.7) 0 1 0 + 1.5 0 0 1
  18. A base canônica do espaço vetorial 2, das funções polinomiais

    de grau menor ou igual a 2, é constituída pelas polinomiais: 0 () = 0 = 1, 1 () = 1 = , 2 () = 2 . A ideia é a mesma, Loirinha. Para a polinomial = 2.1 + 0.7 + 1.5 2 temos = 2.1 0 + 0.7 1 + 1.5 2
  19. Mestre, bastou passar os coeficientes da polinomial. Da mesma forma

    que passamos as coordenadas para vetores coluna!
  20. Quero lembrar que a estruturação padrão em Python é: pacotes

    (pastas) são constituídos por módulos (arquivos tipo .py) que possuem classes, compostas por atributos e métodos. Atributos • aaa • ⋅⋅⋅ Métodos • f( ) • ⋅⋅⋅ Classe Xyz Atributos • aaa • ⋅⋅⋅ Métodos • f( ) • ⋅⋅⋅ Classe Abc
  21. polynomial . polynomial . Polynomial polynomial . chebyshev . Chebyshev

    ... ... ... polynomial . hermite_e . HermiteE pacote módulo classe Tornando a repetir:
  22. 1. Importar o módulo numpy. polynomial. polynomial. 2. Criar p

    chamando o construtor Polynomial( ) da classe passando os parâmetros coef_p, domain e window. Os passos envolvidos na criação de uma função polinomial p: 1 2
  23. Pelo gráfico percebemos que a função polinomial possui 3 raízes

    reais, um ponto de máximo local, outro de mínimo local e um ponto de inflexão. Também fica evidente seu comportamento para → ±∞. = 1 − 2 − 2 + 3
  24. Grau da polinomial an > 0 Par lim →+∞ =

    +∞ lim →−∞ = +∞ Ímpar lim →+∞ = +∞ lim →−∞ = −∞ O comportamento das funções polinomiais para → ±∞ depende apenas do termo de maior grau da polinomial (se n é ímpar ou par) e do sinal do seu coeficiente, o a n : Se an < 0 é só trocar o sinal dos limites
  25. 0 x 0 |x| s(x) |k∗x| x Quando usamos ≠

    estamos, na verdade, trabalhando com uma polinomial composta ∘ , onde s é a função afim, translação mais fator de escala, definida por = 0 + ∗ , com = || ||
  26. Fizemos um programa que mostra os gráficos de duas polinomiais

    com os mesmos coeficientes. 1. Uma : → , 2. Outra : → . Só alteramos o fator de escala
  27. As funções polinomiais são fáceis de derivar e integrar. =

    ෍ =0 [] = ෍ =1 −1 () = ෍ =0 + 1 +1 + .
  28. As funções polinomiais são contínuas e infinitamente diferenciáveis. Elas também

    integráveis (pq. são contínuas) Infinitamente diferenciáveis só porque derivada de ordem n de uma polinomial de grau n é uma constante e a derivada de ordem n+1 é zero: x = cte , +1 = 0
  29. Para derivar uma função polinomial p fornecemos seus coeficientes (e,

    se desejarmos, o número m de vezes a derivar).
  30. Os gráficos, da polinomial p, de sua derivada Dp e

    de sua integral indefinida Ip (anti-derivada), gerados pelo meu programa.
  31. Ao expandirmos um produto como − 0 − 1 −

    2 − 3 Obteremos, obviamente, uma polinomial de grau 4 em x, cujas raízes são 0 , 1 , 2 , 3 . Essa polinomial terá a forma padrão 4 4 + 3 3 + 2 2 + 1 + 0 , 4 = 1, cujos coeficientes são obtidos, com um bocado de algebrismo, a partir das raízes.
  32. Ele é uma consequência trivial e imediata da fatoração: =

    0 + 1 + 2 + 3 + 4 . São só 4 adições e 4 multiplicações. O algoritmo de Briot-Ruffini-Horner é o algoritmo mais rápido para calcular o valor de uma função polinomial como = 0 + 1 + 2 2 + 3 3 + 4 4
  33. Mestre, ensine como implementar o algoritmo. Surfista, construa recursivamente um

    vetor 4 3 2 1 0 como o da nossa frente. Confira que 0 = () comparando com a nuvem! 4 = 4 3 = 3 + 4 2 = 2 + 3 1 = 1 + 2 0 = 0 + 1 = 0 + 1 + 2 + 3 + 4
  34. Se () é uma função polinomial de grau ≥ 1,

    então a equação () = 0 Possui pelo menos uma raiz (real ou complexa). Teorema fundamental da Álgebra Carl Friedrich Gauss demonstrou o seguinte resultado em sua tese de doutorado:
  35. Como as raízes complexas ocorrem aos pares (a raiz e

    sua complexa conjugada), se o grau da polinomial é ímpar com certeza ela possui uma raiz real. Segue do Teorema fundamental da Álgebra que: uma função polinomial = () de grau n possui n raízes reais ou complexas.
  36. Surfista, faça um programa que permite determinar as raízes de

    uma equação polinomial () = 0. Loirinha, faça outro programa que permita achar os pontos de inflexão dessa mesma polinomial.
  37. Veremos no curso vários métodos para obter raízes aproximadas de

    equações, não apenas para equações polinomiais. O polyroots() é específico para polinomiais. O Mestre fez um programa para mostrar o gráfico de uma polinomial () e assinalar seus pontos de máximo, mínimo e inflexão. Mostra também os gráficos das derivadas de ordem 1 e 2 da ().
  38. Observem que para k = 0,1,2, ... • p k

    (1) = 1, • p k (0) = 0, k ≠ 0 E também para ∈ (0, 1) que: 0 > 1 () > 2 () > ⋯
  39. Naturalmente, para k > 0, lim →0 = 0. e,

    maior o k, mais rápida a convergência.
  40. Seja f uma função tal que lim →0 = 0.

    Se existir alguma constante M > 0 tal que ℎ ≤ ℎ, ℎ ∈ [0, ), para suficientemente pequeno, escreveremos = ℴ(ℎ) e diremos que f converge a zero com ordem k (polinomialmente).
  41. Portanto se = ℴ ℎ2 e = ℴ(ℎ) então f

    converge mais rapidamente a zero do que g. Confiram na figura!
  42. Esses módulos/classes, em última análise, apresentam outras bases do espaço

    das polinomiais. Elas surgem de forma natural na resolução, por separação de variáveis, de problemas de valor de contorno onde o domínio apresenta algum tipo de simetria. Infelizmente, em nosso curso, não teremos oportunidade de trabalhar com esses problemas.
  43. Mas vejam os 6 primeiros elementos da base de Chebyshev

    e suas expansões na base canônica: