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Nova imagem da Conserveira de Lisboa

we are boq
January 25, 2013

Nova imagem da Conserveira de Lisboa

Apresentação do nosso trabalho com a Conserveira de Lisboa na Pecha Kucha Night Lisbon #16.

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January 25, 2013
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Transcript

  1. Olá. Nós somos os boq, fazemos design gráfico e web

    e vamos mostrar-vos o traba- lho que estamos a desenvolver com a Conserveira de Lisboa.
  2. A Conserveira de Lisboa é uma loja que fica na

    Baixa e está aberta desde 1930. Atualmente vende três marcas de conservas de peixe - Tricana, Minor e Prata do Mar - com mais de cem produtos que ainda são empapelados manualmente na loja.
  3. A nossa história começa em 2009, quando a Regina nos

    contactou para renovar os rótulos da Conserveira. Da última vez que os tinham tentado mudar, os clientes iam lá pedir do atum antigo que o novo não era tão bom! O desafio, agora, era fazer ró- tulos novos sem mudar nada. Dissemos logo que sim!
  4. Os novos rótulos deviam tornar mais coesa a identidade de

    cada uma das marcas, que a Conserveira sentia estar a perder-se, e tinham que ser mais eficientes a comu- nicar a informação do produto, como por exemplo, valores nutricionais.
  5. Começámos o trabalho com um exercício de arqueologia gráfica em

    que fomos à procura dos rótulos antigos, ao mesmo tempo que fazíamos um levantamento dos atuais, registando características como cores, formato da lata ou tipo de papel. Isto permitiu-nos identificar um conjunto de elementos que construíram o património visual da Conserveira ao longo da sua história.
  6. Por exemplo, na Tricana, gostámos do contraponto entre a Tricana

    e o ingrediente principal, como se vê ali no rótulo em que ela está prestes a ser atacada por uma lula gigante. Descobrimos também que o tipo de letra usado inicialmente para a marca se tinha perdido.
  7. Na Minor, que é a marca para peixes pequenos, encontrámos

    estes rótulos com a cabeça do gato enquadrada por um círculo branco e o nome Minor por cima, tipo Looney Tunes à portuguesa, bem mais fortes do que os rótulos que se estavam a usar - os da fila de baixo.
  8. Na Prata do Mar, descobrimos que no registo da marca,

    que é a imagem que vêm a preto e branco, o barco aparece num mar revolto. Foi com base nesta investigação, e na recolha de elementos dos rótulos antigos e dos atuais, que projetámos a nova identidade das três marcas.
  9. Para a nova identidade da Prata do Mar, recuperámos a

    narrativa do barco que passa tormentas e que regressa à costa. Mantivemos a faixa com a marca, recuperando o destaque para o nome do produto das latas mais antigas.
  10. Outra opção que tomámos com a Conserveira, foi a de

    subverter a relação tradicio- nal entre a qualidade do produto e o material de embalagem. As latas de cima são produtos selecionados. Ao contrário dos restantes que são impressos a cores em papel couché, estes rótulos são impressos a uma cor em kraft.
  11. Na Minor não resistimos a recuperar a imagem do rótulo

    antigo de que tínhamos gostado, simplificando-a ligeiramente, aumentando o destaque da palavra Minor e tornando mais legível o nome do produto.
  12. Com os rótulos a duas cores e uma nova paleta

    o conjunto ficou mais coeso e diver- tido. Mantivemos na Minor e nas outras marcas uma característica importante: todos os produtos têm faixas laterais coloridas para ser mais fácil distingui-los uns dos outros na prateleira.
  13. Para a Tricana, criámos um novo tipo de letras para

    o nome do produto, recuperá- mos o tipo de letra original, desenhámos-lhe um rosto mais simétrico e criámos um conjunto de novas ilustrações para os peixes. Introduzimos também um padrão de fundo que identifica o conservante: azeite, óleo, tomate ou água.
  14. A Tricana é gama mais vasta e variada da Conserveira,

    tanto em tipos de conserva como em formatos de lata, e, por isso, tem sido um desafio ir adaptando a imagem aos novos produtos que vão surgindo.
  15. O outro grande desafio que tivemos foi o de ter

    que escolher cores para mais de cem produtos. Imaginámos logo um sistema de regras que nos ajudasse a limitar as opções. Mas quando o apresentámos à Conserveira disseram-nos que não, que o atum em azeite não podia ser verde. Como é comum em empresas familiares havia uma série de regras implícitas que nós ainda não conhecíamos.
  16. Por isso, adoptámos o método que sempre foi usado na

    Conserveira: as cores são escolhidas rótulo a rótulo, tendo em atenção o resto da gama e a forma como os produtos são mostrados aos clientes no balcão. Também decidimos colorir o logótipo que é impresso no topo das latas para dar uma prateleira mais colorida.
  17. E também é bom poder quebrar as regras que criamos.

    Em cima temos o rótulo desenvolvido com a cantora Maria João, o primeiro produto do projeto Música com Lata que decorre até ao fim do ano. Em baixo temos a Lula Pena em Tinta com Melodia, que fizemos há dois anos, que traz uma lata de lulas em tinta e uma caixa de música composta pela Lula Pena.
  18. Em termos de estratégia, a Conserveira introduziu os novos rótulos

    à medida que os antigos iam acabando, tendo demorado aproximadamente um ano a substitui-los por completo. Felizmente, desta vez, não houve clientes a pedir o atum antigo.
  19. Isto significa que, de certa forma, o nosso trabalho foi

    quase invisível, o que, neste caso, nos deixou muito contentes. Conseguimos mudar, sem mudar, a partir de um património visual que já era da Conserveira para continuar a contar a sua história. Porque acima de tudo as delicio- sas sardinhas com limão continuam a ser as mesmas.
  20. Para terminar, queremos agradecer à Conserveira a oportunidade que nos

    deu de embarcar nesta aventura e à Pecha Kucha por nos ter convidado para estar aqui hoje. E não se esqueçam: tenham sempre conservas de peixe! Obrigado e boa noite.