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Transmedia Storytelling

Transmedia Storytelling

Andres Kalikoske

January 13, 2016
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  1. CONCEITO São produtos midiáticos cuja narrativa se desenvolve em múltiplos

    canais de mídia, cada um contribuindo de forma distinta para a compreensão do universo narrativo. A multiplicidade de diferentes conteúdos justifica a continuidade do consumo das narrativas. Na indústria do entretenimento, algumas das atuais franquias extrapolaram o meio para o qual foram desenvolvidas; outras tiveram a concepção de multiplataforma incorporada desde seu desenvolvimento.
  2. CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS As narrativas transmídia surgem a partir de

    um ambiente fomentado pelas Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs). São motivações especialmente econômicas, visando oportunidades mercadológicas capazes de impulsionar os negócios. Porém, é importante compreender que a criação de universos narrativos promove um significante fortalecimento de marcas a partir do engajamento, ao mesmo tempo em que conquista novos consumidores e agrega fãs que seguirão a marca em diferentes plataformas.
  3. CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS A convergência de mídias não deve ser

    considerada como uma estratégia puramente tecnológica, no sentido de enviar o consumidor para outra plataforma, mas pressupõe uma série de movimentos mais amplos e complexos, que promovem o enriquecimento do consumo a partir de diferentes produtos midiáticos, com expansão da narrativa e dos negócios, sinergias e cooperações entre produtores e conteúdos e consumidores.
  4. CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS Trata-se de uma mudança de paradigma em

    relação ao modelo de comunicação vigente até então. Algumas palavras-chave que merecem ser exploradas para a melhor compreensão deste ambiente são: - Participação - Colaboração - Compartilhamento - Remix - Jornalismo digital - Mídias locativas - Mobilidade - Games
  5. INTERDEPENDÊNCIA Cada mídia contribui, a partir de seu potencial específico,

    para a expansão do universo narrativo. Deve-se priorizar a interdependência de cada narrativa, ou seja, se o produtor desenvolve uma história em quadrinhos, uma animação ou um game, cada um destes projetos deve forneces diferentes informações ao consumidor, que não necessariamente prestigiará a totalidade do projeto transmídia.
  6. LINGUAGEM Uma linguagem audiovisual específica da internet tem contaminado produtos

    audiovisuais de todas as mídias. Trata-se de um fenômeno relativamente recente, uma vez que, até os anos 2000, as linguagens da TV e do cinema estiveram bem demarcadas. Com a sofisticação dos produtos televisivos, essa demarcação de padrão torna-se ainda mais tênue. O caminho que está sendo seguido por algumas mídias é o de uma linguagem híbrida, com apropriação de elementos inicialmente específicos.
  7. UNIVERSO FICCIONAL Elementos do universo devem ser capazes de serem

    desconstruídos e explorados pelas audiências. Alguns exemplos são menções a obras conhecidas ou nem tanto, referências culturais e biografias de artistas. A ideia central é oferecer pistas em diferentes níveis no decorrer da narrativa, seguindo a estratégia do ‘hobbit-holes’ (toca do coelho), em que cada fragmento encontrado pelas audiências é capaz de aumentar seu interesse pelo produto.
  8. CULTURA DE FÃS Se, no passado, a produção de fãs

    era punida com regulações jurídicas de copyright, hoje os fãs passam a desempenhar um papel importante para o desenvolvimento das narrativas transmídia. São apropriações que ajudam a disseminar informações sobre os conteúdos que mais lhes agradam, em um número indefinido de mídias. Podem, inclusive, ser incorporadas ao produto original se agradarem aos produtores.
  9. CULTURA DE FÃS Os conteúdos disseminados especialmente em redes sociais

    da internet podem ser: fanfics (estórias sobre os enredos oficiais), fanarts (desenhos, gifs e demais materiais digitais) ou fanzines (revistas). Atualmente, os debates atuais giram em torno das condições da participação dos fãs, que cada vez tem sido pensada pelos produtores de conteúdos.
  10. TRANSMÍDIA NO CINEMA Um dos primeiros grandes casos de exploração

    de narrativa transmídia foi a franquia “Matrix”, que possui três filmes (The Matrix, The Matrix Reloaded e The Matrix Revolutions), uma série de animação (Animatrix), dois games (Enter the Matrix e o jogo multiplayer Matrix Online) e, por fim, uma revista em quadrinhos. A partir do bem-sucedido exemplo de “Matrix”, diversos outros filmes passaram a oferecer narrativas transmídia.
  11. TRANSMÍDIA NA TELEVISÃO A televisão tem implementado estratégias capazes de

    complementar seu tradicional modelo de comunicação ‘one way’, primeiramente a partir do enriquecimento de elementos no aparelho televisor e, atualmente, se utilizando de mídias transversais. Experiências de enriquecer o conteúdo audiovisual a partir da própria televisão perderam força, enquanto o modelo periférico, que se utiliza de mídias transversais, passou a ser o predominante em todo o mundo.
  12. TRANSMÍDIA NA FICÇÃO SERIADA BRASILEIRA A indústria da telenovela passou

    a oferecer produtos digitais que ultrapassam a televisão, sua mídia regente, assim possibilitando o consumo de derivações a partir de telas secundárias. Nesse sentido, toda a organização tem se direcionado para experiências audiovisuais que transcendam os limites da TV.
  13. GERAL.COM Em foco as aventuras e desventuras de uma banda

    chamada WWW, formada por cinco jovens músicos. Além dos episódios de 25 minutos exibidos na TV, havia, na Internet, mais 15 minutos de extras, sem comprometer o produto televisivo. A internet foi uma das artimanhas para aproximar o público juvenil. No site oficial da série, os jovens podiam usufruir de uma grande interatividade e de uma linguagem bastante familiar com a usada por eles. Havia páginas oficiais no Orkut e no Twitter.
  14. CHEIAS DE CHARME Buscando imersão em diferentes universos narrativos, a

    novela “Cheias de Charme”, de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira, que foi exibida na Globo entre 16 de abril e 28 de setembro de 2012, na faixa das 19 horas, pode ser considerada como "divisor de águas". A estratégia possibilitou que a emissora atingisse um público mais amplo, ainda que este material fizesse mais sentido para o telespectador que acompanhasse a novela na Globo. A novela obteve a média de 30 pontos na Grande São Paulo.
  15. CHEIAS DE CHARME  LIVRO O lançamento do livro “Cida,

    a empreguete”: um diário íntimo, após o término da novela, possibilitou transcender a narrativa televisiva para a literatura. A obra, na escrita pela autora Leusa Araujo, narra a estória da personagem homônima e complementa elementos oferecidos ao telespectador no decorrer da telenovela. Na narrativa para a televisão, o diário também existia: era uma forma de a personagem se comunicar com sua falecida mãe.
  16. CHEIAS DE CHARME  “PROSUMERS” A campanha “Empreguetes para Sempre”,

    lançada durante a novela, instigou o consumidor a produzir um audiovisual manifestando-se a favor da continuidade do grupo musical que era formado pelas protagonistas. No decorrer de um capítulo, os personagens Elano Fragoso e Kleiton Lopes explicaram ao telespectador que o audiovisual poderia ser enviado via o site da novela. Artistas como Luan Santana, Paula Fernandes, Preta Gil e Thiaguinho integraram a ação enviando audiovisuais como se fossem fãs do grupo musical.
  17. CHEIAS DE CHARME  SITE TEMÁTICO A Globo desenvolveu um

    site para o personagem Tom Bastos, um produtor musical. O telespectador foi convidado a navegar pelo site, que oferecia informações sobre artistas populares da novela, como "As Empreguetes", "Chayene" e "Fabian". No conteúdo era oferecida a agenda de shows, um blog com atualização diária e informações complementares sobre o perfil do produtor musical.
  18. Paralelamente às ações, algumas das cenas mais importantes da novela

    foram divulgadas na internet antes de serem exibidas na televisão. Nesse sentido cabe diferenciar o conteúdo transmídia, que caracteriza esta iniciativa da Globo, do conteúdo “crossmedia”, definido como a distribuição de produtos e experiências em diferentes mídias e plataformas de comunicação. CHEIAS DE CHARME  CENAS INÉDITAS NA WEB
  19. CHEIAS DE CHARME  TWITTER As mídias sociais foram exploradas

    a partir de suas possibilidades. No Twitter, após a transmissão de uma cena em que as protagonistas eram encarceradas, supostos fãs lançaram a campanha #Empregueteslivres, que rapidamente se posicionou entre os tópicos mais comentados no Brasil. A campanha oficial mobilizou os fãs ao mesmo tempo em que repercutiu em outras mídias sociais.
  20. CHEIAS DE CHARME  ALGUNS RESULTADOS  O clipe das

    'empreguetes' obteve mais de 12 milhões de cliques;  O número de audiovisuais produzidos por usuários e submetidos via o site da telenovela ultrapassou a marca de 1.300 envios;  A campanha "#EmpreguetesLivres", no Twitter, registrou mais de 43 mil compartilhamentos de sua postagem;  O clipe da música “Nosso Brilho”, tema principal da novela, foi visualizado por mais de 2 milhões de usuários.
  21. TOTALMENDE DEMAIS Impulsionada por "Verdades Secretas", que teve 145 milhões

    de espectadores atingidos na TV e mais 190 milhões de visualizações (videoviews) na internet, a Globo lançou, em 2015, o ‘capítulo zero’ de “Totalmente Demais” na internet. A iniciativa auxiliou no lançamento do Globo Play, aplicativo de modelo freemium (gratuito e pago) para acesso às íntegras de novelas, séries, programas de humor, além das câmeras exclusivas do Big Brother Brasil.
  22. TOTALMENDE DEMAIS Buscando estender o sucesso que a novela conquistou

    na televisão, um spin-off foi disponibilizado no aplicativo Globo Play, a partir de uma série com 10 episódios. O título escolhido foi “Totalmente Sem Noção Demais”. No último capítulo, a Globo também fez um crossover com a novela “Haja Coração”. Crossover é o evento fictício em que personagens, cenários ou acontecimentos sem qualquer relação anterior em produtos de mídia passam a interagir no mesmo produto.