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[AES_16] Gustavo Rocha-Peixoto

[AES_16] Gustavo Rocha-Peixoto

Escola da Cidade

November 19, 2014
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Transcript

  1. estratégia da aranha ou: da possibilidade de um ensino metahistórico

    em arquitetura Escola da Cidade, São Paulo, novembro de 2014
  2. Como pensar o ensino de história e teoria da arquitetura

    para os alunos dos cursos de arquitetura e urbanismo no Brasil desse início de milênio
  3. ...de agora em diante um novo sistema de proporções veio

    à luz. Nele as leis harmônicas não serão outras senão as da estabilidade. O caminho está aberto e nesses começos há mais que promessas. FIM Auguste Choisy – Histoire de l’architecture - 1899
  4. Recusar todo espírito acadêmico. ...o passado foi meu único mestre...

    As grandes obras primas do passado nos mostram que cada geração teve sua maneira de pensar, suas concepções, sua estética. Le Corbusier – Cahier de voyage – O Parthenon visto dos Propileus de Atenas
  5. Os clássicos serão ensinados como disciplina, os estilos como orientação

    crítica, e não para aplicação direta. Lucio Costa – 1930
  6. três páginas da apostila de história da arquitetura do prof.

    Lucas Meyerhofer com ilustrações do prof. Fernando Cabral Pinto FAU-UFRJ anos 1970
  7. O arquiteto moderno está acostumado a receber da história da

    arquitetura mais ou menos a mesma emoção que o leitor de romances vitorianos... Colin Rowe - 1958
  8. Como deve ser o ensino de história para o curso

    de arquitetura da FAU diante das transformações epistemológicas e estéticas operadas nos campos da história e da arquitetura nos três últimos decênios ?
  9. história social ≠ história da arte Krzisztof Pomian: Sur l’histoire

    filologia ciência moral ciência hermenêutica reconstituição mental do passado HISTORICISMO valor permanente
  10. ...nem há tempos futuros nem pretéritos... ...presente das coisas passadas,

    presente das coisas presentes e presente das coisas futuras... ...lembrança... ...visão... ...expectativa... Santo Agostinho
  11. No discurso que devo pronunciar hoje eu teria preferido poder

    me deslizar de maneira subreptícia. Em vez de tomar a palavra, eu teria preferido ser envolvido por ela, e levado bem adiante de todo começo possível. . Teria preferido que, no momento de falar uma voz anônima me precedesse desde há muito tempo: bastaria então me encadear, continuar a frase, me alojar nos interstícios. Não haveria então começo, e em vez de ser aquele donde vem o discurso, eu seria, ao acaso de seu desenvolvimento, uma fina lacuna, o ponto de seu possível desaparecimento.
  12. No discurso que devo pronunciar hoje eu teria preferido poder

    me deslizar de maneira subreptícia. Em vez de tomar a palavra, eu teria preferido ser envolvido por ela, e levado bem adiante de todo começo possível. . Teria preferido que, no momento de falar uma voz anônima me precedesse desde há muito tempo: bastaria então me encadear, continuar a frase, me alojar nos interstícios. Não haveria então começo, e em vez de ser aquele donde vem o discurso, eu seria, ao acaso de seu desenvolvimento, uma fina lacuna, o ponto de seu possível desaparecimento.
  13. a estratégia de ensino de história compatível com o estado

    contemporâneo da arte é a estratégia da aranha.
  14. Sob a notória influência de Chesterton (que concebeu e ornou

    elegantes mistérios) e do conselheiro áulico Leibniz (que inventou a harmonia preestabelecida), imaginei esse argumento, que talvez escreva e que já de algum modo me justifica, nas tardes inúteis.
  15. A ação transcorre em um país oprimido e tenaz: Polônia,

    Irlanda, a República de Veneza, algum Estado sul-americano ou balcânico. ... Digamos (para comodidade narrativa) Irlanda; digamos 1824.
  16. O narrador chama-se Ryan; é bisneto do jovem, do heróico,

    do belo, do assassinado Fergus Kilpatrick, cujo sepulcro foi misteriosamente violado, cujo nome ilustra os versos de Browning e de Hugo, cuja estátua preside um morro cinzento entre pântanos vermelhos.
  17. HERÓI TRAIDOR sentença = inventor HERÓI Kilpatrick executor = autor

    = descobridor Nolan Shakespeare Borges HISTÓRIA Ryan
  18. a estratégia de ensino de história compatível com o estado

    contemporâneo da arte é a estratégia da aranha.
  19. quanto ao tema quanto à estrutura literária Summerson: A linguagem

    clássica da arquitetura arquitetura historicista narrativa culturalista Zevi: A linguagem moderna da arquitetura arquitetura histórico- modernista narrativa analítico- historicista Zevi: Saber ver a arquitetura; Architectura in nuce; Arquitetura e historiografia história geral e teoria da arquitetura narrativa culturalista Jencks: A linguagem da arquitetura pós-moderna arquitetura culturalista narrativa histórico-modernista