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Giro Decolonial - Mbembe e Fanon

Giro Decolonial - Mbembe e Fanon

Apresentação realizada para a disciplina Seminários Avançados 2021.2 do Programa de Pós-graduação em Ciências Humanas e Sociais da UFABC.

Taís Oliveira

July 28, 2021
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Transcript

  1. GIRO
    DECOLONIAL
    Disciplina Seminários Avançados 2021.2
    Prof. Dr. Claudio Penteado
    PPGCHS/UFABC
    Taís Oliveira

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  2. Achille Mbembe (1957), de Camarões. É
    filósofo, teórico político e historiador. Atualmente
    é professor de história e ciência política na
    Universidade de Witwatersrand (África do Sul) e
    na Universidade de Duke (EUA).
    Em um de seus principais conceitos, a
    Necropolítica, desenvolve a ideia de que o
    poder social e político do sistema capitalista
    determina quem tem o direito de viver e de
    morrer.

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  3. Algumas obras de
    Achille Mbembe:

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  4. No texto "A
    universalidade de
    Frantz Fanon" Mbembe
    comenta a trajetória e
    obra de Fanon.

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  5. Frantz Fanon (1925 - 1961), da França e
    Argélia. Foi um psiquiatra e filósofo político, cujo
    interesses perpassam os estudos pós-coloniais,
    teoria crítica e o marxismo.
    Fanon era um radical político, pan-africanista e
    humanista marxista. Se preocupava com a
    psicopatologia da colonização e as consequências
    humanas, sociais e culturais da descolonização.

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  6. Algumas obras de
    Frantz Fanon:

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  7. 01: o Fanon passa pelo nazismo, o colonialismo e a independência da
    França;
    o Achille fala sobre o desenvolvimento das contribuições de Fanon
    em meio ao caos, abuso de poder, violência, guerra, etc;
    o A "saída da grande noite" é um forjar um sujeito humano novo
    mesmo em meio a esse caos;
    o Reafirma que Fanon se debruça em compreender e discutir os
    sofrimentos psíquicos causados pelo racismo e pelo sistema
    colonial;
    "Viver é simplesmente não morrer."

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  8. 02: o O campo fanoniano se desenvolve em três tempos: as lutas anticoloniais
    (revolução), as lutas anti-imperialistas (identidades) e a luta contra o apartheid
    (contra-insureição);
    o Achille dá ênfase na articulação que Fanon proporcionou a partir de correntes
    como o existencialismo, a psicanálise e o marxismo e como o pensador colaborou
    com o desenvolvimento de uma tradição africana diaspórica, principalmente nos
    circuitos do Atlântico (ref. Paul Gilroy);
    o As reflexões em África se tornam exemplo para as Américas, especialmente
    quanto às relações entre racismo e consciência de classe, colonialismo,
    capitalismo, nacionalismo, pan-africanismo e socialismo (ref. Os Condenados da
    Terra);
    "A África não é apenas o lugar a partir do qual Fanon pensa. É o próprio tema
    desse pensamento, bem como a sua matéria. E é à África que ele se dirige em
    primeiro lugar [...] A universalidade da obra de Fanon é assim inseparável da sua
    'africanidade'.”

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  9. 03: o Pele negra, máscaras brancas se torna um dos livros de referência para o
    pensamento pós-colonial;
    o Depois da consolidação do sistema capitalista, a "nova questão social" é focada
    no reconhecimento das identidades lesadas, da diferença e da alteridade;
    o No fim do século XX ocorre um processo de descentramento do mundo em
    vários campos do saber e Fanon é leitura obrigatória nesse movimento;
    "As preocupações de Fanon respeitantes às cisões do eu são objecto de
    atenção renovada e de um prolongamento que visa demonstrar que toda a
    diferença é, finalmente, uma questão de relação, de desejo e de ambivalência.
    Por outro lado, as suas teses sobre o poder dos homens e a lei da raça como
    estruturas elementares da formação do eu em situação colonial servem de
    ponto de partida para uma crítica da ética do tratamento psiquiátrico."

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  10. 04: o O mundo entra na era da contra-insurreição baseada (retorna à) na lógica
    colonial de segregação racial e expropriação econômica;
    o A raça é demarcador de territórios, direitos, liberdades, de direito à circulação,
    etc;
    "A raça, deste ponto de vista, funciona a um tempo como ideologia, dispositivo
    de segurança e tecnologia de governo das multiplicidades. É o meio mais eficaz
    para abolir o direito, no próprio acto através do qual se pretende erigir a lei.“
    "A sua consciência histórica foi particularmente sensível à sua própria inscrição
    no tempo – o tempo colonial, sem dúvida, o tempo das guerras e dos
    sofrimentos que elas geram no plano psíquico, mas, mais ainda, o tempo do
    mundo. O “preto” era a figura epifânica desse tempo do mundo, uma vez que, no
    “preto”, a própria ideia de raça encontrava o seu lugar de esgotamento."

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  11. No texto
    “Afropolitanismo”
    Mbembe trata do
    impacto da circulação
    dos mundos no
    continente africano.

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  12. o O discurso africano foi dominado por três paradigmas político-intelectuais: nacionalismo
    anti-colonial, “socialismo africano” e o movimento pan-africanista. Para Mbembe essa
    tríade é limitada para entender as transformações sociais em curso;
    o Duas reconfigurações podem influenciar a vida cultural e a criatividade estética e política
    dos próximos anos: quem é africano e o reflexo nativista;
    o Quem é africano está relacionado a dois movimentos: a dispersão e a imersão; Dispersão:
    saída dos africanos, sobretudo pelo processo de escravidão. Atualmente, milhões de
    pessoas de origem africana são cidadãos de diversos países do globo; Imersão: diz
    respeito à minorias que se instalam no continente africano e que trazem suas concepções
    estéticas e políticas que se misturam nas "tradições" do território;
    o O reflexo nativista: apresenta um reforço da diferença e proteção dos costumes; faz uma
    distinção entre "os que são daqui" e "aqueles que vieram de outro lugar";

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  13. o O afropolitanismo é uma maneira de ser no mundo que recusa toda forma
    de identidade vitimizadora, o que não significa que ela não tenha
    consciência das injustiças e da violência que a lei do mundo infringiu a
    esse continente e a seus habitantes;
    o É preciso, portanto, seguir em frente se queremos reanimar a vida do
    espírito na África e, por consequência, as possibilidades de uma arte, de
    uma filosofia, de uma estética que possam dizer algo de novo e de
    significante ao mundo em geral;
    o Afropolitanismo: se nutre na fonte de múltiplas heranças raciais, de uma
    economia vibrante, de uma democracia liberal, de uma cultura do
    consumo que participa diretamente dos fluxos da globalização.

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  14. Sugestões de leituras:

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  15. GIRO
    DECOLONIAL
    Disciplina Seminários Avançados 2021.2
    Prof. Dr. Claudio Penteado
    PPGCHS/UFABC
    Taís Oliveira

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