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Redes Sociais na Internet e a Economia Étnica: breve estudo sobre o Afroempreendedorismo no Brasil

Taís Oliveira
September 05, 2020

Redes Sociais na Internet e a Economia Étnica: breve estudo sobre o Afroempreendedorismo no Brasil

Apresentação realizado no Congresso Intercom (2018) no Grupo de Pesquisa Comunicação e Cultura Digital.

Taís Oliveira

September 05, 2020
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Transcript

  1. REDES SOCIAIS NA INTERNET E A ECONOMIA ÉTNICA: BREVE ESTUDO

    SOBRE O AFROEMPREENDEDORISMO NO BRASIL Taís Oliveira PPGCHS – UFABC 2018
  2. CONTEXTO ACADÊMICO Tema da dissertação em andamento. UFABC e a

    Interdisciplinaridade; Programa de Pós Graduação em Ciências Humanas e Sociais; Linha de pesquisa Cultura, Comunicação e Dinâmica Social. Orientadores Claudio Penteado e Ramatis Jacino.
  3. CONTEXTO SOCIAL 54% da população brasileira se autodeclara preta ou

    parda (Pnad, 2016). 61% da população brasileira com 10 anos ou mais usam internet; 86% acessam a internet todos os dias ou quase todos os dias; 78% para o uso de redes sociais (TIC Domicílios, 2017). Há 12,8 milhões de Afroempreendedores no Brasil (Sebrae, 2013).
  4. ECONOMIA ÉTNICA Temática debatida na Sociologia Econômica que investe esforços

    na compreensão de como os atores econômicos são condicionados pela interação e pela estrutura social, sobretudo ao que se refere a mecanismos sociais como confiança, integração e solidariedade entre grupos co-étnicos de migrantes (GOLD, 1989; GRUN, 1998; LIGHT, 2005; TRUZZI & SACOMANO, 2007).
  5. ECONOMIA ÉTNICA Dessa maneira, não se trata apenas do interesse

    financeiro, mas de pressupostos ideológicos, do qual a cultura gera negócios e os negócios suportam a cultura (LIGHT, 2007).
  6. ESTADO DA ARTE | METODOLOGIAS 1 1 1 1 1

    1 2 2 2 4 6 8 14 17 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 Observação Participante Trabalho de Campo Pesquisa Longitudinal Análise de Redes Sociais Observação Técnicas Geográficas Estudo de Caso Questionário Estudo de Revisão Sistemática Estudo Comparativo Etnografia Entrevista Discussão Teórica Análise de Dados Secundários
  7. ESTADO DA ARTE | GRUPOS ÉTNICOS 21 42 0 5

    10 15 20 25 30 35 40 45 Grupo Étnico Não Especificado Grupo Étnico Especificado
  8. ESTADO DA ARTE | GRUPOS ÉTNICOS 1 1 1 1

    1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 3 11 0 2 4 6 8 10 12 Indonésios Russos Judeus Mulçumanos Suécos Japoneses Mexicanos-Americanos Coreanos-Americanos Portugueses Armenios Espanhóis Paquistanezes Tanzanios Shipibo (tribo peruana) Latinos Palestinos Bolivianos Gregos Cubanos Bangalês Turcos Mexicanos Indianos Poloneses Negros Chineses
  9. CULTURA DIGITAL, RAÇA E IDENTIDADE Falar da população negra no

    Brasil nessa perspectiva é falar de pessoas sequestradas e forçadas a trabalhar sob um regime de violência para enriquecer determinados grupos étnicos. (MOURA, 1988; 1992; DE ALBUQUERQUE & FRAGA FILHO, 2006; DE AZEVEDO, 1987; FERNANDES, 1989; 2013).
  10. CULTURA DIGITAL, RAÇA E IDENTIDADE Essa organização ocorre nos próprios

    navios negreiro, nos quilombos, nas alternativas ao trabalhador negro livre e posteriormente no rompimento da ideia de democracia racial (MUNANGA, 1999, 2012; MOURA, 1988; SANTOS, 2015; DIAS, 1995; CASTRO, 1976; JACINO, 2008). A organização em rede ocorre a partir da consciência da trajetória de seus antecessores étnicos na história do Brasil. Dessa forma buscam o resgate de sua cultura, da valorização da sua cor de pele e do reconhecimento da participação positiva na construção do país.
  11. CULTURA DIGITAL, RAÇA E IDENTIDADE Podemos afirmar que as redes

    sociais na internet também propiciam a formação de comunidades a partir do fator raça/etnia. Logo, a reunião de pessoas negras em comunidades online representa estratégia de resistência e ressignificação de quilombos identitários que, por sua vez, reivindicam inclusão e coletividade (NOBLE & SENFT, 2013; BOYD, 2010).
  12. CULTURA DIGITAL, RAÇA E IDENTIDADE A identidade enquanto construção de

    significado a partir da experiência de um grupo social, nos permite relacionar com o que Castells (2018) chama de identidade de resistência, ou seja, daquela que pertence aos que se encontram em posições desvantajosas na sociedade e constroem mecanismos de resistência e sobrevivência a determinadas situações de exclusão.
  13. PROBLEMÁTICA A estrutura e as relações do Afroempreendedorismo no Brasil

    representadas por páginas de associações e grupos no Facebook demonstram aproximação com a Teoria da Economia Étnica?
  14. HIPÓTESE A economia étnica aplicada ao Afroempreendedorismo no Brasil vai

    além dos objetivos financeiros e estabelece dialogo com outros aspectos relevantes da sociedade, pressupõe ideologias e reforço de identidades.
  15. METODOLOGIA: ANÁLISE DE REDES SOCIAIS NA INTERNET Visualização da rede

    de Afroempreendedorismo. Netvizz e Gephi. Busca de páginas por termos específicos; Filtragem por páginas que representem grupos e associações.
  16. PÁGINAS DA BASE Afro Brasil Cabeleireiros Afro Divas AfroBusiness AfroCriadores

    AfroPython Associação Afro de Empreendedorismo e Cultura Associação Catarinense de Afroempreendedores BlackRocks Startup Brasil Afroempreendedor Amapá Coletivo De Afroempreendedorismo De Diadema Rede de Mulheres Negras Empreendedoras de SF/Conde Movimento Black Money Negras Empreendedoras do ES Projeto Brasil Afroempreendedor Rede Brasil Afroempreendedor de Santa Catarina Reafro/SC Remesfc Rede de Profissionais Negros Reafro SP Reafro Campinas Reafro Brasil Reafro Feira Cultural Preta Mercado Negra
  17. CONSIDERAÇÕES FINAIS O artigo representa uma breve análise de um

    universo maior de possibilidades e variáveis. Há certa aproximação entre o Afroempreendedorismo no Brasil a partir de suas representações nas redes sociais na internet e a Teoria da Economia Étnica. Sobretudo no reforço de identidade, integração, confiança e solidariedade. Nesse contexto o grupo manifesta a exigência de participação política e econômica e desenvolve (ou se apropria) de ferramentas para enfretamento de silêncios. A rede demonstra reunião do grupo co-étnico, conexão de cunho social e político e ainda diversos veículos de comunicação com viés racial.
  18. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por quais razões o movimento Afroempreendedor se conecta

    com determinadas representações em detrimento de outras? Qual representatividade numérica e como se relacionam as mulheres negras afroempreendedoras no Brasil?