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Aplicações de sistemas lineares às EDPs

Aplicações de sistemas lineares às EDPs

Apresentamos as aproximações para derivadas por diferenças finitas, de forma ingênua. Depois discutimos rapidamente a equação de calor e finalmente apresentamos o método implícito para aproximação por diferenças finitas da solução do PVIC.

Paulo Bordoni

October 26, 2013
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Transcript

  1. Passaremos a examinar aplicações às EDP’s da resolução de sistemas

    lineares. EDP’s Equações Diferenciais Parciais
  2. + ℎ () ( + ℎ) ′() ′ = →

    + − () Lembrem-se, nesta definição de derivada, o h pode ser positivo ou negativo, nunca nulo. Iniciaremos analisando algumas aproximações para a derivada 1ª de uma função : (, ) → ℝ.
  3. + ℎ () ( + ℎ) ′() ′ = →

    + − () A intuição por trás dessa imagem é que: “se a curva (azul) definida pelo gráfico da função f é suficientemente suave, então a reta secante (vermelha) tenderá à reta tangente (verde) quando ℎ → 0”.
  4. Para ℎ > 0, a aproximação por diferença avançada para

    a derivada 1ª de f é definida por: + ℎ ′() − ( − ℎ) ℎ ′ ≅ + − ()
  5. − ℎ − ( − ℎ) ′() ℎ Novamente para

    ℎ > 0, a aproximação por diferença atrasada para a derivada 1ª de f é definida por: ′ ≅ − ( − )
  6. − ℎ + ℎ − ( − ℎ) ′() ℎ

    ℎ + ℎ A aproximação por diferença centrada para a derivada 1ª de f é definida por (novamente ℎ > 0): ′ ≅ + − ( − )
  7. Mestra, pelas imagens percebo que a aproximação por diferença centrada

    é melhor. Há garantias matemáticas disto? Sim Filhota, é algo que passaremos a examinar graficamente.
  8. Neste programa mostro, graficamente, a convergência das aproximações por diferenças

    avançadas, atrasadas e centradas para ′ , = /4 e = sen ().
  9. O programa permite escolher o valor de x, a quantidade

    n de pontos e a escala-y. Observem que as diferenças centradas convergem bem mais rapidamente. ′(/4 ) = 0.70711
  10. Usando o fato que ′′ = (′ )′ com diferenças

    avançadas, obtemos: ′′() ≅ ′ + ℎ − ′() ℎ Então, aproximando tanto ′( + ℎ) como ′() por diferenças atrasadas, obtemos ′′ ≅ + ℎ − 2 + ( − ℎ) ℎ2
  11. É uma forma de energia, a térmica. Calor É a

    transferência de energia térmica de uma região onde a temperatura é maior para uma região onde ela é menor. Condução de calor Como modelar a propagação do calor?
  12. Existem duas grandezas físicas envolvidas: • A temperatura = (,

    ) e • O fluxo de calor = (, ) A lei de Fourier informa que o fluxo de calor é proporcional ao gradiente da temperatura.
  13. Vamos começar modelando a propagação de calor numa barra metálica,

    envolta num isolante, para não haver troca de calor com o meio externo através de sua superfície cilíndrica. T alta (, ) T baixa
  14. Indicando por φ o fluxo de calor na direção x

    a Lei de Fourier fica: , = − (, ) Nessa fórmula: • k é o coeficiente de difusividade térmica, • ρ é a densidade do material, • C é a capacidade calorífica do material. T alta (, ) T baixa
  15. Considerando um volume elementar ∆ = ∙ ∆ temos: •

    ∙ é o fluxo de calor entrando • ∙ + ∆ é o fluxo de calor saindo • O calor acumulado nesse volume elementar, na ausência de fontes ou sumidouros, é proporcional a ∆ ∙ ∆ T alta T baixa (, ) ( + ∆, ) ∆
  16. Portanto a equação de balanço de energia térmica fica: ,

    − + ∆, ∆ = = ∆ ∙ ∆(, ) T alta T baixa (, ) ( + ∆, ) ∆
  17. Portanto, passando ao limite quando ∆ → 0 e ∆

    → 0, obtemos a equação de balanço de energia térmica (, ) = (, ) Mas então − + ∆ − ∆ = ∆ ∆ T alta T baixa (, ) ( + ∆, ) ∆
  18. Mais condições no contorno: • (0, ) = () •

    , = ℎ , t > 0 Uma condição inicial: • , 0 = , ∈ [0. ] = 2 2 , (, ) ∈ 0, × (0, ∞) x = 0 x = L O problema de evolução da temperatura T (x, t) numa barra Um problema de valor inicial e de contorno.
  19. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t 0 = 0 t 3 t 1 t 2 t 18 t 19 t 20 = t F x 29 x 30 O esquema de discretização em x e t : Em laranja temos uma molécula do método implícito para resolver o problema por diferenças finitas. 3,1 = (3 , 1 )
  20. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t 0 = 0 t 3 t 1 t 2 t 18 t 19 t 20 = t F x 29 x 30 , = ( , ) Assumindo ∆ = ( − )/( + 1) os pontos internos ao intervalo [, ] são dados por = + ∆, com = 1, ⋯ , . Então, para = ∆, = 1, 2, ⋯, teremos, para = 1: , = 2 2 , , = 1, ⋯ , , = = 1,2, ⋯ 2,3
  21. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t 0 = 0 t 3 t 1 t 2 t 18 t 19 t 20 = t F x 29 x 30 2,3 Em cada ponto , do interior do retângulo, usaremos as aproximações: , ≅ , − ,−1 ∆ 2 2 , ≅ +1, − 2, + , − −1, (∆)2
  22. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t 0 = 0 t 3 t 1 t 2 t 18 t 19 t 20 = t F x 29 x 30 2,3 Assim, em cada ponto , do interior do retângulo, vale a igualdade: , − ,−1 ∆ = +1, − 2, + −1, (∆)2 Para = 0 e = + 1 a temperatura é prescrita e também para = 0.
  23. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t 0 = 0 t 3 t 1 t 2 t 18 t 19 t 20 = t F x 29 x 30 2,3 Então, para = 1,2, ⋯ , e = 1,2, ⋯, vale a igualdade: −−1, + 2 + , − +1, = ,−1 . Além disso, para: = 1,2, ⋯ , → 0, = = ( ) = 1,2, ⋯ , → +1, = ℎ = ℎ( ) = 1,2, ⋯ , , → ,0 = = ( ) = (∆)2 ∆
  24. x 0 = a x 3 x 31 = b

    x 1 x 2 t = 0 t = t 1 x 29 x 30 3,1 Portanto, os valores da temperatura no nível de tempo 1 são dados pela solução do sistema linear −−1,1 + 2 + ,1 − +1,1 = , = 1,2, ⋯ , com 0,1 = 1 e +1,1 = ℎ1 = (∆)2 ∆
  25. Na forma matricial, ele fica = 1 onde: = 1

    2 ⋮ , = ,1 = −1 −1 −1 −1 ⋱ ⋱ ⋱ −1 −1 1 = 1 2 ⋮ −1 + 1 0 ⋮ 0 ℎ1 = 2 + , = (∆)2 ∆
  26. Para os outros níveis de tempo 2 , 3 ,

    ⋯ basta substituir o termo independente: 1 = 1 2 ⋮ −1 + ℎ1 0 ⋮ 0 1 2 = 1 2 ⋮ −1 + ℎ2 0 ⋮ 0 2
  27. Para construir um programa razoavelmente geral para esse problema de

    propagação de calor numa barra precisaremos definir seus dados.
  28. 1. O comprimento L da barra. 2. O número n

    de pontos internos. Então ∆ = /( + 1). 3. O incremento temporal ∆. 4. A temperatura inicial, descrita por uma função : [0, ] → ℝ. 5. As funções g e h() que definem as temperaturas nos extremos 0 e L, respectivamente. Assim precisaremos definir:
  29. A solução do problema será uma função de duas variáveis

    : 0, × [0, ] → ℝ onde é um instante de tempo final. O seu objetivo, Surfista, será resolver o problema computacionalmente, e representar graficamente a (, ) em 0, × [0, ] .
  30. Em 1 efetuamos a entrada dos parâmetros. Aqui em 2

    definimos as funções , ℎ(). 1 2
  31. Em: 3. Geramos a matriz do sistema linear (a mesma

    para todos os níveis de tempo). 4. Calculamos a temp. inic. nos pontos da malha. 5. Plotamos a temperatura inicial. 6. Montamos o termo independente do sistema linear inicial. 3 4 6 5
  32. 6 Em 6 iteramos no tempo: • Avançamos a temperatura

    de ∆, • Obtemos Sol, a solução do sistema linear, • Atualizamos a temperatura Temp, • Plotamos a temperatura Temp, • Atualizamos o termo independente b. 7 Em 7 plotamos a temperatura final.