Upgrade to Pro — share decks privately, control downloads, hide ads and more …

Estética e Cultura de Massa

Andres Kalikoske
December 01, 2015
190

Estética e Cultura de Massa

Andres Kalikoske

December 01, 2015
Tweet

Transcript

  1. FEUDALISMO EUROPEU Sistema econômico, político e social que se fundamenta

    sobre a propriedade da terra, cedida pelo senhor feudal ao vassalo em troca de serviços mútuos. CARACTERÍSTICAS a) Status fixo desde o nascimento; b) identidades perpetuavam por toda a vida dos indivíduos; c) memória partilhada e reforçada; d) vida em comunidade e autoridade do rei; e) atravessamento da “autoridade” do clero f) crenças e costumes quase imutáveis; g) impossibilidade de alcançar o conhecimento.
  2. ILUMINISMO Valorização da razão: movimento intelectual racionalista baseado na valorização

    do intelecto e do conhecimento científico, visando reorganizar a sociedade. CARACTERÍSTICAS a) Filósofos iluministas atacaram a sociedade feudal; para eles, a sociedade deveria ser formada por indivíduos dotados de razão, liberdade e igualdade; b) questionaram os privilégios de classes/ordens dominantes, da nobreza e do absolutismo, dos reis e o poder da Igreja; c) não eram especificamente contra a religião, mas contra o poder exercido pela Igreja tendo o Estado como aliado.
  3. REVOLUÇÃO FRANCESA Colapso da monarquia absolutista, privilégios feudais, aristocráticos e

    religiosos evaporaram-se sobre um ataque sustentado de grupos políticos radicais de esquerda, das massas nas ruas e de camponeses na região rural do país. CARACTERÍSTICAS a) Profunda transformação: luta social em evidência; b) passagem da sociedade de ordens para a sociedade de classes; c) hierarquia social baseada em privilégios; d) fundamental para o fortalecimento do capitalismo.
  4. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Processo de substituição do trabalho artesanal pelo assalariado

    e com o uso das máquinas. CARACTERÍSTICAS a) Crescimento demográfico vertiginoso: quantidade de pessoas no mundo; b) urbanização desenfreada: cresce o número de cidades; c) crescem as cidades e seus problemas: miséria, poluição, furtos, criminalidade e degradação do espaço público e problemas ambientais; d) jornadas de trabalho exaustivas; intensificação da luta de classes; e) aceleração da velocidade das mudanças: substituição do tempo da natureza pelo tempo do relógio;
  5. REVOLUÇÃO INDUSTRIAL Processo de substituição do trabalho artesanal pelo assalariado

    e com o uso das máquinas. CARACTERÍSTICAS f) horários rígidos para a produção de mercadorias nas fábricas; g) horários rígidos para despertar, entrada e saída nas fábricas e alimentação.
  6. MODERNIDADE Período influenciado pelo Iluminismo, em que o homem passa

    a se reconhecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal, e a se mover pela crença de que, por meio da razão, se pode atuar sobre a natureza e a sociedade. CARACTERÍSTICAS a) Novos modos de vida: os indivíduos não mais vivem em uma sociedade comunitária, mas em um meio social onde estão isolados psicologicamente e socialmente; b) a revolução nos transportes e nas comunicações os colocou em contato diário mais estreito; c) apesar dessa maior interdependência, as pessoas ficam mais alheias umas às outras.
  7. MODERNIDADE Período influenciado pelo Iluminismo, em que o homem passa

    a se reconhecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal, e a se mover pela crença de que, por meio da razão, se pode atuar sobre a natureza e a sociedade. CARACTERÍSTICAS d) transformações nas relações sociais: crenças paroquiais, que unificavam as pessoas, são postas em dúvida; e) surgem novas buscas com o advento do capitalismo; f) os indivíduos, abandonados à própria sorte, possuem cada vez menos comunidades ou instituições sólidas para identificação.
  8. MODERNIDADE Período influenciado pelo Iluminismo, em que o homem passa

    a se reconhecer como um ser autônomo, autossuficiente e universal, e a se mover pela crença de que, por meio da razão, se pode atuar sobre a natureza e a sociedade. CARACTERÍSTICAS g) ascensão das massa: multidão de pessoas sem identidade reconhecível, incapazes de se expressar como indivíduos; h) apesar de próximas, as pessoas mantêm distantes umas das outras, e imersas, cada uma, na sua alienação, de acordo com o viés apocalíptico.
  9. PÓS-MODERNIDADE Incredulidade em relação às metanarrativas que explicavam o mundo.

    Envolve questões relativas ao consumo, que passa a atuar transversalmente na sociedade contemporânea. CARACTERÍSTICAS Propensão a se deixar dominar pela imaginário abastecido pelas mídias; interferência dos modos de vida pelo mercado econômico, contexto político, cultura industrial; noção de uma sociedade transnacional; celebração do consumo como expressão pessoal; pluralidade cultural ou cosmopolitismo (“você, cidadão do mundo”); mal-estar na civilização; domínio das mídias audiovisuais seguido pela internet e redes sociais; indústria do entretenimento; experimentação e novas lógicas de consumo digital.
  10. PADRONIZAÇÃO Com exploração de estruturas pré-concebidas, cuja principal característica era

    a previsibilidade. O consumo destes produtos acaba por fomentar uma espécie de integração social fortemente alienante. PSEUDO-INDIVIDUAÇÃO Os produtos apresentam algum grau de diferenciação, ainda que mínimo, na tentativa de gerar identificação com os consumidores. Mesmo padronizados, transmitem uma falsa sensação de serem personalizados. Ao mesmo tempo, estas individuações são necessárias para que os produtos possam competir nos mercados com seus similares.
  11. GLAMOURIZAÇÃO A partir da necessidade de promover relevância ao trivial,

    abonando status de grande espetáculo, evento ou importante acontecimento. As mercadorias eram ofertadas como autênticas e espontâneas. HIBRIDIZAÇÃO Pela mescla de gêneros híbridos direcionados ao grande público (massivo). Os produtos da indústria cultural dificilmente incorporam apenas um estilo, ainda que determinado gênero seja promovido com maior importância em determinado momento.
  12. APROXIMAÇÃO Oferecendo ao consumidor a sensação inclusiva de poder não

    somente acompanhar uma realidade ou tendência, mas também incorporá-la, transformando-se em um membro fundamental através do consumo de seus produtos. PERSONALIZAÇÃO Os acontecimentos são associados a celebridades e não às estruturas e sistemas, direcionando a curiosidade para a vida privada dos indivíduos midiatizados, ao invés de explorar o real entendimento dos fatos.
  13. ESTEREOTIPAGEM Através da simplificação de processos. Trata-se de uma exploração

    contínua do senso-comum coletivamente aceito, desconsiderando particularidades ou complexidades de situações, acontecimentos, pessoas, raças, classes ou grupos sociais, e fomentando a alienação e submissão.
  14. O MITO DA ORIGINALIDADE As criações não surgem do nada,

    mas a partir de algo que já existia, ainda que não se saiba o quê. A genialidade está mais ligada à quantidade de referências do que à “inspiração divina”. Portanto, toda a criação é coletiva. O MITO DE QUE A CULTURA SEMPRE FOI MERCADORIA A mercantilização da cultura se desenvolve com o surgimento da prensa de Gutemberg, no século 15, especialmente a partir da venda de livros. Produzir um livro era um trabalho gigantesco, mas hoje, através de um computador, é possível produzir, editar e circular materiais com facilidade. O cenário atual, portanto, é diferente daquele que tratava cultura como mercadoria.
  15. O MITO DOS DIREITOS AUTORAIS CONTRA COPIADORES Surgido a partir

    do Estatuto da Rainha Ana, em 1710, o direito autoral foi criado para conceder a alguns o direito de imprimir livros, concessão dada por 14 anos, passível de renovação. Ele não foi criado para proteger a obra das pessoas que a copiam, mas do mercado que queria explorar o autor, sendo, também uma forma de controlar e restringir a distribuição. Foi um monopólio concedido aos editores que detinham os meios de produção, visando também controlar algumas obras que falavam mal da rainha, por exemplo.
  16. O MITO DE QUE A CULTURA LIVRE NÃO PROTEGE OS

    CRIADORES Não há nenhum risco de licenciar obras de forma livre. Isso não fere o direito autoral. O Copyleft, originado no software livre, tem justamente a ideia de proteger a obra, mas deixando-a aberta. Defende o direito da humanidade ao conhecimento. O MITO DE QUE A CULTURA LIVRE É PIRATARIA Quando se copia algo na internet, não se tira nada de alguém, portanto, democratizar o conhecimento não é pirataria. Para os defensores da cultura livre, quando se compartilha um arquivo, ninguém perde a obra, ela se espalha.
  17. O MITO DE QUE A INTERNET MATARÁ AS PRODUÇÕES ARTÍSTICAS

    O “livre” que acompanha a palavra “cultura” não se refere à gratuidade, mas à liberdade de expressão e de acesso. Existe uma mudança de paradigma. O sistema que sustentou a indústria no século 20 está se transformando. Se os Beatles precisaram vender discos para ficar famosos e correr o mundo, uma banda que surge no cenário atual sabe que não será assim. Na indústria tradicional, quem menos ganha é o artista, enquanto a cultura livre promove modelos em que as pessoas têm acesso à cultura e os autores vivem de suas criações.
  18. O MITO DE QUE AS LICENÇAS LIVRES NÃO TÊM VALIDADE

    LEGAL Existem diversas licenças que garantem que os termos definidos por você sejam respeitados, como a Licença Arte Livre e alguns casos da Creative Commons. A Creative Commons atingiu um bilhão de obras licenciadas em 2015, muitas delas em licença livre. Entre os exemplos de licença livre estão o conteúdo do site da Casa Branca, do Banco Mundial, do periódico espanhol El Diário, e as músicas do multi-instrumentista Hermeto Paschoal.
  19. R E F E R Ê N C I A

    S ADORNO,. Sobre a indústria da cultura. Coimbra: Angelus Novus, 2003. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004. BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1996. BRETON, Philippe; PROULX, Serge. Sociologia da Comunicação. São Paulo: Loyola, 2002. BRIGGS, Asa; BURKE, Peter. Uma história social da mídia: de Gutemberg à internet. 2 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2006. FISL 17. Disponível em: http://softwarelivre.org/fisl17/noticias/palestrante-desfaz-mitos- sobre-a-cultura-livre. MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 21. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971. RÜDIGER, Francisco. Theodor Adorno e a crítica à indústria cultural: comunicação e teoria crítica da sociedade. 3. ed. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004. ANDRES KALIKOSKE [email protected] FACEBOOK.COM/KALIKOSKE