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Sociologia: conceitos-chave

Sociologia: conceitos-chave

Andres Kalikoske

September 28, 2015
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  1. • A progressão das sociedades humanas se dá através da

    luta de classes: um conflito entre a classe que controla os meios de produção e a classe trabalhadora, que fornece a mão de obra para a produção. • A classe trabalhadora deve derrubar o capitalismo e provocar mudanças socioeconômicas. • O Estado foi criado para proteger os interesses da classe dominante, embora seja apresentado como um instrumento que representa o interesse comum de todos.
  2. • No capitalismo, a classe dominante é a burguesia; e

    aquela que vende sua força de trabalho e recebe apenas parte do valor que produz é o proletariado. • O conceito de mais-valia explica a obtenção dos lucros no sistema capitalista. Para Marx o trabalho gera a riqueza, portanto, a mais-valia seria o valor extra da mercadoria, a diferença entre o que o empregado produz e o que ele recebe.
  3. • Por causa da divisão do trabalho - característica do

    industrialismo, em que cabe a cada um apenas uma pequena etapa da produção -, o empregado se aliena do processo total. • Marx buscava recuperar nos homens o pleno desenvolvimento intelectual, físico e técnico. É nesse sentido que a educação ganha ênfase no pensamento marxista. Seu texto "Manifesto Comunista" tinha característica a leitura de fácil assimilação, pois visava atingir a classe trabalhadora.
  4. • Marx entendia que a educação deveria ser ao mesmo

    tempo intelectual, física e técnica. O mais importante, no entanto, seria ir contra a tendência "profissionalizante", que levava as escolas industriais a ensinar apenas o estritamente necessário para o exercício de determinada função (conceito de omnilateralidade). • A religião é o ópio do povo: causa alienação da realidade, entorpecimento ou adormecimento moral.
  5. • O capitalismo produziria tensões internas que conduziriam à sua

    autodestruição e substituição por um novo sistema: o socialismo. Seria a conquista do poder político pela classe operária e, eventualmente, o estabelecimento de uma sociedade sem classes. • Tudo se encontra em constante processo de mudança. O motor da mudança são os conflitos resultantes das contradições.
  6. • A sociedade não é estanque: toda revolução é necessariamente

    violenta, ainda que a instauração de um novo regime só seja possível mediada pelas instituições do sistema anterior. O novo é sempre gestado tendo o velho como ponto de partida. • Com o auxílio financeiro de Engels, publica, em 1867, o primeiro volume de sua mais importante obra, "O Capital“. • Muitas de suas previsões ruíram com o tempo, mas o pensamento de Marx ainda exerce enorme influência.
  7. • A sociedade é constituída por seres interdependentes, por isso,

    é necessário haver equilíbrio social e solidariedade; algo só faz jus à sua função se beneficiar o corpo social em sua totalidade. • Embates são anormais, por isso, os envolvidos deveriam ser submetidos a uma espécie de terapia sociológica visando recuperar o estado de normalidade.
  8. • O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma

    busca metódica da riqueza enquanto um dever moral. • A fonte da moral deve ser o coletiva. Caso haja tensão entre indivíduo e sociedade, a resolução deve se dar a favor da coletividade social. Assim, a liberdade do indivíduo é limitada ao coletivo.
  9. • As mudanças sociais devem ser ordenadas e graduais. A

    viabilidade do sistema deve ocorrer via acordo mútuo, e não através de conflitos. • A religião possui uma dimensão coletiva que colabora para o estreitamento dos laços sociais entre os indivíduos. Nesse sentido, a religião é benéfica para a sociedade. • O sociólogo é como um médico, que faz o diagnóstico da doença e promove a saúde.
  10. • Baixos níveis de integração social são causa importante para

    elevação dos índices de suicídio. O suicídio pode ser: a) suicídio egoísta, por isolamento social; b) suicídio altruísta, em nome de religião, honra, vergonha ou desprezo dos concidadãos; c) suicídio anômico, por alguma perturbação da ordem social, como guerras ou repressão econômica. • A especialização e a divisão do trabalho promovem cooperação e eficiência, sendo positivas.
  11. • O progresso científico gera racionalização, especialização e burocratização da

    vida social. A racionalização eleva o interesse pela eficiência, esvaziando a preocupação por valores morais, gerando infelicidade e frustração. • No capitalismo, as ações sociais se baseiam em considerações de eficiência ou de cálculo, em vez de motivações derivadas da moral, da emoção, do costume ou da tradição.
  12. • A racionalização, falsamente assumida como progresso, tem um impacto

    negativo de desumanização da sociedade, distanciando a modernidade dos princípios centrais do Iluminismo. • A religião perde centralidade no contexto da vida moderna. Através do desencantamento religioso a magia (mistério) é substituída por uma prática religiosa fundada no julgamento da moralidade.
  13. • O projeto da racionalização tem contornos capitalistas. Na saúde,

    uma tendência de racionalização é no sentido da eficiência e do rendimento do corpo humano. Vários meios servem a tal finalidade, tais como a adoção de exercícios regulares, dietas planejadas, intensificação da higiene e uso de medicamentos. Assim como trazem um aumento da expectativa de vida, essas práticas produzem corpos mais fortes e preparados para completar tarefas mais rapidamente, permitindo que suportem os rigores do mercado de trabalho no contexto histórico do capitalismo.
  14. • Na educação, tende a se deslocar de assuntos que

    envolvem o discurso crítico (por exemplo, a Filosofia) para outros que contribuem para o funcionamento calculado da sociedade (como a administração). • O trabalho torna-se o único “suicídio legítimo” da humanidade, a partir da expressão “se matar de trabalhar”. Weber observa como o trabalho causa uma sensação de dignificação no homem, que é cultural.
  15. • Na constituição das hierarquias, o poder se dá na

    ordem da legitimidade, podendo ser: a) tradicional, quando ocorre por tradição passada de geração para geração; b) carismático, no caso de haver um magnetismo pessoal que atua sobre os indivíduos; c) burocrático, via regras, estatutos, contratos e decisões judiciais.
  16. • Nas sociedades modernas, a burocracia se materializa a partir

    das seguintes ações: a) regras pré-definidas que facilitam a padronização; b) funções ocupadas por mérito ou competência; c) supervisão constante por hierarquia; d) estabelecimento de normas técnicas e profissionais; e) vidas profissional e pessoal desvinculadas; f) existência de regulamentos escritos (contratos)
  17. A imaginação sociológica é um convite para mudarmos a nossa

    perspectiva para uma nova, sempre na tentativa de conseguirmos uma visão total da sociedade e de todos os elementos que dela fazem parte. Significa correlacionar a realidade observada a estruturas e sistemas.
  18. Trata-se da norma coletiva que exerce poder de coerção sobre

    os indivíduos ao mesmo tempo em que possui existência própria, independente das suas manifestações individuais dos sujeitos. Conforme Émile Durkheim, são maneiras de agir, pensar e sentir, dotadas de poder coercitivo (sociedade). Não podem ser confundidos com os fenômenos orgânicos e psíquicos. Exemplos de fatos sociais: regras jurídicas, morais, dogmas religiosos, sistemas financeiros, maneiras de agir, costumes, etc.
  19. Processo de diferenciação dos indivíduos ou grupos que compõem uma

    sociedade, em camadas ou estratos sociais, a partir das suas relações e valores culturais, os quais constituem a linha divisória entre classes, estados ou castas, hierarquicamente sobrepostos. Na estratificação social não há juízo de valor, mas uma diversidade de grupos. Parte-se do pressuposto de que a sociedade não se organiza de modo heterogêneo, merecendo ser considerada a partir de seus diversos agrupamentos.
  20. Cultura “Aquele todo complexo que compreende o saber, a crença,

    a arte, a moral, o direito, o costume e quaisquer outras qualidades e hábitos adquiridos pelo homem na sociedade”. Edward Burnett Tylor
  21. Cultura A cultura apresenta uma base – complexo de valores,

    padrões, modelos – comum a uma sociedade, que nos permite identificá-la. Os homens não herdam a cultura, mas a adquirem no decorrer da vida. A contracultura é um desvio dos padrões vigentes e, mais ainda, constitui uma negação da cultura dominante, tendo por base outros valores e outras ideologias.
  22. Ideologia É uma ideia ou um conjunto de ideias que

    movem os indivíduos à ação. Althusser afirma que a ideologia está baseada nos princípios de estruturação e diversidade de funções, configurada numa sociedade inclusiva e interrelacionada com o sistema político-econômico dominante.
  23. Ideologia Marx e Engels consideram-na como um conjunto de ideias

    que domina determinado grupo social, tendo por função explicar certos aspectos da realidade social e, ao mesmo tempo, esconder ou deformar outros. Segundo Marx e Engels, falar em ideologia é pensar na classe dominante. Com efeito, trata-se de um processo que realiza-se conscientemente, mas no sentido de uma falsa consciência por ser uma visão específica da realidade.
  24. Controle Social Envolve valor, norma, vontade e ação, operacionalizando-se em

    usos, costumes, leis, instituições e sistema social. É o conjunto de sanções positivas e negativas a que uma sociedade recorre para assegurar a conformidade de condutas aos modelos estabelecidos. Em “Vigiar e Punir”, Foucault demonstra como o poder foi capaz de exercer o controle na sociedade contemporânea.
  25. Usos São práticas repetidas, consideradas certas e naturais, embora sem

    caráter compulsório. Costumes São práticas consideradas indispensáveis pela sociedade. Leis Como formalização do controle, são regras deliberadamente formuladas e impostas por autoridades competentes, e dispondo de força coativa.
  26. Instituições São órgãos de controle social que visam a determinados

    objetivos, contando também com autoridade para sua efetivação. Sistema social Supõe disposição, estrutura e organização, isto é, a disposição ordenada e o ato de dispor os elementos constitutivos de um todo social concorrendo para um resultado determinado.
  27. Tipos de controle social Interno e externo natural, espontâneo, informal,

    organizado, formal; Educativo, intelectual, religioso, jurídico, ético, econômico; Agência doméstica, comunitária, escolar, estatal, internacional. • • •
  28. Estrutura É o componente nuclear de um grupo social estável,

    que implica equilíbrio, regularidade de forma e interdependência que se manifestam em comportamento padronizado. Organização É o conjunto das relações entre os membros de um grupo – e entre grupos – conformado com uma estrutura. Sistema social Complexo de relações formais de status e papéis, desenvolvido num grupo – ou entre grupos – pressupondo um todo estruturado e organizado.
  29. Consideração importante Os componentes de um sistema encontram-se de tal

    modo interrelacionados que qualquer alteração em um deles é capaz de provocar alteração no conjunto.
  30. É toda transformação observável no tempo que afeta, de maneira

    que não seja provisória ou efêmera, a estrutura ou o funcionamento da organização social de uma coletividade e modifica o curso de sua história. Fatores determinantes Geográficos: cataclismos naturais, etc. Biológicos: epidemias, elevação da taxa de mortalidade, etc. Sociais: guerras, invasões, conquistas, revoluções, etc. Culturais: descobertas científicas, desenvolvimento de aspectos culturais, etc.
  31. É o produto da interação que se concretiza a partir

    de determinada configuração - ambiente físico, complexo cultural, momento histórico -, alicerçado em valores e padrões, objetivando uma finalidade psicossocial, econômica, política, cultural. Está conectado com os papéis sociais dos participantes, tendo em vista não somente a estabilidade estrutural, mas também as contínuas transformações e seus respectivos fatores.
  32. Todo fenômeno social envolve contato social e processo de interação.

    Os contatos sociais caracterizam o modo como os indivíduos participam da interação, enquanto os processos definem como se realiza a interação.
  33. Modelo Desenvolvimento Cooperação Aproxima os indivíduos na ação conjunta ou

    no parcelamento de tarefas, visando ao objetivo proposto. Competição Luta inconsciente e contínua contra oponente não individualizado, objetivando bens ecológicos e econômicos. Conflito Luta consciente e intermitente pela conquista de status. Acomodação Solução provisória do conflito. Assimilação Solução definitiva do conflito.
  34. Modelo Desenvolvimento Isolamento Pode ser entendido como a falta de

    contato ou de comunicação entre grupos ou indivíduos dentro da sociedade ou de seu grupo. Contato É o aspecto primário, fundamental, dos processos e relações sociais. Interação É a ação social, mutuamente orientada, de dois ou mais indivíduos em contato. Pode ser simbólica ou não.
  35. Modelo Desenvolvimento Comunicação É fundamental para o homem enquanto ser

    social e para a cultura. Pode dar-se através de: expressões, traços fisionômicos, sons, palavras (escrita e falada) e símbolos. Socialização É o processo pelo qual, ao longo da vida, a pessoa humana aprende e interioriza os elementos socioculturais de seu meio, integrando-os na estrutura de sua personalidade sob a influência de experiências de agentes sociais significativos.
  36. Modelo Desenvolvimento Direto Sem intermediário, face a face Indireto Com

    intermediário Primário Com envolvimento total Secundário Com envolvimento parcial Categórico Por meio de estereótipos Simpático Confirma ou rejeita o estereótipo
  37. Status É o lugar ou posição que a pessoa ocupa

    na estrutura social, de acordo com o julgamento coletivo ou consenso de opinião do grupo. Portanto, o status é a posição em função dos valores sociais correntes na sociedade. Como a sociedade apresenta-se estratificada, os status são avaliados diversamente e distribuem-se por diversos níveis.
  38. Status atribuído É imposto e independe da capacidade do indivíduo

    (raça, sexo, idade, etc). Status adquirido Depende de aptidões, do esforço e aperfeiçoamento pessoal, inclusive luta para mantê-lo (exemplos: advogado – curso universitário – exame da ordem – atuação profissional, etc).
  39. Papel social Padrão de comportamento esperado e exigido de pessoas

    que ocupam determinado status. O papel social é a dinâmica do status, isto é, o desincumbir-se dos deveres e o usufruto dos direitos. Cada papel social possui diversos níveis de comportamento, sujeitos a sanções: comportamento exigido; comportamento permitido; comportamento proibido. Eles podem ser atribuídos automaticamente, intencionalmente ou assumidos.
  40. Conjunto de indivíduos associados por relações interativas. Entre os membros

    do grupo existe uma circulação de experiências, que tende a promover certa homogeneidade de sentimento, pensamento e ação. É uma coletividade identificável, estruturada, contínua de pessoas que desempenham papéis recíprocos, segundo determinadas normas, interesses e valores sociais, para a consecução de objetivos comuns.
  41. Os grupos sociais podem ser... formados de forma espontânea ou

    conscientemente, voluntária ou contratualmente; ter duração estável ou instável; primários: proximidade social, têm longa duração, pequenos grupos); secundários: duração limitada, distância social, podendo envolver grande número de membros.
  42. Georges Gurvitch distingue três formas de integração, considerando a intensidade

    de coesão grupal (força interna) e pressão (força externa): massa, comunidade e comunhão. A coesão fundamenta-se na equação básica: Necessidade Bem
  43. A equação básica é instrumento para se atingir a coesão

    grupal. As necessidades individuais podem ser satisfeitas no grupo. Ressalta-se o papel da liderança em conjugar as diferenças individuais e conduzir o grupo na consecução de seus objetivos.
  44. É uma força emanada do grupo, das instituições, da autoridade,

    enfim de uma fonte de poder capaz de impor um comportamento. Durkheim coloca a coerção como inata ao fato social.