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Quem Somos: Mapa de Talentos Negros em Tecnologia | Afroya Tech Hub

Quem Somos: Mapa de Talentos Negros em Tecnologia | Afroya Tech Hub

A pesquisa Quem Somos: Mapa de Talentos Negros em Tecnologia é um serviço de pesquisa solicitado pelo Afroya Tech Hub e contou com a Direção Técnica do Instituto Sumaúma.

Instituto Sumaúma

June 21, 2023
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  1. 1

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  2. 2

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  3. 3
    Organização
    AfrOya Tech Hub
    Argumento e Direção Geral
    Andreza Rocha
    Revisão
    Andreza Rocha
    Apoio
    Zé Delivery
    Direção Técnica:
    Instituto Sumaúma
    Coordenação Geral e Análise:
    Taís Oliveira
    Analista de Dados:
    Anicely Santos
    Identidade Visual e Diagramação
    Juliana Martins Vieira

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  4. 4

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  5. 5
    Ações afirmativas para pessoas negras. Nos últimos dois anos essa
    pauta foi amplamente trazida para o meio corporativo.
    Muito embora já houvesse várias instituições realizando um tra-
    balho forte e consistente na temática, foi necessário passarmos
    por um advento grave como o caso George Floyd para que suas
    vozes fossem finalmente ouvidas.
    Quando idealizei a QUEM SOMOS: Mapa de Talentos Negros em
    Tecnologia, o objetivo central era entender e conhecer o públi-
    co-alvo das propostas. O AfrOya Tech Hub, como um negócio de
    impacto social que visa prioritariamente criar novas narrativas so-
    bre pessoas negras, tecnologia e inovação, se posiciona com res-
    ponsabilidade para que a inclusão passe do discurso e oriente a
    prática.
    Como pensar e criar soluções inclusivas e diversas para pessoas
    negras sem conhecer no mínimo sua demografia? Sem entender
    o ponto de partida, histórico educacional, financeiro e aspirações
    de carreira? De que maneira programas e projetos profissionais
    poderiam ser criados sem entender de fato o que essas pessoas
    realmente precisam ou querem?
    Do compromisso e da necessidade de tornar ações afirmativas
    para pessoas negras no mercado corporativo de tecnologia mais
    eficazes e assertivas, reunimos um time de parceiros já compro-
    metidos e experientes na pauta para entregar a sociedade este
    que visa ser o mais amplo mapeamento já realizado junto a este
    público.
    Esperamos que os dados tragam clareza e suporte para que as
    ações sejam pensadas de forma mais profunda e responsável,
    saindo da estigma de projetos que não tem continuidade para
    programas completos e estratégicos que possam realmente im-
    pactar uma população que para além de maioria demográfica,
    demanda atenção e reparação histórica devido aos anos de invi-
    sibilização e violência.
    Para além dos dados, essa pesquisa é um convite: Reúnam suas
    equipes de Diversidade, Equidade e Inclusão, incluam o estudo na
    estratégia ESG, e criem alternativas viáveis, sustentáveis e estraté-
    gicas para que possamos cada vez mais ampliar a participação de
    pessoas negras no ecossistema de tecnologia e inovação.
    Agradecemos amplamente ao Instituto Sumaúma na pessoa de
    Tais Oliveira, Diretora Técnica responsável pelo planejamento e
    execução da pesquisa. E claro, Juliana Vieira, designer criadora

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  6. 6
    da identidade visual, desdobramentos gráficos e visuais que
    acompanham este material.
    Parabenizamos e também agradecemos as mais de 600 pes-
    soas respondentes de todo o Brasil, que entenderam a im-
    portância de ter suas demandas conhecidas para que pos-
    sam ser acolhidas de forma veemente e irreversível.
    Os valores do AfrOya Tech Hub seguirão firmes e cada vez
    mais alicerçados em pesquisa, capacitação e apoio para a
    ascenção de talentos negros no nosso ecossistema:
    Identidade para Ser
    Tecnologia para Ascender
    Protagonismo para Transformar
    Andreza Rocha
    Fundadora e Diretora Executiva
    AfrOya Tech Hub
    [email protected]

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  7. 7
    Introdução p.02
    p.20
    p.14
    p.28
    p.34
    p.11
    p.25
    p.32
    p.19
    p.30
    p.36
    Perfil dos Talentos Negros em Tecnologia
    Percurso Educacional | Políticas Públicas
    Percurso Educacional | Profissionalização
    Carreira | Atuação e Empresa Empregadora
    Carreira | Diversidade e Valorização do Profissional
    Carreira | Freelancers e Empreendedores
    Carreira | Coletivos e Organizações de Classe
    Carreira | Profissionais e Organizações Referências
    Considerações Finais
    Referências Bibliográficas

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  8. 8
    Introdução

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  9. 9
    O intelectual e visionário Milton San-
    tos já nos alertou sobre a era em que
    viveríamos “a interdependência da ci-
    ência e da técnica em todos os aspec-
    tos da vida social, situação que se ve-
    rifica em todas as partes do mundo e
    em todos os países” (SANTOS, 2013, p.
    117).
    Grande parte das
    nossas interações
    no mundo são
    atravessadas por
    tecnologia.
    Ao passo que no Brasil, antes mes-
    mo da pandemia, vivemos um tech-
    no-apartheid. Isso significa que deter-
    minados perfis socioeconômicos têm
    pouca ou quase nenhuma experiência
    com tecnologias contemporâneas, tão
    pouco a produção delas.
    Segundo dados da TIC Domicílios
    2019, pesquisa produzida pelo Comitê
    Gestor da Internet no Brasil (CGI), 71%
    dos lares brasileiros possuem acesso
    à internet, o que representa, em nú-
    meros absolutos, cerca de 50,7 milhões
    de domicílios conectados. Embora a
    proporção de conectividade tenha
    aumentado no decorrer dos anos, as
    classes DE são as que têm menos aces-
    so à internet em casa (50%). Dentre as
    razões, para 59% dos respondentes o
    valor do serviço é o principal fator de
    dificuldade para ter internet em casa.
    O CGI também publicou o relatório
    Painel COVID-19 sobre o uso da Inter-
    net no Brasil durante a pandemia. Já
    era o esperado com distanciamento
    social, mas o relatório aponta para o
    aumento do uso de internet em ativida-
    des como comunicação, busca de infor-
    mações e serviços (como teles saúde e
    serviços públicos ao trabalhador), edu-
    cação e trabalho.
    Todavia, segundo o estudo Desigual-
    dades Sociais por cor ou raça (2019) do
    Instituto Brasileiro de Geografia e Esta-
    tística (IBGE), os jovens negros entre 15
    e 29 anos, em comparação a pessoas
    brancas, são os que menos tem acesso à
    internet e também a menor possibilida-
    de de ter posse aos meios de acessá-la.
    A diferença de acesso ao microcompu-
    tador, por exemplo, evidencia uma dis-
    paridade expressiva de 21,8 pontos per-
    centuais entre pessoas brancas (61,4%) e
    pessoas negras (39,6%).
    É possível deduzir que sem acesso à
    internet e sem posse de uma das prin-
    cipais ferramentas de aprendizagem e
    produção tecnológica, desenvolver uma
    carreira no ecossistema de tecnologia e
    inovação não parece ter sido algo sim-
    ples para uma parcela da população
    brasileira.
    Neste contexto, a pesquisa Quem So-
    mos: Mapa de Talentos Negros em Tec-
    nologia tem como objetivo apresentar
    um retrato de abrangência nacional
    capaz de nortear com assertividade as
    agendas afirmativas para a população
    negra no ecossistema de tecnologia.
    Assim, buscou-se conhecer a demogra-
    fia, quais ambientes tecnológicos as
    pessoas negras estão presentes, as per-
    cepções sobre ações afirmativas, orga-
    nizações e referências profissionais se
    destacam entre outras temáticas.
    O período de coleta da pesquisa se
    deu entre os meses de Agosto e Outu-
    bro de 2022 e ao todo obteve 598 res-
    pondentes. Após aplicação dos critérios
    específicos do estudo1 , a amostra final
    1_Pessoas não-negras e pessoas que não concordaram com a declaração de privacidade não se
    adequaram aos critérios do estudo.

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  10. 10
    que, será analisada no mapeamen-
    to, é composta por 588 respondentes.
    Quanto à representatividade territo-
    rial, há respondentes de 22 estados
    brasileiros e do Distrito Federal.
    A análise, mesclada aos dados co-
    letados, outras pesquisas a respeito
    da área e referêncial teórico, está es-
    truturada da seguinte maneira: Perfil
    dos Talentos Negros em Tecnologia;
    Percurso Educacional com sub-seções
    que tratam de Políticas Públicas e Pro-
    fissionalização; Carreira em tópicos so-
    bre Atuação e Empresa Empregadora,
    Diversidade e Valorização do Profissio-
    nal, Freelancers e Empreendedores,
    Coletivos e Organizações de Classe e
    Profissionais e Organizações Referên-
    cias; Consumo; Considerações Finais; e
    as Referências Bibliograficas consulta-
    das.

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  11. 11
    Perfil dos Talentos
    Negros em Tecnologia

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  12. 12
    tidade de 1 filho e entre os que têm fi-
    lhos 58,91% são pessoas casadas, 23,26%
    são pessoas solteiras e 7,76% estão em
    união estável. Já em relação às pessoas
    com deficiência, 2,55% afirmam possuir
    algum tipo de deficiência.
    Os respondentes estão presentes nas
    5 regiões do país, sendo distribuídos
    entre 63,95% no Sudeste, 17,35% no Nor-
    deste, 12,59% no Sul, 3,91% no Centro-
    -Oeste e 1,19% no Norte. Já em relação
    à imigração, 1,02% afirmam morar fora
    do Brasil atualmente, entre os países
    citados estão Alemanha, Canadá, Co-
    lômbia e Portugal.
    Este estudo nos dá a possibilidade de
    observar de maneira crítica as várias
    categorias sociais e as distintas opres-
    sões experienciadas pelos Talentos Ne-
    gros em Tecnologia. No decorrer da
    análise, destacamos alguns temas con-
    siderados mais latentes, como políticas
    públicas de educação e pesquisa, di-
    versidade, valorização do profissional,
    entre outros assuntos. Portanto, gosta-
    ríamos de inserir a primeira provoca-
    ção: gênero e tecnologia.
    O trabalho em tecnologia é histori-
    camente demarcado como uma car-
    reira para homens, mas o cenário vem
    se alterando, ainda que lentamente.
    As pesquisadoras Lastres, Melo e Mar-
    ques (2012) apontam, em estudo sobre
    a inserção das mulheres no sistema de
    pesquisa científica, tecnológica e de
    inovação no Brasil, que os anos de 1985
    Perfil dos Talentos Negros em
    Tecnologia
    Entre os respondentes, 80,95% se au-
    todeclaram pessoas pretas, 19,37% par-
    das, 0,51% negras e 0,17% afro-indígena.
    A maioria se identifica com o gênero
    feminino (50%) sendo composto 43,83%
    por mulheres cisgênero e 0,17% mulhe-
    res transgênero, enquanto pessoas do
    gênero masculino compõem 48,30%
    da amostra2 , pessoas não-binárias são
    1,36% e duas pessoas preferiram não
    indicar a identidade de gênero. Já em
    relação à orientação afetiva–sexual,
    este grupo compõe 30,44% da amos-
    tra, com uma maior recorrência de Bis-
    sexual (16,33%), seguido de Homossexu-
    al (10,20%) e Pansexual (3,06%).
    No que se refere à faixa etária, os jo-
    vens de 20 a 34 anos são 72,1% e 35 a
    39 são cerca de 15,65%. No contexto de
    composição familiar, 77,89% dos res-
    pondentes não têm filhos. Entre os que
    informaram ter filhos, a maioria são
    homens (51,16%), com média de quan-
    2_Não há respostas de homens transgêneros..

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  13. 13
    e 1995 são característicos pelo aumento da ocupação feminina no mercado de
    trabalho nacional, taxa que se mantém em progressão, embora muito menor que
    a atividade masculina.
    Para as autoras, essa relação está intrinsecamente relacionada ao aumento da
    escolaridade das mulheres, sobretudo de nível superior. No ano de 1998, as mu-
    lheres eram 52% da população com diploma universitário o que, para as autoras,
    resulta em uma taxa mais elevada de participação na atividade econômica.
    A disparidade de gênero com o entrecruzamento do racismo no contexto de
    trabalho e aprendizagem em tecnologia é discutida no artigo "Negras in tech:
    apropriação de tecnologias por mulheres negras como estratégias de resistência"
    de Lima e Oliveira (2020). O estudo buscou entender como as mulheres negras
    brasileiras têm se apropriado de ferramentas tecnológicas como estratégias de
    resistência e as autoras observaram que a principal estratégia foi propor soluções
    às brechas tecnológicas, principalmente a de conhecimento com a construção de
    meios formais e não formais de aprendizagem e desenvolvimento de autonomia
    em relação à tecnologia.
    Algumas especificidades a
    respeito de mulheres negras:

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  14. 14
    Percurso
    Educacional |
    Políticas Públicas

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  15. 15
    Percurso Educacional | Políticas Públicas
    O ano de 2022 tem sido marcado por importantes debates no âmbito polí-
    tico-social. Além do pleito eleitoral, parte da sociedade brasileira também se
    debruçou na revisão de uma importante política pública de educação: a Lei de
    ações afirmativas número 12.711/2012, ou como mais popularmente conhecida a
    lei de cotas.
    Vale ressaltar que na Constituição Federal, enquanto documento que ga-
    rante o exercício dos direitos fundamentais do homem, a educação está entre
    esses direitos fundamentais. Sobretudo ao que se refere à democratização da
    escola, a universalização do acesso, a gestão democrática e a formação cidadã.
    Logo, é dever do estado prover os meios para garantir o cumprimento desse di-
    reito.
    A lei de cotas é uma das ferramentas utilizadas para tentar garantir o acesso
    à educação por grupos historicamente vulneráveis. Este instrumento garante
    a reserva de 50% das matrículas em universidades federais e institutos federais
    de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino
    médio público. A lei de cotas também prevê que parte dessa reserva seja espe-
    cificamente para candidatos negros, indígenas e, em 2016, a Lei nº 13.409/2016
    ampliou a reserva de vagas para o grupo de pessoas com deficiência.
    Além das ações afirmativas, uma parcela da população também pôde contar
    com outra política pública de educação: o Programa Universidade Para Todos
    (ProUni), por meio da lei 11.096/2005. O ProUni oferta bolsas de estudo, integrais
    e parciais, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, em ins-
    tituições de educação superior privadas. Segundo o portal oficial do Ministério
    da Educação, desde sua implementação até o segundo semestre de 2020, mais
    de 2,97 milhões de estudantes foram beneficiados pelo programa, dos quais
    70,31% com bolsas integrais.
    Observamos no gráfico abaixo o tipo de instituição de ensino no percurso
    educacional dos respondentes. A maioria estudou em escolas públicas nos ensi-
    nos fundamental (61,72%) e médio (71,11%). Nas etapas seguintes, a diferença entre
    instituição de ensino privada e pública se inverte, tendo a instituição de ensino
    privada mais destaque na graduação (57%) e especialização (82,38%). A universi-
    dade pública volta a ser maioria entre os poucos, como veremos mais adiante,
    que cursaram mestrado e/ou doutorado.

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  16. 16
    Recentemente, a Associação Brasi-
    leira de Pesquisadores Negros (ABPN)
    e a Defensoria Pública da União (DPU)
    publicaram o relatório "Pesquisa sobre
    a Implementação da Política de Cotas
    Raciais nas Universidades Federais”
    .
    Entre os dados, gostaríamos de desta-
    car três pontos:
    1) Pode-se dizer que a Lei de Cotas impôs
    essa modalidade de ação afirmativa a
    61% da rede de universidades federais,
    pois algumas universidades já tinham
    políticas de acesso de modo autôno-
    mo. De tal maneira a Lei de Cotas cum-
    priu o papel de universalizar as cotas
    raciais nas universidades federais;
    2) As universidades informaram terem
    destinado 308.668 vagas na forma de
    reservas para pessoas negras nos pro-
    cessos seletivos para cursos de gradua-
    ção entre os anos de 2013 e 2019. Porém,
    as matrículas em vagas reservadas to-
    talizam 164.156. Ou seja, somente 2% do
    total de matrículas de todo o ensino su-
    perior entre 2013 e 2019. Logo, o impac-
    to da matrícula de estudantes cotistas
    negros no universo das vagas do ensi-
    no superior é ainda bastante limitado.
    3) Os dados revelam que mais da meta-
    de dos estudantes pretos, pardos e in-
    dígenas que ingressaram por meio da
    reserva de vagas, ainda se encontram
    matriculados. Pouco mais de 1/6 se di-
    plomaram, e aproximadamente 30%
    evadiram.
    O relatório da ABPN e DPU também
    apresenta alguns dados sobre ações
    afirmativas na pós-graduação. É im-
    portante ressaltar que a reserva de va-
    gas na pós-graduação não é executada
    por meio de lei e sim por decreto que
    determina que cada instituição de en-
    sino tem autonomia para implementar
    ou não ações afirmativas neste grau de
    ensino.
    Sendo assim, das 64 universidades
    respondentes da pesquisa da ABPN e
    DPU, 41 informaram adotar a política
    de reserva de vagas para pessoas ne-
    gras na pós-graduação; É possível ex-
    trair uma média de 26,8% de estudan-
    tes cotistas negros de pós-graduação
    que alcançaram a titulação de mes-
    trado ou doutorado – o equivalente a
    aproximadamente ¼ dos ingressantes;
    A Secretaria Nacional de Políticas de
    Promoção da Igualdade Racial (SNPIR)
    sugere como possibilidade de aprimo-
    ramento da legislação a ampliação das
    cotas universitárias para os cursos de
    pós-graduação, nos âmbitos lato sensu
    e stricto sensu.
    O acesso é uma das intempéries no
    percurso educacional de grupos histo-
    ricamente vulneráveis em sociedades
    desiguais como o Brasil. A permanên-
    cia também tem sido uma questão
    de grande importância, sobretudo ao
    observar as experiências das últimas
    décadas com a maior inserção destes
    grupos nos ambientes universitários.
    Como é possível observar no gráfico a
    seguir, entre os que cursaram a gradu-
    ação, 46,26% foram beneficiados com
    alguma política de acesso e somente
    22,96% foram beneficiados com algu-
    ma política de permanência.

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  17. 17
    A permanência é um tema que me-
    rece profundo debate, sobretudo em
    ano de revisão da lei de ações afirma-
    tivas. As professoras Myrt Cruz e Jayne
    Ornelas discutem esse tema no arti-
    go "Políticas de permanência: desafios
    para a promoção da saúde mental de
    estudantes negras e negros". Para as
    autoras as dificuldades de se permane-
    cer na universidade é o lócus reprodu-
    tor do racismo estrutural da sociedade
    brasileira.
    A universidade, além de reprodu-
    zir a lógica de segregação de espaços
    racializados, também promove a força-
    da expulsão de jovens negros, em de-
    corrência do auto custo da permanên-
    cia. Quando não são expulsos, os que
    conseguem permanecer experienciam
    padrões excludentes e adoecedores
    (CRUZ & ORNELAS, 2022).
    Portanto, o acesso e a perma-
    nência de jovens negros em ambientes
    educacionais é outro tema que gosta-
    ríamos de tensionar. É urgente, sobre-
    tudo num período de perdas dolorosas
    dos poucos avanços que tivemos no
    tema, que toda a sociedade se engaje
    na pauta. Afinal, como desenvolver um
    ecossistema de tecnologia e inovação
    diverso, plural, criativo, atento e justo
    se os Talentos Negros passam por di-
    versos obstáculos até chegar no merca-
    do de trabalho?

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  18. 18
    Percurso Educacional
    | Profissionalização

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  19. 19
    Percurso Educacional | Profissiona-
    lização
    Os três cursos que mais apareceram
    como graduação foram Análise e Desen-
    volvimento de Sistemas, Sistemas da In-
    formação e Ciência da Computação res-
    pectivamente. Dos respondentes 32,82%
    cursaram MBA, 12,92% Mestrado e 4,08%
    doutorado. No mestrado, o curso que
    mais aparece é Ciências da Computação,
    sendo cursado na sua maioria em uma
    instituição pública.
    Para entrar na área, o principal canal
    de estudos foram os cursos gratuitos,
    já para se manter atualizado os canais
    mais utilizados são sites, blogs ou por-
    tais especializados. Os Coletivos sobre
    Tecnologia foram os mais sinalizados
    como ambiente de estímulo à inovação
    e tecnologia.
    Sobre o aprendizado de línguas e car-
    reira fora do país, a maioria (78,91%) dos
    respondentes informa que tem interesse
    em internacionalizar sua atuação profis-
    sional e 97,96% consideram que o conhe-
    cimento em idiomas pode ser ferramen-
    ta para ascensão na carreira.
    Ao tratar do conhecimento no idioma
    inglês, 35,02% afirmam estar no nível
    Intermediário, seguido de 26,31% Avan-
    çado, 25,26% Básico e 13,41% Fluente. Já
    em relação ao idioma espanhol, 72,10%
    afirmam estar no nível básico, seguido
    de 18,08% Intermediário, 6,70% Avança-
    do e 3,13% Fluente. Os idiomas Francês
    (39,46%), Mandarim (26,53%) e Alemão
    (26,19%) também são considerados im-
    portantes para a atuação na área de
    tecnologia. A maioria dos respondentes
    também aponta que pretende cursar
    algum idioma nos próximos meses, sen-
    do os mais citados Francês (45,31%), Ale-
    mão(20,08%) e Mandarim (30,41%).

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  20. 20
    Carreira
    | Atuação
    e Empresa
    Empregadora

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  21. 21
    Carreira | Atuação e Empresa Empregadora
    Entre os que estavam ativos no mercado de tecnologia no período em que a
    pesquisa foi realizada, 90,68% informam que a organização que atuam é do se-
    gundo setor3 , seguido do segundo setor4 (5,24%) e terceiro setor5 (4,08%).
    Já sobre o porte, Grande Empresa (71,77%) é o principal tipo de organização,
    seguido de Empresa de Médio Porte (16,53%), Empresa de Pequeno Porte (6,85%)
    e 4,84% informaram que a organização é Micro Empresa Individual. A região do
    Brasil com mais sedes das organizações que os respondentes trabalham se dá na
    seguinte ordem: 73,78% Sudeste, Sul (15,04%), Nordeste (7,52%), Centro-Oeste (3,25%)
    e Norte (0,20%). E 44,53% são organizações multinacionais.
    3_Organizações privadas.
    4_Organizações públicas.
    5_Organizações da sociedade civil.

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  22. 22
    A respeito da contratação e modo de atuação, 79,23% trabalham em regime CLT,
    Seguido de PJ (14,47%), Estágio (3,74%), Servidor Público ou Estatutário (1,18%). E a
    modalidade que mais atuam é à distância (67,44%), seguido de híbrido (23,51%) e
    presencial (9,06%).
    A maioria dos respondentes trabalha
    nesta organização há menos de 1 ano
    (49,03%), seguido de 1 a 3 anos (39,34%)
    e 4 a 7 anos (7,36%). Em suas equipes
    há uma média de 6 a 10 profissionais
    e 61,32% consideram o tamanho da sua
    equipe compatível com a quantidade
    de demandas.
    A faixa de salário atual da maioria é de
    dois a quatro salários mínimos (37,76%),
    destes 36,18% fazem freela ou empre-
    endem (19,10%) para complementar a
    renda. Outros 23,15% recebem remu-
    nerações que chegam a sete salários
    mínimos. Os principais benefícios re-
    cebidos são vale-alimentação (23,67%),
    plano de saúde (20,90%) e auxílio para
    equipamentos (13,22%).
    Quando questionados se a orga-
    nização tem iniciativas de desenvol-
    vimento técnico, 80,98% afirmam que
    sim e 38,19% apontam que a organiza-
    ção tem iniciativas que incentivam a
    pesquisa científica. Sobre estes aspec-
    tos, o professor Carlos Henrique de Bri-
    to Cruz (2010), ao analisar os desafios da
    Ciência, Tecnologia e Inovação no Bra-
    sil para o período de 2011 a 2015, apon-
    ta a importância dos 10 anos anteriores
    de investimento público e privado para
    a criação de instrumentos e estraté-
    gias para o desenvolvimento científico
    e tecnológico. No artigo, o professor
    identifica oportunidades de melhoria e
    correções para a Ciência, Tecnologia e
    Inovação, sobretudo para que haja po-
    líticas de estado que visem o desenvol-
    vimento econômico e social dos brasi-
    leiros.
    Para tanto, Cruz traça uma análise a
    partir de três indicadores de resulta-
    dos: artigos científicos, doutores titula-
    dos e patentes. O pesquisador afirma
    que para que a ciência brasileira ganhe
    visibilidade e impacto mundial é preci-
    so criar condições para o crescimento
    da produção científica e consequente-
    mente para o aumento de seu impacto,
    sobretudo com o apoio e estímulo para
    a criação de novos centros científicos e

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  23. 23
    condições para que os já existentes se tornem centros de ex-
    celência de classe mundial.
    Para o professor Carlos Henrique de Brito Cruz, os princi-
    pais desafios para o futuro da Ciência, Tecnologia e Inovação
    precisam incluir:
    Intensificar a Pesquisa e Desenvolvimento em empresas para
    aumentar a capacidade de inovação tecnológica e a compe-
    titividade
    Desenvolver o sistema de ensino superior e pesquisa para
    aumentar, quantitativamente e qualitativamente, a capaci-
    dade nacional de criação de ciência, tecnologia e formação
    de recursos humanos
    Expansão do sistema nacional de inovação, buscando redu-
    zir as desigualdades regionais em CTI
    E de forma simultânea, desenvolver universidades para se-
    rem centros de excelência de classe internacional.
    Diante disto, é curioso observar que 80,98% das organi-
    zações têm iniciativas de desenvolvimento técnico, mas so-
    mente 38,19% têm iniciativas que incentivam a pesquisa
    científica.
    Vivemos numa sociedade técnico-científica que exige re-
    flexão crítica e desenvolvimento de conhecimento que, para
    além do aperfeiçoamento técnico, também promova o de-
    senvolvimento econômico e social dos brasileiros. Como su-
    geriu o professor Cruz, as empresas também devem se res-
    ponsabilizar e criar ambientes que promovam a pesquisa e
    como resultado a inovação e competitividade.

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  24. 24
    Todas as pessoas têm o
    direito de serem quem são,
    sem medos ou julgamentos,
    onde, como e quando
    quiserem!
    @jeitozedeser Zé Delivery
    https://ze.delivery/
    Diversidade e
    Inclusão no Zé

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  25. 25
    Carreira
    | Diversidade e
    Valorização do
    Profissional

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  26. 26
    Carreira | Diversidade e Valorização do Profissional
    Como discute Santos (2015), o respeito à multiculturalidade deve permear todas
    as práticas éticas corporativas, além de promover ações sustentáveis do ponto
    de vista socioambiental e econômico. Características que, para o autor, leva ao
    respeito da vida, a valorização do indivíduo, do ecossistema, das diferenças cul-
    turais religiosas e étnicas raciais.
    Quando questionados se a organização em que os respondentes trabalham
    tem iniciativas internas sobre diversidade e inclusão, 75,85% apontam que sim.
    E 21,27% ingressaram nesta organização via alguma política de ação afirmativa.
    A maioria expressiva (90,99%) dos respondentes acreditam que ações afirmativas
    promovem diversidade e inclusão no ambiente corporativo.
    Sobre liderança negra, 59,20% aponta que não tiveram líderes negros e na
    organização como um todo, 64% observam que sim há pessoas negras nas lide-
    ranças.

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  27. 27
    Em relação à progressão de carreira, 69,39% nunca
    foram promovidos na atual organização, ao passo que
    46,60% consideram que já poderiam ter sido promovidos
    em algum momento. Entre esses, a maioria é composta
    por mulheres (56,30%); na faixa etária entre 25 e 29 anos
    (34,17%); não se sentem valorizados na organização atual
    (48,62%); não sentem que têm as mesmas oportunidades
    que os colegas (58,72%); de acordo com a experiência se
    consideram Junior (39,17%); e possuem até 5 anos de ex-
    periência (61,67%).
    Entre os respondentes gerais, 26,31% não se sentem va-
    lorizados na organização que atuam e 30,56% sentem
    que não têm as mesmas oportunidades de crescimento
    que os demais colegas de trabalho. A maioria deste gru-
    po é composto por mulheres (63,73%); recebem de dois a
    quatro salários mínimos (37,25%); e estão entre os níveis
    Júnior (35,29%), Pleno (30,39%) e Sênior (27,45%).
    Este quadro evidencia a urgente necessidade de
    superação de condutas gerenciais racistas nas organiza-
    ções. Como afirma Coelho Jr (2015):
    Quando as organizações não reconhecem
    seu racismo, fazem assimilações às críticas de
    modo que não prejudique sua lógica de acu-
    mulação, assim falam superficialmente em
    valorização da diversidade.
    Para a pesquisadora Gabriela Moura (2016) os temas
    que necessitam de profunda reflexão são negligencia-
    dos por não serem considerados pertinentes aos negó-
    cios e estratégias comerciais.

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  28. 28
    Carreira
    | Freelancers e
    Empreendedores

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  29. 29
    Carreira | Freelancers e Empreen-
    dedores
    Quando questionados se além deste
    trabalho, também atuam com empre-
    endedorismo para complementar ren-
    da, 78,01% dizem que não. Há também
    os que, além do trabalho principal,
    atuam como freelancers (36,55%).
    Em relação aos que atuam como em-
    preendedores ou freelancers, os dados
    dialogam com resultados da pesquisa
    Blackout - Mapa das Startups Negras
    realizada pela BlackRocks, 12,2% de
    fundadores negros de startups execu-
    tam outras atividades e projetos além
    da liderança de sua organização. Além
    deste estudo, a pesquisa Redes Sociais
    na Internet e a Economia Étnica: um
    estudo sobre o Afroempreendedorismo
    no Brasil (OLIVEIRA, 2019) destaca que
    entre os empreendedores negros 49,6%
    mantém outra forma de obter renda e
    outros 18,4% afirmam que ainda traba-
    lham formalmente enquanto mantém
    as atividades do seu negócio.
    Para Christian Fuchs (2021), uma das
    questões primordiais dessa era é com-
    preender como as relações de clas-
    se estão se transformando, sobretudo
    tendo o capitalismo digital como uma
    das dimensões que moldam a vida dos
    sujeitos. O que é vendido com a rou-
    pagem da flexibilidade, pode significar
    na verdade menor estabilidade. Além
    disso, o autor chama atenção para o
    fato de que a economia do compar-
    tilhamento tem se mostrado racista,
    sexista, classista etc.
    A indústria da tecnologia é marcada
    por extrema desigualdade em escalas
    locais e globais em diferentes cama-
    das de exploração que atingem desde
    trabalhadores em posições invisíveis
    como moderação de conteúdo e assis-
    tentes virtuais, mas também engenhei-
    ros de software em condições precárias
    (Kneese, 2021). Sareeta Amrute (2021) ar-
    gumenta que é preciso questionar o
    lugar de naturalidade, neutralidade e
    igualdade em que as tecnologias digi-
    tais são produzidas. Para a pesquisa-
    dora é urgente descobrir como se dá
    o trabalho digital na sua relação com
    raça, gênero e território e compreen-
    der essa discussão a partir de um viés
    que é político, social e econômico.

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  30. 30
    Carreira
    | Coletivos e
    Organizações
    de Classe

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  31. 31
    Carreira | Coletivos e Organiza-
    ções de Classe
    Sobre a participação em alguma ini-
    ciativa coletiva da área de tecnologia,
    48,64% afirmam que sim participam
    ou já participaram de um coletivo. En-
    tre esses coletivos podemos citar como
    exemplos as iniciativas:
    AfroPython
    BlackRocks Startup
    Blogueiras Negras
    BrazilJS
    DataLabe
    Deficiência Tech
    Info Preta
    InspirAda na Computação
    MariaLab
    Minas Programa
    PretaLab
    Programaria
    PyLadies
    PerifaCode
    Tecnogueto
    UX para Minas Pretas
    Entre outras várias organizações co-
    letivas que visam compartilhar conhe-
    cimento, estratégias, empregabilidade,
    acessibilidade e demais debates im-
    portantes relacionados ao campo da
    tecnologia.
    Já sobre a participação em alguma
    entidade de classe representativa em
    tecnologia, 83,84% não participam. A
    pesquisadora Wendy Liu em entrevis-
    ta intitulada “Abolir o Vale do Silício e
    organizar os trabalhadores” reitera a
    necessidade de organização dos traba-
    lhadores de tecnologia. Liu afirma que
    deste modo é possível constituir uma
    força dentro das corporações, sobre-
    tudo para o acompanhamento de de-
    terminadas premissas éticas e controle
    mais democrático sobre a tecnologia
    (2021). Para a autora, a indústria da tec-
    nologia reconhece sua importância in-
    fraestrutural para outros setores eco-
    nômicos e reconhece, além de tudo, o
    seu lugar de disputa (LYU, 2021).
    No que se refere a organizações sin-
    dicais, no Brasil há a iniciativa Infopro-
    letários - inspirada na Tech Workers
    Coalition6 - que se define como "uma
    corrente sindical de trabalhadoras e
    trabalhadores da área de informáti-
    ca, reunidos com o objetivo de mu-
    dar a direção sindical para denunciar,
    combater a exploração e organizar a
    categoria para atingir os objetivos da
    nossa classe trabalhadora"7 . Dentre as
    pautas do Infoproletários estão: baixos
    salários, longas jornadas de trabalho e
    assédio moral e sexual.
    A pesquisadora Ruha Benjamin (2020)
    aponta em seu artigo “Retomando
    nosso fôlego: estudos de Ciência e Tec-
    nologia, Teoria Racial Crítica e a Ima-
    ginação Carcerária” que a tecnologia é
    um dos meios pelos quais as desigual-
    dades são atualizadas. Ruha provoca
    a necessária atenção para o que ela
    chama de “imaginários carcerários”
    . O
    conceito pelo qual, para além da rela-
    ção entre polícia e prisão, propõe uma
    investigação rígida sobre as controvér-
    sias do desenvolvimento tecnocientífi-
    co: “Quem é e o que é fixado no mes-
    mo lugar - classificado, encurralado e/
    ou coagido, para permitir a inovação?”
    (BENJAMIN, p.20, 2020).
    6_Disponível em: https://techworkerscoalition.org/
    7_Disponível em: https://infoproletarios.org/sobre/

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  32. 32
    Carreira
    | Profissionais
    e Organizações
    Referências

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  33. 33
    Carreira | Profissionais e Organizações Referências
    A respeito das referências negras do mercado de tecnologia com
    as quais os respondentes se identificam foram citados ao todo 234
    nomes. Já sobre a percepção de qual empresa brasileira se destaca
    em ações de Diversidade, Equidade e Inclusão Racial foram citadas
    107 organizações. Abaixo um ranking com as pessoas e organizações
    mais citadas de forma espontânea pelos respondentes:

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  34. 34
    Considerações
    Finais

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  35. 35
    A pesquisa Quem Somos: Mapa de Ta-
    lentos Negros em Tecnologia enquanto
    um retrato para nortear com asserti-
    vidade as agendas afirmativas para a
    população negra no ecossistema de
    tecnologia, aponta que este grupo so-
    cial não é e não deve ser tratado como
    um grupo homogeneo.
    As pessoas negras são permeadas
    também por outras identificações,
    como gênero, orientação afetiva-sexu-
    al, território, idade etc que as consti-
    tuem enquanto sujeitos sociais e traba-
    lhadores no ecossistema de tecnologia.
    Grande parte dessas características re-
    verberam em diversos obstáculos no
    caminho até a atuação no mercado de
    tecnologia, como evidenciado nos da-
    dos sobre acesso à internet e ferramen-
    tas tecnológicas e no acesso e perma-
    nência ao ensino superior e titulações
    complementares.
    Os cursos gratuitos, sites, blogs e
    portais e as atividades em Coletivos de
    Tecnologia foram as principais ferra-
    mentas citadas como canais de apren-
    dizagem e atualização. Estas ferramen-
    tas são estratégias para diminuir os
    danos das disparidades de inserção no
    desenvolvimento educacional e merca-
    do de trabalho.
    Um fator importante de ressaltar é
    o pouco estímulo das organizações
    na promoção de pesquisa numa área
    genuinamente tecno-científica. Inves-
    timentos técnicos, sobretudo em habi-
    lidades táticas e operacionais, tendem
    a manter as posições estratégicas e de
    desenvolvimento no mesmo grupo so-
    cial.
    Observamos, na seção Diversidade e
    Valorização do Profissional, indícios de
    políticas de diversidade aplicadas na
    superfície dos problemas de inserção
    de pessoas negras no ecossistema de
    tecnologia. A maioria dos responden-
    tes (59,20%) apontam que não tiveram
    líderes negros na organização, 63,39%
    nunca foram promovidos, mesmo que
    46,60% considerem que uma promoção
    já poderia ter acontecido.
    Além disso, a Gestão de Pessoas é
    um aspecto para se atentar, embora
    trate de uma porcentagem menor na
    amostra, 26,31% dos respondentes não
    se sentem valorizados na organização
    que atuam e 30,56% sentem que não
    têm as mesmas oportunidades de cres-
    cimento que os demais colegas de tra-
    balho.
    Como mencionado acima, os Coleti-
    vos de Tecnologia têm uma participa-
    ção essencial no desenvolvimento de
    carreira dos respondentes. Todavia,
    apenas 16,16% dos trabalhadores de tec-
    nologia se engajam em organizações
    sindicais , o que pode eventualmente
    enfraquecer objetivos coletivos.
    Por fim, estimamos uma leitura e
    observação dos dados deste documen-
    to com responsabilidade, comprome-
    timento e disposição, sobretudo aos
    que almejam um futuro com desenvol-
    vimento sólido, consistente e contínuo
    para inclusão, equidade, oportunida-
    des e pertencimento de Talentos Ne-
    gros na Tecnologia.

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  36. 36
    Referências
    Bibliográficas

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  37. 37
    ABPN & DPU (2022). Pesquisa sobre a Implementação da Política de Cotas
    Raciais nas Universidades Federais.
    AMRUTE, Sareeta. Raça e classe no trabalho digital em olhar não eurocêntrico.
    In: GROHMANN, Rafael. Os laboratórios do trabalho digital: Entrevistas. São
    Paulo: Boitempo Editorial, 2021.
    BlackRocks Startup. Blackout – Mapa das Startups Negras. São Paulo,2021.
    COELHO JR, Pedro Jaime de. Executivos negros: racismo e diversidade no
    mundo empresarial. São Paulo: Edusp, 2016.
    CGI.br. (2020). Pesquisa sobre o uso das tecnologias de informação e
    comunicação nos domicílios brasileiros: TIC Domicílios 2019. São Paulo: CGI.br.
    CGI.br. (2022). Painel TIC COVID-19: Pesquisa on-line com usuários de Internet
    no Brasil. 4ª edição. São Paulo: CGI.br
    CRUZ, Carlos Henrique de Brito. Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil:
    desafios para o período 2011 a 2015. Interesse Nacional, n. 10, 2010.
    CRUZ, Myrt Thânia de Souza & ORNELA, Jayne. Políticas de permanência:
    desafios para a promoção da saúde mental de estudantes negras e negros. In:
    CRUZ, Myrt Thânia de Souza et al. Permanência e pós-permanência de jovens
    negras e negros no ensino superior: caminhos para a equidade étnico-racial.
    São Paulo: Educ, 2022.
    FUCHS, Christian. Trabalho digital e plataformas alternativas. In: GROHMANN,
    Rafael. Os laboratórios do trabalho digital: Entrevistas. São Paulo: Boitempo
    Editorial, 2021.
    INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Desigualdades sociais
    por cor ou raça no Brasil. Estudos e Pesquisas-Informação Demográfica e
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    KNEESE, Tamara. Desigualdades estruturais no trabalho digital. In: GROHMANN,
    Rafael. Os laboratórios do trabalho digital: Entrevistas. São Paulo: Boitempo
    Editorial, 2021.
    LASTRES, Helena Maria Martins et al. Gênero no sistema de ciência, tecnologia
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    LIMA, Dulcilei C. & OLIVEIRA, Taís. Negras in tech: apropriação de tecnologias
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  38. 38
    LIU, Wendy. Abolir o Vale do Silício e organizar os trabalhadores. In: GROHMANN,
    Rafael. Os laboratórios do trabalho digital: Entrevistas. São Paulo: Boitempo
    Editorial, 2021.
    MOURA, Gabriela. Mulheres e comunicação: um cenário que não desce redondo.
    In Meu amigo secreto: feminismo além das redes. Rio de Janeiro: Edições Rio de
    Janeiro, 2016. Public Relations Inquiry, v. 2, n. 3, p. 279-304, 2013.
    OLIVEIRA, Taís. Redes Sociais na Internet e a Economia Étnica: um estudo
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    Humanas e Sociais) – Programa de Ciências Humanas e Sociais, Universidade
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    SANTOS, Fernando de Almeida. As 5 dimensões da Ética Empresarial. In Ética
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  39. 39
    afroya.tech /afroya /AfrOyaTech
    /afroyatech [email protected]
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